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Atividade discursiva de Homem, Cultura e sociedade.

Por:   •  26/5/2017  •  Dissertação  •  576 Palavras (3 Páginas)  •  1.506 Visualizações

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Para adentrarmos no assunto Identidade Nacional, torna-se indispensável que compreendamos antes uma tríade de fatores que condicionam e  potencializam esse fenômeno: Territorialidade, Estruturação Militar e  Comércio.

Na tentativa de se consolidarem como nações autônomas (cultural, política e economicamente) quase todos os países utilizaram mecanismos similares para realização deste feito. De início, precisaram delinear, administrativamente, os limites geográficos de suas terras, promovendo  clara distinção territorial entre os estados. Desse modo, o discurso geográfico foi, sem dúvida, um elemento central na consolidação do sentimento de pátria (ALLIES, 1980). Por conseguinte, as nações necessitaram estruturar-se bélica e militarmente, afim de proteger e manter tais divisas. E por último, tiveram que implantar barreiras comercias, visando o protecionismo econômico e o livre fluxo de mercadorias no âmbito nacional. É a partir dessas condições que se edificarão as bases que sócio-político-economicamente diferenciarão as nações entre si, ou seja, a identidade nacional. Não à toa, é somente a partir da primeira metade do século XIX que se verifica uma busca intensiva por elementos de caráter identitário, haja vista que, segundo nos assinala GULBERG (1998), é somente neste período que tais condições mostram-se favoráveis,  sobretudo a partir do surgimento e consolidação da figura Estatal.

Por estas razões, no âmbito nacional, é somente após a Proclamação da República Brasileira e, portanto, da deterioração do regime dinástico e o reconhecimento da autonomia territorial atrelada ao estabelecimento de um novo regime governamental, que os interesses voltaram-se intensamente à procura e à criação de elementos fundamentalmente nacionais (Bandeira, Hino Nacional, Monumentos, etc) como forma de enaltecimento da consolidação política da nação e legitimação do poder estatal ascendente, denotando que as representações do mundo social brasileiro, assim construídos, embora aspirassem à universalidade de um diagnóstico fundado na razão foram, na verdade, determinados pelos interesses do grupo que o forjaram (SENRA, 2014, p.8 (adaptado)

Com o advento da globalização, entretanto, o cenário mundial mudou radicalmente, pois tal fenômeno, caracterizado por impelir as nações a se interrelacionarem, de maneira que as fronteiras entre estas tornaram-se cada vez mais tênues, haja vista que, o ideal globalizante faz com que os países (atendendo a necessidades e interesses comerciais) se reúnam em blocos, derrubem barreiras comercias e promovam a livre circulação de pessoas, cujos estados compõe tais acordos. Já no plano político, o fenômeno globalista, por meio da construção de entidades e órgãos supranacionais em detrimento das forças políticas locais, puseram em xeque a até então soberania estatal dos países, descaracterizando-os culturalmente e potencializando e o apreço pela busca de uma identidade global.

No Brasil, isto não se dá de forma diferente e, acabou por ocasionar o aparecimento de grandes movimentos artísticos voltados a reivindicação da valorização da cultura local, como é o caso do Movimento Antropofágico, instituído por Tarcila do Amaral e Oswaldo de Andrade e que propôs um "canibalismo cultural", isto é, que devorássemos a cultura alheia em prol de uma genuinamente brasileira.

Em resumo, podemos concluir que apesar da intensa influência exercida pela ascenção globalista, ainda é possível mantermos as diferenças e singularidades locais se seguirmos o conselho elementar dos antropofágicos: "não propague, não copie, mas coma a cultura do outro e construa a sua".

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