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A escuta cautelosa nos encontros iniciais: a importância do clínico analítico-comportamental ficar sob controle das nuances do comportamento verbal

Por:   •  26/10/2015  •  Trabalho acadêmico  •  965 Palavras (4 Páginas)  •  1.868 Visualizações

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REFERÊNCIA: SANTOS, G. M.; SANTOS, M. R. M.; MARCHEZINI-CUNHA, V. A escuta cautelosa nos encontros iniciais: a importância do clínico analítico-comportamental ficar sob controle das nuances do comportamento verbal. In: N. B. BORGES & F. A. CASSAS (org.). Clínica analítico-comportamental: aspectos teóricos e práticos. Porto Alegre: Artmed, 2012, p. 138 – 146.

 

Fichamento Resumo: A escuta cautelosa nos encontros iniciais: a importância do clínico analítico-comportamental ficar sob controle das nuances do comportamento verbal.

O texto referência trata da importância dos primeiros encontros para estabelecimento do vínculo entre cliente e clínico, e como esse vínculo pode ser criado através da escuta terapêutica atenta. Outro ponto importante são as interações verbais como forma de alcançar o objetivo desses encontros iniciais, ou seja, obter alguns pontos como a queixa, e suas possíveis contingências, e um programa de intervenção. Sendo que os papeis de falar e ouvir se alternam e criam um novo ambiente no qual novas relações podem se estabelecer como novas contingências para os comportamentos-alvo que levaram o cliente à terapia.

O papel do clínico durante esse momento do processo terapêutico é mais passivo, de maneira a exercer mais a escuta ou audiência não punitiva, ou seja, adotar uma postura de respeito, acolhimento e empatia com relação a fala do cliente, demostrando reconhecer sua atitude de se propor a terapia, bem como incentivando-o a prosseguir. Além disso, como a relação entre cliente e analista ainda não é concreta, a escuta deve ser cuidadosa, pois a situação de auto exposição, digo, falar a um estranho de maneira sincera sobre algo que é visto como “negativo” por outras pessoas e/ou a sociedade da qual o analista também faz parte, é muitas vezes desconfortável.

Uma das atitudes do cliente, frente a este desconforto, é testar o limite do que conseguiria calmamente contar sem ser rotulado, ou julgado, pelo seu ouvinte (no caso, o analista). Alguns comportamentos emitidos para esse “teste” são: dizer parcialmente, com poucos detalhes, atitudes punidas por alguém; falar sobre si, mas se referindo a outra pessoa ou algum meio de comunicação; questionar a opinião do analista sobre algum tema; contar algo que pensa fazer e logo explicar que não faria isso. Nesses casos, o cliente irá avaliar a reação do clínico, que deve ter uma postura diferenciada – a audiência não punitiva.

Segundo relatado no texto, Skinner considera a psicoterapia uma forma de controle do comportamento, sendo a audiência não punitiva essencial no início desse processo, porém pode demorar, pois o cliente precisa adquirir confiança de que o clinico não irá repreender seus comportamentos. Diante disso, o clínico deve, inicialmente, evitar a punição e, acolhendo, garantir que o cliente volte a agir da maneira que havia sido punida, podendo falar tranquilamente sobre isso e quem sabe agir diferente em seu dia a dia.

Essa forma de escuta, se mostra imprescindível para a conexão cliente-terapeuta e para o prosseguimento da análise, pois extingue alguns efeitos colaterais da punição, como o comportamento de fuga (mudar de assunto), esquiva (trazer outros assuntos, diferentes do que está incomodando) e a punição condicionada (o local da terapia se torna aversivo).

Considerando que o relato de uma pessoa para outra, até então desconhecida, tem poucas chances de ser completamente verossímil, se faz necessário observar cautelosamente não somente para fala, mas também, o que pode estar implícito, ou seja, o analista deve estar atento aos comportamentos verbais e não verbais: a fala, os gestos e as expressões faciais.

Comportamento verbal é parte da comunicação da pessoa – gestos, fala, escrita – e diz respeito a maior parte da análise. Trata-se de um comportamento operante, ou seja, através da relação indivíduo e ambiente, o indivíduo produz uma consequência que modifica o ambiente e é afetado por ela de tal maneira que pode ter a frequência do comportamento aumentada, diminuída ou extinguida. Assim, fica claro que o efeito que o relato tem sobre o clínico seleciona a maneira como o cliente irá continuar ou não tal relato.

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