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CIÊNCIA E SENSO COMUM

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Por:   •  19/9/2013  •  Resenha  •  1.282 Palavras (6 Páginas)  •  667 Visualizações

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CIÊNCIA E SENSO COMUM

Quantas vezes, no nosso dia-a-dia, ouvimos o termo psicologia?

Qualquer um entende um pouco dela. Poderíamos até mesmo dizer que

“de psicólogo e de louco todo mundo tem um pouco”. O dito popular não

é bem este (“de médico e de louco todo mundo tem um pouco”), mas

parece servir aqui perfeitamente. As pessoas em geral têm a “sua

psicologia”.

Usamos o termo psicologia, no nosso cotidiano, com vários

sentidos. Por exemplo, quando falamos do poder de persuasão do

vendedor, dizemos que ele usa de “psicologia” para vender seu produto;

quando nos referimos à jovem estudante que usa seu poder de sedução

para atrair o rapaz, falamos que ela usa de “psicologia”; e quando

procuramos aquele amigo, que está sempre disposto a ouvir nossos

problemas, dizemos que ele tem “psicologia” para entender as pessoas.

Será essa a psicologia dos psicólogos? Certamente não. Essa

psicologia, usada no cotidiano pelas pessoas em geral, é denominada de

psicologia do senso comum. Mas nem por isso deixa de ser uma

psicologia. O que estamos querendo dizer é que as pessoas,

normalmente, têm um domínio, mesmo que pequeno e superficial, do

conhecimento acumulado pela Psicologia científica, o que lhes permite

explicar ou compreender seus problemas cotidianos de um ponto de vista

psicológico.

É a Psicologia científica que pretendemos apresentar a você. Mas,

antes de iniciarmos o seu estudo, faremos uma exposição da relação

ciência/senso comum; depois falaremos mais detalhadamente sobre

ciência e, assim, esperamos que você compreenda melhor a Psicologia

científica. [pg. 15]

O SENSO COMUM:

CONHECIMENTO DA REALIDADE

Existe um domínio da vida que pode ser entendido como vida por

excelência: é a vida do cotidiano. É no cotidiano que tudo flui, que as

coisas acontecem, que nos sentimos vivos, que sentimos a realidade.

Neste instante estou lendo um livro de Psicologia, logo mais estarei

numa sala de aula fazendo uma prova e depois irei ao cinema. Enquanto

isso, tenho sede e tomo um refrigerante na cantina da escola; sinto um

sono irresistível e preciso de muita força de vontade para não dormir em

plena aula; lembro-me de que havia prometido chegar cedo para o

almoço. Todos esses acontecimentos denunciam que estamos vivos. Já

a ciência é uma atividade eminentemente reflexiva. Ela procura

compreender, elucidar e alterar esse cotidiano, a partir de seu estudo

sistemático.

Quando fazemos ciência,

baseamo-nos na realidade cotidiana e

pensamos sobre ela. Afastamo-nos

dela para refletir e conhecer além de

suas aparências. O cotidiano e o

conhecimento científico que temos da

realidade aproximam-se e se afastam:

aproximam-se porque a ciência se

refere ao real; afastam-se porque a

ciência abstrai a realidade para compreendê-la melhor, ou seja, a

ciência afasta-se da realidade, transformando-a em objeto de

investigação — o que permite a construção do conhecimento científico

sobre o real.

Para compreender isso melhor, pense na abstração (no

distanciamento e trabalho mental) que Newton teve de fazer para,

partindo da fruta que caía da árvore (fato do cotidiano), formular a lei da

gravidade (fato científico).

Ocorre que, mesmo o

mais especializado dos

cientistas, quando sai de

seu laboratório, está

submetido à dinâmica do

cotidiano, que cria suas

próprias “teorias” a partir

das teorias científicas, seja

como forma de “simplificálas”

para o uso no dia-a-dia,

ou como sua maneira peculiar de interpretar fatos, a despeito das

considerações feitas pela ciência. Todos nós — estudantes, psicólogos,

físicos, artistas, operários, teólogos — vivemos a maior parte do tempo

esse cotidiano e as suas teorias, isto é, aceitamos as regras do seu jogo.

[pg. 16]

O fato é que a dona de casa, quando usa a garrafa térmica para

manter o café quente, sabe por quanto tempo ele permanecerá

razoavelmente quente, sem fazer nenhum cálculo complicado e, muitas

vezes, desconhecendo completamente as leis da termodinâmica.

Quando alguém em casa reclama de dores no fígado, ela faz um chá de

...

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