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Análise Crítica Documentário - Diários de Classe

Por:   •  13/11/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.192 Palavras (5 Páginas)  •  152 Visualizações

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Professor: Cristiane Valéria da Silva                         04 de outubro de 2019

Disciplina: Psicologia e Políticas Públicas                        São João del-Rei – MG

Nome: Laura Resende Rodrigues e Rafaela Silva Carvalho

Análise crítica do filme documentário Diários de classe

O filme documentário Diários de Classe (2019) aborda questões sociais sobre o sistema de ensino, expondo os conceitos da desigualdade social, o preconceito racial e de gênero, e a injustiça. Ao apresentar as histórias de vida de três mulheres negras em seus contextos escolares, tais conceitos são expostos em suas próprias caracteres, evidenciando como é a luta pela educação e pela vida por pessoas que vivem em locais carentes ou que sofrem de alguma injustiça social.

A desigualdade, como comentada por Resende (2012), surge como uma questão social que fundamenta e permite a continuação do sistema capitalista. Pois, apesar do sistema capitalista pregar pela igualdade social e que ainda grande parte sociedade acredita, tal conceito é inconsistente, considerando que é pela desigualdade social que os ricos se manterão ainda mais ricos e os pobres ainda mais pobres. Nesse sentido, é a partir da perpetuação da desigualdade social que se encontra situações recorrentes, como as apresentadas no filme documentário, mostrando-se como um dos cernes para a situação de vida dessas três mulheres.

Uma das situações de vida apresentada no filme documentário, seria o da jovem transexual negra que vivia em abrigos devido a saída de casa por causa de preconceitos em sua família e ao seu redor. Ela relata que decidiu sair de casa após sofrer uma agressão por seu irmão e de amigos deste, e por continuar sendo ameaçada por se vestir de mulher. Ainda não sabia escrever seu nome social e, por sofrer preconceito na escola, não foi alfabetizada, além do fato de sua mudança constante de abrigo e, por fim, seu abandono. Em seu relato, sonhava em ser atriz ou recepcionista, querendo apenas ser uma ‘mulher normal’. Diante do exposto, pode-se correlacionar sua história com a realidade vivida pelas transexuais no Brasil, que lidera o ranking de violências contra essa classe. Ainda dentro do exposto, é possível ainda salientar o racismo, já que a jovem era negra, o que dificulta ainda mais sua vida, visto que o racismo se perpetua em grande proporção no país.

Outra situação era o de uma mulher negra em um presídio feminino contando sua história e a busca pela alfabetização poder aprender e compreender as razões do porquê foi presa, visto que se considerava inocente e queria buscar por sua liberdade. O presídio feminino a proporcionou o acesso a escolaridade. É possível observar diante desse caso o quão seletiva é a educação no Brasil, pois a "personagem" só obteve um processo de alfabetização "concreta" no presídio. Além de poder ainda salientar a justiça falha brasileira, em que há uma demora no processo para o julgamento, como também nas acusações.

E por último, a situação de uma mulher negra que trabalhava como empregada doméstica em uma mesma casa por muitos anos. Ela começou a estudar a noite em uma escola com turmas para alunos adultos, como a EJA. Observa-se o quanto de dificuldade existe na conciliação trabalho e estudos nas classes baixas, que se encontram totalmente dependentes do serviço colocando-o acima de todas as circunstâncias, dificultando totalmente o processo de alfabetização.

Dessa forma, nota-se que as mulheres apresentas no filme documentário não foram alfabetizadas, evidenciando a questão da desigualdade social, visto que nem todos conseguem acesso à educação por suas condições de vida econômica e social. A deficiência do sistema educacional, principalmente atrelado a pobreza, é uma problemática social que as políticas públicas veem como uma vulnerabilidade a ser ‘combatida’. Além disso, considerando os relatos das mulheres negras no filme documentário e a história do Brasil, além de ser produto do capitalismo, a desigualdade social constitui-se também como um fator político e de interesse local propiciado pelos resquícios do período escravocrata (Souza, 2006).

As políticas públicas, conjunto de normas orientadoras de práticas sociais que defendem os direitos dos indivíduos na sociedade, busca no sistema capitalista a equidade para todos os indivíduos, principalmente, os que sofrem de injustiça social. Nesse sentido, as políticas públicas na educação visam atender as necessidades a partir do contexto em que a pessoa se insere. Dado o exposto, identifica-se no documentário a importância de tal aplicação, como no caso da jovem transexual, em que não houve sua adesão ao ensino e que ao final acabou abandonando-o, pois, é possível analisar que o contexto de toda uma vida por trás da pessoa tem influencia diretamente em como vivencia o presente, quais suas pretensões e visões.

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