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A Hostira De Severino

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Por:   •  12/10/2014  •  1.410 Palavras (6 Páginas)  •  255 Visualizações

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DESENVOLVIMENTO

A psicologia social estuda as manifestações de comportamentos, dos indivíduos vivendo em sociedade, a interação de uma ou mais pessoas dentro de uma mesma realidade, bem como os processos cognitivos que tal interação social suscita em cada envolvido em determinada situação, perspectiva, relações interpessoais, interdependência, atitudes, status, comportamento intergrupal, decisões, comparação social e atribuições de causalidade, a forma que cada um dos indivíduos responde sob determinado estimulo às atitudes e ações.

Sabemos que o individuo torna-se membro de um determinado grupo, ou conjunto social de acordo com que aprende suas regras e normas de relacionamento, tomando posse dos conhecimentos acumulados por esse grupo. Um dos objetivos dessa ciência é entender como se dão os processos de socialização.

Quando crianças nascemos com uma plasticidade em nosso cérebro que nos permite fazer muitas sinapses, nossos neurônios conseguem fazer as ligações necessárias de uma forma muito eficaz, o que é extremamente importante para o nosso aprendizado e para a nossa socialização no mundo já que teremos que representar diversos papeis (conjunto de comportamentos que se espera de um indivíduo no convívio social) .

Logo é estabelecido um processo de comunicação entre os indivíduos, percepção social, atitudes e mudanças de atitudes, segundo Lane (1989) o indivíduo está sempre inserido num contexto histórico, e que dessa forma que suas relações seguem um modelo que é desenvolvido por cada sociedade e pelo qual cada uma se orientam. Segundo a autora, é no contexto grupal que a pessoa se identifica com o outro e ao mesmo tempo se diferencia dele, construindo assim a sua identidade.

No decorrer da leitura do livro de Ciampa, é possível refletirmos muito sobre o conceito social e sobre identidade, já que o autor abrange o tema de maneira clara e detalhada.

Ele conceitua o que é identidade de diversas maneiras, e em diferentes situações, da história da personagem principal “SEVERINA”. É possível pensar que foi proposital tal manejo do autor, já que uma das ideias que ele nos transmite é de que essa tal identidade não está cristalizada, de que não somos os mesmos para sempre, até por que sofremos muitas influências, passamos por inúmeras vivências em nossas vidas, e tais acontecimentos permitem que nos modifiquemos, por vezes para nos adaptarmos aos novos ambientes onde somos inseridos. Tajfel (1983, p. 290) menciona a identidade entendida “Como aquela parcela do autoconceito dum indivíduo que deriva do seu conhecimento da sua pertença a um grupo (ou grupos) social, juntamente com o significado emocional e de valor associado àquela pertença”.

A influência que o meio tem sob nós não é algo que pensamos diariamente, mas ao ler as páginas deste livro passamos por um caminho sem volta, o de olhar para si e refletir se as escolhas e atitudes que tivemos em nossas vidas foram mesmo nossas, ou fruto do que as pessoas que estavam ao nosso redor esperavam de nós.

Logo ao iniciarmos a leitura do livro de Ciampa começamos a entender e repensar como as influências externas podem modificar os indivíduos, suas vontades e anseios, nossas vontades são realmente nossas, ou são estabelecidas e impostas por terceiros ou pela sociedade na qual vivemos?

Primeiramente iniciamos com as reflexões do Poema “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto, ao lermos fica evidente a dificuldade do personagem Severino em definir sua própria identidade, ele tenta defini-la através de tantos Severino existentes, como se primeiramente buscasse a diferença através da igualdade, segundo Ciampa, 2005, “O personagem encontra dificuldades em dizer quem é e indicar sua identidade. Mas, apesar de utilizar de um substantivo próprio, seu nome não parece suficiente para que seja reconhecido pelos outros”.

“Como Há muitos Severinos

com mães chamadas Maria,

fiquei sendo a Maria do

do finado Zacarias”.

(MELO NETO, 1963, p. 107).

O personagem Severino ao descrever sua identidade nos traz a sensação de igualdade e de que não existe o reconhecimento de sua individualidade.

Tudo parece igual: presente, passado, futuro .

“Cada novo esforço em descrever sua identidade revela que sua existência é a encarnação de um momento da história, fazendo com que seu tempo seja um tempo Severino.

Um tempo severino que é vivido como um quotidiano estruturado pela luta pela sobrevivência. O quotidiano o produz e ele o reproduz severino: está é as sina”. Ciampa (1994, pág. 23)

No decorrer da história Severino se intitula um morto vivo, tentando fugir da vida severina/sofrida, pensava encontrar a vida, porém passa a buscar a morte por consequência da constante afirmação dos demais personagens sobre a morte e não de vida como pensara antes de sair da Serra Magra e Ossuda (forma como diz sobre o lugar em que nasceu).

Nos faz repensar se sabemos definir quem somos, sobre como definir nossa própria identidade, sobre a influência e o quanto as palavras insistentes de terceiros podem afetar nosso cotidiano e nossos desejos e anseios, repensamos nossos papeis sociais. Quais papeis desempenhamos? Nós definimos nosso papel ou ele foi definido pela sociedade?

Reflexões ecoam em nossas mentes tais como: A importância do papel social é tamanha que por vezes é preciso se abster do que se é, do que se sente para dar a resposta ao que a sociedade deseja, como se só houvesse maneira de ser/existir se conseguir

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