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A Estória De Severino E A História Da Severina

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Por:   •  7/3/2013  •  1.844 Palavras (8 Páginas)  •  2.389 Visualizações

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A ESTÓRIA DO SEVERINO E A HISTÓRIA DA SEVERINA

Harley Pacheco de Sousa

Severino e Severina. O primeiro, personagem ficcional. A segunda, real. Um saído dosversos do poema Morte e Vida Severina, de João Cabral do Melo Neto. A outra, dosertão da Bahia para as ruas de São Paulo. Duas histórias, duas personalidades, duasfontes de estudo para Antonio da Costa Ciampa. Com elas, discute a identidade, nãocomo algo estático, mas dinâmico, em constante mutação, uma metamorfosepermanente.Ciampa, em seu livro "A estória do Severino e a história da Severina", apresenta aidentidade como um processo contínuo de transformação, que ele chama demetamorfose, onde estão envolvidas todas as particularidades do ser humano:”biológicas, psicológicas e sociais”.Essas transformações acontecem ao longo do tempo de vida de cada indivíduo,constituindo uma singularidade que se identifica e diferencia em relação a si mesmoem diferentes momentos, assim como se aproxima e se distancia de outros indivíduosem momentos diferentes ou iguais.O eu se configura a partir das relações sociais que permitem a cada um observarpapéis, assumi-los e obter a confirmação do seu exercício através de outros indivíduossignificativos.Por um lado, as vivências desses papéis que se vão dando ao longo da vida necessitamser permanentemente ser constantemente relembrados para constituírem o elementoque dá continuidade ao eixo das biografias individuais. Por outro lado, a possibilidadede constituição deste eu de forma mais ou menos sozinha ocorre na medida em que avivência simultânea do circulo de papéis permite que sejam exercidos de formadiferente dos modelos, estando, portanto, na questão da originalidade da vivência apossibilidade de transformações.A proposta do Ciampa se aplica não só ao estudo dos indivíduos, mas também aoestudo de grupos (denominados de identidades coletivas) ou instituições (chamadosde identidade institucional).Os denominados "outros indivíduos significativos" compõem a primeira imagem doque nomeamos "identidade coletiva".Essa identidade também é uma construção histórica que se dá a partir da relaçãodialética que ocorre em um determinado espaço geográfico, entre indivíduos ougrupos que organizam sua vida cotidiana em torno de atividades semelhantes, tendocomo base um conjunto de valores compartilhados. (grupos que dividem mesmascrenças e valores ou mesmo que tenham hábitos semelhantes).Esses grupos podem ser a família, grupos profissionais, grupos que têm atividades delazer semelhantes etc

É esta identidade coletiva que dá o sentido de continuidade aos indivíduos, queadotam papéis, normas e valores válidos para todos os componentes do grupo, o quereafirma constantemente, através da memória, a realidade objetiva e subjetiva.De maneira parecida ao que ocorre com a identidade individual, essa identidadecoletiva vai se constituindo ao longo do tempo, atravessando momentos em que asatividades podem se cristalizar ou se transformar. (quero dizer que a identidadecoletiva se constitui se cria de modo parecido ao da individual, pois a mesma vaisurgindo no decorrer das relações e pode se transformar e mudar ou pode secristalizar e permanecer imutável).Em qualquer estudo a identidade estará se referindo a uma permanentetransformação, fruto de processos complexos que envolvem aspectos biológicos,materiais, psicológicos, simbólicos, sociais, envolvem indivíduos, grupos, contextossocioeconômicos e culturais em permanente interação dialética.Procurando superar a visão dicotômica, fragmentada que se tem do ser humano ecompreendê-lo em sua totalidade, a Identidade, enquanto uma categoria científicaocupa hoje um locus privilegiado na psicologia social brasileira contemporânea.Captando não apenas a igualdade do sujeito - pois em sua etimologia - identitate é aqualidade de idêntico; inúmeros são os estudos que visam apreender a identidade emsentido amplo as “metamorfoses humanas”, a diferença, a singularidade, a cadamomento, em cada ação, em cada relação com o mundo social, a consciênciadesenvolvida pelo indivíduo sobre “quem sou eu?” (a questão central do Ciampa napesquisa da identidade), acompanha, não somente sua trajetória individual, mas omovimento da realidade, construído socialmente.

Bem sabemos das polissemias e ambigüidades das diversas apropriações e utilizaçõesda palavra “identidade”. Vamos, portanto, nos empenhar para explicitar o que é quecompreendemos por “identidade”.Para a Psicologia Social, a Identidade representa e engendra sentimentos que oindivíduo desenvolve a respeito de si e que é construída socialmente, a partir de seusdados pessoais, sua história de vida e seus atributos (conferidos por si mesmo e pelasoutras pessoas), acompanhando o movimento deste no mundo social. Uma questãocentral no âmbito da Psicologia Social é como compreender a interação indivíduo-sociedade.Pensar a identidade implica resgatar as atividades e o processo de consciência doindivíduo. Implica nas mudanças processadas em sua história pessoal e em suasrelações. A identidade é um processar contínuo da definição de si mesmo, dasrepresentações deste e de seu “estar” no mundo. É portanto, movimento e dialética.Contemplando avanços teóricos e práticos na área da psicologia social, a Identidadetem seus estudos preliminares realizados pelo Prof. Antonio da Costa Ciampa,intitulada “A Estória do Severino e A História da Severina -, a categoria Identidade édiscutida a partir das influências do materialismo mostrando a sua complexidade. Aolado das categorias Atividade e Consciência, a categoria Identidade firma-se como eixo central de estudos e pesquisas da identidade “é considerada como um processo, aoqual o autor dá o nome de metamorfose, que descreve a constituição de umaidentidade, que representa a pessoa.Cada indivíduo encarna as relações sociais, configurando uma identidade pessoal. Umahistória de vida. Um projeto de vida. Uma vida-que-nem-sempre-é-vivida, noemaranhado das relações sociais. Uma identidade concretiza uma política, dá corpo auma ideologia. No seu conjunto, as identidades constituem a sociedade, ao mesmotempo em que são constituídas, cada uma por ela. A questão da identidade, assimdeve ser vista não como questão apenas científica, nem meramente acadêmica: ésobretudo uma questão social, uma questão política Para compreender a Identidadeprecisamos resgatar e desvelar algumas referências teóricas e metodológicas queembasam a construção deste conceito e que de certa maneira deve nos facilitar acompreensão de sua abrangência e complexidade. Desde o início, devemos advertirquanto às limitações e impossibilidades de elencar todas as fontes de influências

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