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A Síndrome de Bournout

Por:   •  4/12/2018  •  Abstract  •  744 Palavras (3 Páginas)  •  165 Visualizações

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Pensando sobre a preservação da saúde mental dos trabalhadores percebo que minha reflexão se inicia em como se dá a formação, a personalidade de um ser humano. A saúde mental de uma pessoa é construída aos poucos, vem do que ela entende de si e o que ela absorve a partir de sua vivência. Isso se inicia lá na infância, de como a convivência com os pais ou as pessoas próximas e responsáveis por sua formação aconteceu em sua vida. Uma criança que cresce em um ambiente sólido, saudável, com amor, carinho, responsabilidades e atenção dos pais provavelmente será um adulto seguro em suas atitudes, em sua vida. Já uma criança que cresce em ambiente hostil, sob críticas severas sobre si mesma tende muito a ser um adulto inseguro, que se sente incapaz de seguir seu caminho, de aceitar críticas, de assumir desafios ou até mesmo de se responsabilizar por seus erros ou respeitar o próximo.

Partindo desse ponto de vista, não consigo imaginar a saúde mental de um trabalhador sendo afetada somente pelo seu ambiente de trabalho. O ambiente de trabalho e toda a experiência que esse trabalhador vivencia durante sua vida profissional são parte da construção de sua mente, somadas a suas experiências vividas anteriormente, seja na infância ou na adolescência.

Muitas vezes o trabalhador que sofre assédio moral, seja ele vertical ou horizontal, ou até mesmo aquele que sofre de uma síndrome, tal como a de Bournout, não percebe a fonte desse mau e acaba adoecendo por conta do sofrimento em pensar que é incapaz, que não faz parte do grupo, que é um fracassado. Atribui somente a si a culpa de estar doente ou não se sente seguro o suficiente para enfrentar o problema que está passando e ser capaz de denunciar a fonte de agressão. Talvez essa insegurança seja reflexo do que esta pessoa vivenciou em sua infância e as empresas precisam levar esse fator em consideração quando querem promover um ambiente de trabalho, onde pessoas estão inseridas.

Por que falo isso? Por que nas atividades laborais, os trabalhadores estarão expostos a desafios, frustrações, além daquelas já adquiridas durante a vida e precisarão estar mentalmente saudáveis para concluírem suas atividades. Toda essa carga mental fica muito misturada (pessoal e profissional) e pode refletir tanto no trabalho quanto na própria vida do trabalhador. Penso que a empresa deva considerar que está trabalhando com indivíduos diferentes, com vivencias diferentes e que o ambiente de trabalho deve ser o mais neutro e saudável possível, para que as dificuldades do dia a dia não interfiram no psicológico dos seus funcionários. E então, o que as empresas podem fazer para preservar a saúde mental de seus funcionários? Agir com prevencionismo seria minha resposta. Uma empresa que oferece um ambiente saudável a seus funcionários proporciona a oportunidade de crescimento e desenvolvimento psicossocial de seus trabalhadores e deixa de ser um gerador de sofrimento.

Algumas atitudes que podem auxiliar na preservação mental das pessoas por parte das empresas são a oferta de palestras, treinamentos nos quais se reforce o valor e a importância de igualdade dentro do ambiente de trabalho, ferramentas de apoio ao trabalhador como ouvidorias, criação e implantação de Código de Ética, abertura de diálogo entre gestor e colaborador e principalmente a não omissão frente à atitudes relacionadas a assédio moral.

A preservação da saúde mental não deve ser só pensada como uma atitude da Segurança do Trabalho, mas sim uma atitude humana, visto que a construção da pessoa se dá aos poucos a partir de suas vivências e por todo caminho percorrido em sua vida. A grande importância em se preservar a saúde mental dos trabalhadores é que além de trabalhadores essas pessoas são também mães, pais, filhos, pessoas em uma sociedade complexa e que precisam de atenção e valorização como seres humanos para continuarem vivendo. Cada indivíduo é e age de uma forma única, baseado em suas experiências, em seu sofrimento, em suas alegrias, e essa essência é que precisa ser preservada e respeitada. As pessoas parecem que com o tempo, frente a tantas barbaridades, estão perdendo o senso de humanidade e não podemos permitir que isso aconteça. Como Engenheiros de Segurança, podemos ser a peça chave para a colaboração desses ambientes sadios aos trabalhadores, que permitam que eles possam expressar suas forças e suas fraquezas para que empresa e trabalhadores se desenvolvam e cresçam em conjunto e que as pessoas sejam vistas como o bem maior não só das empresas, mas também da sociedade.

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