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A Filosofia GRega

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Por:   •  30/9/2014  •  501 Palavras (3 Páginas)  •  254 Visualizações

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O estudo sociológico da família brasileira em sua perspectiva histórica precisa ter como base o estudo das mudanças da estrutura familiar, mudanças estas que são produzida pela significação provocada pela redução de suas funções. Mudanças nas funções econômicas, nos modos de participação cultural, e nos tipos de dominação e subordinação causam mudanças correspondentes nas relações totais do grupo familiar e emergem novas formas de solidariedade. Concomitantemente às mudanças na estrutura ocorrem mudanças no sistema de valores e na definição de uma nova situação moral. Assim o problema precisa ser encarado de um tríplice ponto de vista, nos aspectos estruturais, funcional e moral.

A ênfase dada à família patriarcal dos séculos passados justifica-se pelo fato de que ela foi a base sobre a qual se desenvolvem a moderna família conjugal, cujos traços só podem ser entendidos se examinarmos sua origem. Embora este capítulo pretenda der uma visão geral do problema, o autor deve esclarecer de início que sua própria experiência também os exemplos dados referem-se principalmente as partes centro e sul do país, principalmente a área de histórica influência paulista. Entretanto, esta região inclui aproximadamente metade da população brasileira e é a área onde as influências da urbanização e da industrialização agora em desenvolvimento, são mais acentuadas.

Provavelmente a maioria dos colonizadores portugueses que ocuparam o Brasil e dirigiram seus negócios desde o século XVI vieram de zonas rurais e das camadas média a baixa da sociedade. Deste modo devem ter pertencido ao tipo mais conservador na participação cultural, e terem sido mais ligados à velha estrutura patriarcal familiar do que as camadas mais altas e as populações urbanas.

Parece que os portugueses começaram a se modernizar no tempo de Dom João II e especialmente de seu sucessor, Dom Manuel I, o rei das descobertas. A tradição, a literatura, a lenda representam a figura clássica do pater-familias medieval como um líder de grupo, truculento e autoritário, um homem de costumes rudes e possuidor de um alto senso de sua própria dignidade. Escreve um historiador: “sua têmpera era severa, seu coração duro, com a rudeza de costumes que caracterizava aqueles tempos; a segurança de sua própria pessoa, de sua família, e de suas possessões dependia em grande parte de vigor da energia do indivíduo; daí as freqüentes "harbourings", agressões, ferimentos e mortes que o habituaram à contemplação da violência e da dor, inflingida ou recebida" . Se os refinamentos do século XVI atuaram primeiro sobre as classes alta e as populações das grandes cidades, o colonizador brasileiro não deve ter participado muito daquela caracterização. Antes de 1780 um poeta luso-brasileiro invocou o tipo clássico do pai de família num soneto que é um verdadeiro indicador do que então se concebia como padrão de organização doméstica:

"Quando o torcido buço derramava

Terror no aspecto ao português sisudo

Quando, sem pó nem óleo, o pente agudo

duro, intenso, o cabeço em laço atava...

Quando a mulher à sombra do marido

tremer se via; quando a lei prudente

...

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