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A Arte de Aconselhamento Psicológico

Artigo: A Arte de Aconselhamento Psicológico. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  2/4/2014  •  Artigo  •  1.350 Palavras (6 Páginas)  •  541 Visualizações

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MAY, Rollo. A arte do aconselhamento psicológico. 9.ed. Petrópolis: Vozes, 1996.

Palavras-chave: personalidade, neurose, acompanhamento, psicologia

Esta resenha tem como objetivo apresentar os principais pontos trabalhados por Rollo May em sua obra A arte do acompanhamento psicológico, e tentar traçar algumas considerações a respeito. Tal produção, apesar de se pretender crítica, não alcançará uma profundidade como se esperaria de uma “resenha dita crítica”, tendo em vista que tal resenhista não é perito neste ramo das ciências do espírito, muito menos transita pela área psicoterápica; contudo será suficiente para que tais comentários contribuam ao leitor interessado na mesma.

Rollo May[1] é psicoterapeuta americano ativo, iniciou seus estudos em Viena, sendo que, na oportunidade participou de seminários dirigidos por Alfred Adler. Retornou à Nova York, onde concluiu seus estudos. É autor de vários livros publicados pelas Vozes como: Amor e vontade, O homem a procura de si mesmo, Minha busca da beleza e outros.

A obra é na verdade um manual prático para o acompanhamento psicológico (como o próprio título já se refere) na linha psicanalítica de Freud, Jung, Rank, Kunkel e Adler. Ela foi ela montada a partir de palestras dadas pelo autor nos “Seminários de Educadores da Igreja Episcopal, na Carolina do Norte e Arkansas (EUA)”[2]. Neste sentido, tem a pretensão de encobrir uma deficiência nesta área da psicologia, como menciona May (1996, p.10), i. é, do acompanhamento psicoterápico intensivo por não-psicólogos:

As bibliotecas estão cheias de livros sobre psicologia popular, e não há falta de livros para os interessados na profissão de psicoterapia intensiva. A necessidade premente é para aqueles que não querem ser psicoterapeutas, mas precisam de algo sobre o funcionamento interior da personalidade.

Para trabalhar a Personalidade, fio condutor de sua obra, divide a em três partes. A primeira é caracterizada pelo embasamento teórico dos princípios fundamentais. É subdividida em quatro capítulos, sendo o primeiro uma descrição prévia da personalidade. Segundo May (1996) a totalidade exterior do ser humano reflete uma estrutura interna que se pode chamar de “personalidade”. Tal categoria, em âmbitos europeus, receberia o nome de “alma” para uma tradução simplista do termo grego yuch, contudo, a melhor forma de se expressar, em linguagem americana é o termo personalidade. Partindo da psicanálise, o autor elenca os dois, dos quatro, princípios-base da formação da personalidade: a liberdade – “é função do aconselhador levar o aconselhando a aceitar a responsabilidade pela direção e pelos resultados de sua vida” (MAY, 1996, p. 21) – e a individualidade – “é função do aconselhador auxiliar o aconselhando a achar o seu si-mesmo verdadeiro e então ajudá-lo a ter coragem de ser esse si-mesmo” (MAY, 1996, p. 29). O segundo capítulo ressalta a importância do terceiro princípio, i. é, a interação social, no aprofundamento e determinação do si-mesmo, bem como o quarto e último princípio formador da personalidade: a tensão espiritual. O terceiro capítulo versa sobre as tensões e os ajustamentos feitos pela personalidade na busca de evitar as neuroses bem como as psicoses, o valor não determinante dos fatores externos, como o ambiente social e a importância da criatividade como sinônimo do reajustamento das tensões de personalidade. Por fim neste quarto capítulo da primeira parte apresenta como “chave do processo de aconselhamento” a empatia. Terminologia traduzida do alemão (einfuhlung) literalmente por sentir dentro, significa este estado de identificação mais profunda de personalidades em “uma pessoa se sente tão dentro da outra que chega a perder temporalmente a sua própria identidade” (MAY, 1996, p. 65).

A segunda parte segue os passos práticos para um bom aconselhamento. Esta possui uma subdivisão interna em três capítulos. O primeiro faz uma leitura prática do que May (1996) chama de “Leitura do Caráter”, ou seja, identificar no aconselhando traços visíveis de seu caráter. Inicia May (1996), com os esquecimentos e deslizes, que querem se parecer com erros involuntários, mas na verdade são profundamente propositais, o que Freud vai chamar de “ato falho”. Outra leitura está no que o autor denomina de “constelação da família”, i. é, dependendo do status (em sentido sociológico) que tal indivíduo teve em sua família, este influenciará na constituição de sua personalidade. O segundo capítulo trata da confissão e da interpretação. Consoante May (1996), a confissão – ato de por para fora todos os problemas – é a “viga mestra tanto do aconselhamento como da psicoterapia” (p. 107). Tendo a confissão, o aconselhador parte para a interpretação, que nada mais é do que a reorganização dos fatos trazidos pelo aconselhando de modo a encontrar a fonte de desajuste da personalidade. É importante a participação de ambos (aconselhando e aconselhador) neste processo.

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