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ABORDAGEM A P´SICOLOGIA

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Por:   •  18/9/2014  •  1.192 Palavras (5 Páginas)  •  521 Visualizações

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A ABORDAGEM EXISTENCIAL-HUMANISTA NA PSICOTERAPIA

Tereza Cristina S. Erthal

Resumo

Este artigo apresenta as bases e os aspectos mais relevantes da psicoterapia existencial-humanista. São destacados os conceitos de existência e liberdade da filosofia existencial e a base fenomenológica desta. A ênfase do humanismo na valorização da condição humana é descrita através do exame das noções de tendência atualizante e individualização. A comparação entre as duas vertentes identifica diversos pontos de convergência e divergência que são em parte superados na aplicação às questões da prática psicoterapêutica. Esta se qualifica como uma orientação voltada para a pessoa enquanto totalidade concreta, para a relação autêntica entre terapeuta e cliente, para o estímulo ao auto-conhecimento como instrumento de crescimento individual. A psicoterapia existencial-humanista surge, pois, como uma importante alternativa terapêutica capaz de se apresentar como uma opção atraente às psicoterapias psicanalíticas e behavioristas.

Discorrer sobre a abordagem existencial humanista em psicoterapia não é uma tarefa fácil, pois é o experienciar, o viver a experiência no aqui-e-agora, o seu principal objetivo. Transformar isso em linguagem não é o mesmo que revê-la, em sua forma mais autêntica. Alguém que pretenda descrevê-la, está fora como observador, e não como participante ativo.

O objetivo do presente artigo, entretanto, é a descrição do que vem a ser o processo psicoterápico nessa orientação, esperando ampliar o espectro de alternativas para uma forma mais aberta de tratamento, apoiado na relação pessoa-pessoa.

O modo de atuar terapêutico necessariamente reflete a filosofia sobre a qual a psicoterapia se apoia. O modo como o ser humano é visto dirige todo o trabalho terapêutico. Dessa forma, é apresentada, inicialmente, uma descrição sumarizada da psicologia humanista e da filosofia existencial que juntas formam o ponto de vista Existencial-Humanista. Posteriormente, são apresentados os pressupostos teóricos da referida abordagem e, finalmente, a terapia em si, enfatizando o papel do terapeuta e a resposta do cliente a esse tipo de atuação.

Abordagem existencial

O vocabulário da psicologia existencial já está impregnado na linguagem cotidiana; termos como “crise existencial”, “ansiedade existencial”, “medo do não-ser”, etc., são algumas expressões usadas livremente por pessoas e que mostram a ampla difusão que essa abordagem tem tido. Não sendo uma real escola psicológica, é uma atitude que tem influenciado quase todas as formas de terapia que surgiram em oposição à psicanálise ortodoxa. Aliando-se à chamada 3ª força em psicologia, a Psicologia Humanista, passou a ser considerada psicologia Existencial Humanista.

Estando intimamente relacionada com a filosofia existencial, é necessário recorrer a ela e a alguns dos seus conceitos considerados básicos para alcançar uma compreensão mais precisa de seus contornos.

Por existencialismo entende-se “o conjunto de doutrinas segundo as quais a filosofia tem como objetivo a análise e a descrição da existência concreta, considerada como ato e como uma liberdade que se constitui afirmando-se e que tem unicamente como gênese ou fundamento esta afirmação de si” (Jolivet). Não se trata de uma única doutrina, uma vez que cada filósofo existencial defende uma idéia que lhe é própria. Entretanto, existe algo de comum entre eles, que é a preocupação em compreender e explicar a existência humana. O existencialismo moderno surgiu na França e na Alemanha há mais de 40 anos. Parece não haver dúvida em que o pensamento filosófico existencial procede das meditações de Kierkegaard, mas Heidegger, Sartre, Jaspers, Nietzche e Bubber são também nomes importantes na expressão da convicção de que a realidade última somente pode ser encontrada na existência individual e concreta.

O existencialismo caracteriza-se, primeiramente, pela afirmação de que a “existência precede a essência”, muito enfatizada por Sartre. Até o século XIX, o pensamento predominante era intelectualista, já que a ambição era descobrir um meio de tornar a existência analiticamente inteligível. O pensamento racional deveria chegar à existência de forma transparente. A essência ficava, pois, em primeiro plano. E o que são essência e existência? A essência de uma coisa é o que resta despojando-se-lhe de todo o contingente. É a coisa em si sem precisar de algo que a qualifique. A existência, por outro lado, é algo concreto, definida por suas características peculiares. Dependendo da primazia de uma sobre a outra, a doutrina recebe o nome de existencialismo ou essencialismo.

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