TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

A INSERÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Por:   •  9/10/2016  •  Trabalho acadêmico  •  3.107 Palavras (13 Páginas)  •  216 Visualizações

Página 1 de 13

UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES
DEPARTAMENTO DE PSICOLOGIA
INTRODUÇÃO À PSICOLOGIA – PROF.ª LAURA HELENA KUMAMOTO

BYANCA RAMALHO DANTAS
CAMILA BEATRIZ DA SILVA MACHADO
JOÃO ARAGÃO FILHO

A INSERÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE 

JOÃO PESSOA, 2016

Byanca Ramalho Dantas

Camila Beatriz da Silva Machado

João Aragão Filho

A INSERÇÃO DO FISIOTERAPEUTA NA PROMOÇÃO DA SAÚDE

Trabalho de pesquisa bibliográfica apresentado como forma de obtenção de nota parcial da disciplina de Introdução à Psicologia, ministrada pela professora Laura Helena Kumamoto, no curso de Fisioterapia da Universidade Federal da Paraíba, semestre letivo de 2016.1.

João Pessoa, 2016

INTRODUÇÃO

        A promoção da saúde é um conceito de saúde positivo e multidimensional, no qual possui um modelo de intervenção participativo e dinâmico. Toda a população e o ambiente em que o sujeito do processo está inserido fazem parte do alvo comum dessa prática, bem como os objetivos e as mudanças para qual a promoção da saúde está direcionada. Além disso, os executores do processo de promoção da saúde não se restringem somente a uma equipe de profissionais da saúde, mas também à toda e qualquer organização de moradores, movimentos sociais e governos. No Brasil, particularmente, devido ao processo de implementação e consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS), os princípios gerais da promoção – equidade, intersetorialidade, participação social, criação de um entorno propício à vida e à justiça social – encontraram espaço para o seu desenvolvimento.

DESENVOLVIMENTO

1. Percurso Histórico

        A história do nascimento da promoção da saúde baseia-se em três campos de conhecimento importantes: a mitologia, a medicina social e os movimentos sociais. Segundo a mitologia grega antiga, Hygea, a deusa da saúde, já anunciava a visão de saúde ampliada para o que se tem hoje, segundo a qual promover saúde não se trata apenas de curar doenças. Além disso, Galeano afirmava que os dois pré-requisitos para a saúde eram a liberdade de paixão e a independência econômica, vislumbrando a relação da saúde com seus determinantes econômicos e sociais (Restrepo, 2011). A história da saúde pública também está relacionada com a história da construção das civilizações, aglomerados urbanos, e com as condições sanitárias e trabalhistas, iniciando por volta do século XVIII, tempo em que também se iniciava as observações sobre a importância da saúde física e mental para o desenvolvimento da sociedade. No século XIX, a referência na discussão da promoção da saúde é o alemão Virchow, que liderou o Movimento de Reforma Médica que possuía três princípios: a saúde do povo é objeto de inequívoca responsabilidade social; as condições econômicas e sociais têm efeito importante na saúde, devendo a doença ser objeto de investigação científica; tanto medidas médicas como sociais devem ser tomadas para promover a saúde e combater a doença. Porém, o autor que mais contribuiu no campo foi Henry Sigerist, que apontou quatro funções médicas: promoção da saúde, a prevenção de enfermidade, a recuperação do enfermo e a reabilitação. Além disso, Leavell e Clark (1965) dividiram a atenção à saúde em: prevenção primária, que incluiria ações de promoção à saúde e proteção específica; prevenção secundária e terciária, abrangendo os processos de diagnóstico, tratamento precoce das doenças e limitação da invalidez; prevenção terciária, que se refere às ações de reabilitação da saúde; e promoção, que não se dirige à determinada doença, mas são iniciativas que servem para aumentar a saúde e o bem-estar geral.

        No século XX, temos uma retomada da visão integrada de saúde a partir de documentos fundantes gerados por pesquisadores e militantes da saúde pública que questionavam o direcionamento dado pelo Estado e Medicina às questões de saúde, direito, corpo e sujeito. São influenciados pelo movimento feminista, pelo movimento da cidadania da América Latina e pela disputa no campo das práticas ideais dos trabalhadores e pesquisadores da medicina por uma medicina social emancipatória e voltada para uma clínica do sujeito ampliada e humanizada. Outro conceito importante para o processo é o de autonomia ou empoderamento, significando um olhar para as comunidades e sujeitos desde um exercício ativo de si relacionado ao corpo, ao psíquico, às escolhas cotidianas até as decisões coletivas, que afetariam as transformações necessárias para garantir a promoção da saúde coletiva. Aparentemente oriunda de uma tradição liberal, esse conceito sofre influências das teorias marxistas, de um sujeito dono e senhor de sua história, e das propostas emancipatórias, como a pedagogia popular de Paulo Freire. A ideia da construção dessa autonomia coletiva nasce também da influência dos movimentos sociais de luta pela democracia e cidadania, com o Brasil emergindo como um dos precursores da Reforma Sanitária.
        Esse movimento brasileiro reconhece que a saúde tem como fatores condicionantes e determinantes a moradia, o meio ambiente, o saneamento básico, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais, por um lado, e atribui a uma política setorial, por outro, o papel de divulgar esses determinantes e condicionantes e de formular políticas que reconheçam a saúde como um dever do Estado que se materializa no local (Andrade, Barreto e Bezerra, 2006). O movimento de Reforma Sanitária no Brasil sofre as mesmas influências sócio-históricas da construção da promoção da saúde internacional. A crise do setor da saúde, crise dos custos e dos paradigmas, ênfase na atenção primária e na medicina social, que diz que a medicina é política aplicada ao campo da saúde individual, e a política nada mais é que a aplicação da medicina no campo social, curando-se os valores da sociedade (Andrade, 2006). Mas, foi com a Carta de Ottawa (1986), patrocinada pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que houve um reconhecimento da importância de se definir saúde quando se busca a promoção de saúde. Depois de delinear que a promoção da saúde como “processo pelo qual se permite às populações exercerem um controle muito maior sobre sua saúde e melhorá-la,”, definiu saúde como “capacidade da vida diária... um conceito positivo que enfatiza os recursos sociais e pessoais, bem como as capacidades físicas”. O documento, ainda lista, alguns pré-requisitos fundamentais para a saúde: a paz, a educação, a habitação, o poder aquisitivo, um ecossistema estável e conservação dos recursos naturais e a equidade (MORANO; MAIA, 2001, p. 35). A visão mais atual adotada pela OMS como conceito de referência de promoção da saúde é: “O processo de capacitação de pessoas para aumentar o controle e consequentemente melhoria de sua saúde”.

...

Baixar como (para membros premium)  txt (21.3 Kb)   pdf (141.3 Kb)   docx (17.7 Kb)  
Continuar por mais 12 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com