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Dejours

Tese: Dejours. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  20/9/2014  •  Tese  •  632 Palavras (3 Páginas)  •  384 Visualizações

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Jacques Christophe Dejours foi o responsável pela evolução da psicopatologia do trabalho. Ele promoveu uma enorme contribuição à saúde mental através de pesquisas sobre o trabalhador e as relações trabalhistas.

A psicopatologia do trabalho, disciplina criada por Le Guillant, era uma clínica de afecções mentais, num contexto quando havia mais domínio na patologia profissional somática. Dejours 1 aponta que nos anos 70, como consequência primordial dos eventos Maio de 68 (uma greve geral estala em França que rapidamente adquire significado e proporções revolucionárias), emerge lentamente uma demanda social sobre as condições psicológicas do trabalho e suas consequências sobre a saúde, entre os trabalhadores menos qualificados, sobre os quais convergiram, depois de muitos anos as preocupações sociais e políticas (como os estudos e legislações elaboradas a respeito do abuso moral).

Dejours deu seguimento às pesquisas no neste campo e afirmava que a psicanálise não tinha nada a dizer sobre o trabalho, mas sim uma questão a colocar: no trabalho contemporâneo, qual é o lugar do Desejo e qual é o lugar do Sujeito? Ele iniciou seus estudos de psicopatologia do trabalho, no intuito de analisar o potencial psicopatológico do trabalho, pela a análise dinâmica dos processos psíquicos mobilizados pela confrontação do sujeito com a realidade do trabalho. Dinâmico: porque toma como centro de gravidade os conflitos que surgem entre o sujeito e a realidade pré-existente que, em grande parte, ele não pode alterar. Cada um tem um funcionamento psíquico próprio, fruto de sua história de vida singular.

Ele descobriu o ponto chave desta análise: todas as pressões aparecem como decorrentes da organização do trabalho. Essa organização se divide por um lado na organização de tarefas (modo operatório). Por outro lado, a organização se dá pela divisão de homens, ou seja, divisão da responsabilidade, hierarquia, comando, controle, etc. Nas relações interpessoais essas divisões mobilizam, respectivamente, o sentido (o interesse) para o sujeito, e os investimentos afetivos, como amor e ódio, amizade, solidariedade, etc. Contudo, ele não encontrou em suas pesquisas quadros psicopatológicos associados ao trabalho; não havia uma doença mental caracterizada. Havia o indivíduo, que se interpõe entre as pressões do trabalho e a doença mental, capaz de reagir e se defender.

As reações de defesa do indivíduo são fortemente influenciadas pelo seu passado e sua estrutura da personalidade. Cada um tem uma estrutura mental com caracteres supostamente invariáveis e estáveis, que determina a forma como a doença se desenvolverá, caso ocorra a descompensação (desequilíbrio entre as pressões e suas defesas). Assim, ele renunciou a perspectiva causalista, não podendo o comportamento ser determinado pelas pressões do trabalho, ou por sua própria vontade. “A problemática é então submetida a uma reviravolta epistemológica: não se trata mais de pesquisar, observar ou descrever as doenças mentais do trabalho, mas de considerar que em geral, os trabalhadores não se tornam doentes mentais do trabalho. Será, neste caso, considerar a ‘normalidade’ como um enigma: como fazem os trabalhadores para resistir às pressões psíquicas do trabalho e para conjurar a descompensação ou a loucura?” 2

Redefinindo o objeto de estudo: o sofrimento passou a ser

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