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Cultura e Desenvolvimento: Reavaliando o Problema do Pêndulo (Resenha)

Por:   •  11/7/2016  •  Resenha  •  1.859 Palavras (8 Páginas)  •  294 Visualizações

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Cultura e desenvolvimento: Reavaliando o problema do Pêndulo

O texto abordado trata do método piagetiano sobre o pensamento operatório-formal, o desenvolvimento humano. Tendo um procedimento qualitativo como base para avaliar o pensamento operatório-formal através do método do pêndulo.

Nesse trabalho dentre outras coisas foi investigado o desempenho de sujeitos com diversas faixas etárias de 10 a 14 anos, e diferentes tipos de experiências socioculturais e educacionais, como pedreiros e universitários de ciências humanas e exatas.

A teoria piagetiana sobre o pensamento operatório-formal apresenta uma série de problemas teóricos e sérios e perguntas não respondidas que precisam ser analisadas com cuidado.

Isso significa que ainda existe uma necessidade de estudos mais compreensivos, determinar o impacto de variáveis fundamentais, tais como: classe social, cultura, sexo, educação, dentre outros.

O problema do pêndulo avalia a capacidade de um sujeito determinar ou isolar quais os fatores que condicionam as oscilações de um pêndulo formado por um peso suspenso numa haste por meio de um barbante.

Componentes a serem levados em consideração no problema: a altura de lançamento do peso, a força com que o peso é lançado, a massa do peso e o comprimento do fio.

A solução do problema é pensar em cada fator que possa explicar a velocidade das oscilações. Efetuadas todas as combinações possíveis, o fator causal pode ser identificado, que exclui os demais fatores por tentativa e erro.

Indivíduos no estágio operacional concreto começam a manipular os pesos, mas sem levar em consideração todas as combinações possíveis. Os sujeitos que já avançaram para o estágio operatório-formal, por sua vez, são capazes de pesquisar sistematicamente a solução do problema, eles refletem sobre os seus próprios processos de pensamento, o seu raciocínio envolve operações formais, a formulação de hipóteses e uma dedução lógica a partir dos resultados de tentativas.

Sommerville realizou uma investigação em uma amostra de crianças entre 10 e 14 anos de idade, na transição do operatório concreto para o operatório formal, utilizando a tarefa do pêndulo.

Elaborou um sistema de avaliação na resolução do problema do pêndulo, o método de experimentação e o conteúdo das conclusões alcançadas. Através dessa combinação, categorizaram-se os níveis de desempenhos das crianças em nove subestágios.

Os resultados baseiam-se nas explicações encontradas por Inhelder e Piaget para descrever a transição do pensamento operatório concreto para o pensamento operatório formal, para explicar os diferentes estágios de desenvolvimento, foi confirmada.

Os resultados levaram um problema para a teoria piagetiana, enquanto para Inhelder e Piaget, operatório-formal, a capacidade de experimentação, os resultados do estudo Sommerville, indicam que não necessariamente existe uma estreita relação entre capacidade de experimentar e capacidade de raciocinar corretamente.

Sommerville também detectou que, enquanto os escores relativos ao conteúdo das conclusões melhoram de forma uniforme com a idade, os escores relativos ao método de experimentação não apresentam este melhoramento uniforme como se deveria esperar.

A partir de alguns questionamentos, foram elaborados, tendo como base os estudos de Lovell e Sommerville, critérios mais objetivos de aferição da tarefa do pêndulo. Em seguida, aplicou-se a tarefa do pêndulo a diversos grupos de sujeitos, adolescentes de 10 a 14 anos de idade, pedreiros e universitários, das áreas de ciências humanas e ciências exatas.

Foi avaliado através do sistema de avaliação qualitativa piagetiano e dos novos critérios de avaliação qualitativos, diferenciar os processos de pensamento de sujeitos de idades experiências socioculturais diferenciadas.

A amostra foi constituída por três grupos de sujeitos, o grupo de adolescentes teve 49 jovens de classe média, o grupo de universitários teve 38 sujeitos e o grupo dos pedreiros teve um total de 20 sujeitos, material usado: cinco pesos de massas diferentes, um aparato, três cordas de comprimentos diferentes e um quadro fixado numa parede.

A tarefa piagetiana do pêndulo resume-se em descobrir o que é que determina a frequência da oscilação de um pêndulo formado pelos materiais apresentados. Em outras palavras, o sujeito tem que calcular, dentre as variáveis envolvidas, qual fator ou combinação de fatores determina a velocidade de oscilação.

A questão investigada é a verificação de se e como o sujeito consegue descobrir que, no movimento do pêndulo, a frequência das oscilações é determinada exclusivamente pelo comprimento do barbante.

Os dados da folha de anotações junto com as gravações foram interpretados independentemente por dois juízes treinados para tal fim, os quais avaliaram os dados fornecidos sem conhecer a identidade do sujeito, sua idade ou tipo de experiência pessoal.

Fazendo-se uso da avaliação tradicional piagetiana, observa-se uma vantagem dos adolescentes mais velhos no que dia respeito ao estágio de desenvolvimento cognitivo.

A avaliação piagetiana tradicional não revelou diferenças apreciáveis entre os sujeitos universitários de ciências humanas e ciências exatas, ao menos no que diz respeito à produção dos que foram classificados em cada um dos estágios. A avaliação quantitativa do processo de pensamento, ao contrário do que ocorreu na avaliação piagetiana tradicional, revelou existirem certas diferenças entre os alunos de ciências humanas e os alunos de ciências exatas no que diz respeito ao comportamento cognitivo.

Os alunos de ciências exatas apresentam nítida superioridade em relação aos de ciências humanas, diferença no qual não foi significativa.

A avaliação piagetiana tradicional diferencia bem adolescentes, universitários e pedreiros, no que diz respeito ao pensamento operatório-formal. Enquanto os pedreiros apresentaram uma maior proporção de indivíduos nos dois primeiros estágios, os universitários apresentaram a maior proporção de indivíduos no último estágio. Os adolescentes por outro lado, apresentaram uma maior distribuição dos sujeitos nos estágios intermediários.

Uma comparação estatística entre os três grupos, através do teste Kruskal-Wallis, revelou uma diferença altamente significativa.

É interessante notar o contrastante nível de desempenho dos pedreiros em relação aos outros grupos quanto ao método. Enquanto no primeiro os mesmos apresentaram um nível de desempenho significativamente inferior ao dos outros grupos. Nos demais itens apresentam níveis de desempenho significativamente melhores do que o dos universitários e no último o desempenho é também superior ao dos adolescentes de 10-11 anos.

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