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O ADOECIMENTO MENTAL NA PERSPECTIVA DA CLINICA DO TRABALHO DE CHRISTOPHER DEJOURS: UM ESTUDO TEORICO

Por:   •  30/10/2017  •  Trabalho acadêmico  •  943 Palavras (4 Páginas)  •  476 Visualizações

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ILKA LIRA BRITO

AS RELAÇÕES DE TRABALHO E A VIDA PSÍQUICA: Um olhar da Clínica Psicodinâmica do Trabalho de Christophe Dejours

Recife, 2017


AS RELAÇÕES DE TRABALHO E A VIDA PSÍQUICA: Um olhar da Clínica Psicodinâmica do Trabalho de Christophe Dejours

O ADOECIMENTO MENTAL NA PERSPECTIVA DA CLINICA DO TRABALHO DE CHRISTOPHER DEJOURS: UM ESTUDO TEORICO

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Nome do Candidato: Ilka Lira Brito

Linha de Pesquisa: Saúde

Nome do Orientador: Alexandre Nunes dos Santos

Junho, 2017

Resumo

1. Introdução

2. Objetivo geral

Compreender como ocorre o adoecimento mental nas organizações de trabalho sob a ótica analítica da clínica Psicodinâmica do trabalho de Christopher Dejours.

2.1.        OBJETIVOS ESPECIFICOS:

  • Estudar o campo da saúde mental no trabalho;
  • Definir adoecimento mental em Dejours;
  • Relacionar trabalho e saúde mental;
  • Identificar as características da clínica psicodinâmica do trabalho de Christopher Dejours;

4. Justificativa

Segundo (Codo; Soratto; Vasques-Menezes, 2014), o trabalho é tão importante quanto a sexualidade na construção da psique humana, logo, os espaços organizacionais podem ser geradores de sofrimento uma vez que sua dinâmica é constituída por uma pluralidade de fatores: histórico de vida do sujeito, cultura organizacional, condições de trabalho, etc., portanto, se entendermos melhor como se dá essa dinâmica, saberemos mais sobre nós mesmos. Nenhuma pessoa está imune ao adoecimento mental. O ser humano não se realiza em si mesmo mas precisa do outro para construir uma identidade. Partindo deste princípio é possível afirmar que o trabalho é um dos espaços de realizações dessa identidade. E por isso os estudos voltados a essa temática se fazem importantes para o delineamento saudável das formas organizacionais de trabalho.

4. Revisão bibliográfica

Recortes Históricos

Desde os primórdios o homem exerce atividades que se traduzem como trabalho. Na Era Paleolítica o homem da caverna saia para caça e coleta de alimentos para sua sobrevivência. Com o passar dos séculos o trabalho foi ganhando um lugar de identificação na vida do homem, deixando de ser apenas uma questão de sobrevivência. Após a II Guerra Mundial, com a introdução das indústrias nos centros urbanos e o Capitalismo Industrial, cresce o número de trabalhadores doentes, contudo, sem muita relevância para os adoecimentos de ordem psíquica. Nesse mesmo período a doença mental ainda era considerada loucura - os indivíduos que fossem acometidos com doenças que o saber médico desconhecia, eram jogados em Instituições Psiquiátricas para Alienados Mentais.

Não faz muito tempo que o Ocidente deu o status de doença mental ao que era considerado loucura (Foucault, 2000, p. 52). O surgimento da Psicanálise entre final do século XIX e início do século XX inaugura um momento importante para o futuro das concepções sobre a vida psíquica. O sofrimento psíquico passa a ganhar um sentido interno e não externo como acreditava-se. Segundo Jacques (apud Dejours 2007), a posição em que a Psicanálise foi colocada no âmbito da psicologia clínica, dificultou o desenvolvimento da Psicopatologia do trabalho -  a visão psicanalítica do sujeito não considerava suas relações com o trabalho geradoras de conflitos internos.

Os estudos sobre psicopatologia do trabalho ganharam força com as obras críticas do médico e psicanalista francês Christophe Dejours, ao modelo taylorista/fordista de trabalho do século XX, disseminado em larga escala, que possibilitou a visibilidade dos efeitos do trabalho sobre a saúde mental  e física dos trabalhadores; em consequência de jornadas de trabalho prolongadas, as chamadas “horas extras”; aceleração dos processos de produção que por sua vez geram fadiga física e mental; automação industrial, entre outros indicadores de estresse. Surge então a necessidade de estudar mais profundamente as relações de trabalho com o adoecimento psíquico. Esse foi um momento histórico importante para psicologia do trabalho, pois, representou uma aproximação definitiva entre a psicologia e as relações de trabalho. Carrasqueira e Barbarini (2010), apontam para importância das obras de Dejours que segundo as autoras “tinha, inicialmente, bases na psicopatologia do trabalho, porém com o avanço das pesquisas e a incorporação de conceitos advindos da ergonomia, da sociologia e da psicanálise, evoluiu para uma compreensão original, configurando uma teoria própria”. Para Heloani (apud Dejours 2003), a psicopatologia clássica estava enclausurada no modelo biomédico da fisiopatologia das doenças que emergem no corpo; hegemônico, centrado na doença, linear e uni causal (grifo meu). Com isso Dejours inaugura uma nova concepção da psicopatologia que mais tarde virá a ser chamada de Clínica Psicodinâmica do Trabalho.

Retrocedendo um pouco a história encontramos em Hegel e Marx no contexto europeu do século XIX, pensamentos que corroboram para explicar a relação saúde-doença ligadas ao trabalho. Em Hegel (1985): “o homem, mediante o trabalho, transforma o mundo ao mesmo tempo em que transforma a si mesmo, humanizando-se”. Marx (1983): “o trabalho se apresenta como condição básica para a emancipação humana e como atividade fundamental e responsável pelo processo de hominização”. (JACQUES, 2007). Partindo destes pressupostos é possível enxergar que a relação entre prazer e sofrimento estão estreitamente ligadas aos modelos de organização do trabalho. Para Foucault (2000) “[...] a doença só tem realidade e valor de doença no interior de uma cultura que a reconhece como tal” (p. 85). Isso significa que a relação normal-anormal e saúde-doença, se inscreve na realidade de uma cultura e se hegemoniza como tal.

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