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Educação Como Exercicio De Poder

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Por:   •  16/4/2013  •  649 Palavras (3 Páginas)  •  772 Visualizações

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Educação como Exercício do Poder:

implicações para a prática escolar democrática

Vitor Henrique Paro*

Neste artigo estudaremos a relação entre poder e educação . Acreditamos que a compreensão da educação como exercício do poder pode trazer maior clareza sobre como se efetiva o processo pedagógico, contribuindo para sua maior eficácia, além de facilitar a concepção de uma prática escolar mais democrática e de uma organização da escola mais condizente com essa prática. Comecemos por examinar o que significa tomar a educação como exercício do poder, o que exige de imediato tornar mais claro o significado desses dois termos: poder e educação.

Educação

Para uma compreensão mais ampla e profunda da educação é preciso, preliminarmente, considerar os usos comuns do termo com vistas a diferenciá-los do significado mais rigoroso que pretendemos lhe dar. Na linguagem comum, educação é normalmente associada a ensino, quer para servir-lhe de sinônimo, quer para dele diferenciar-se. O uso diferenciado se dá, em geral, no senso comum, quando se associa a educação ao campo dos valores e das condutas, aquela por meio da qual se propicia ao educando formação moral e disposição à prática dos bons costumes e associa o ensino à passagem de conhecimentos e informações, contidos nas disciplinas teóricas ou nas ciências de um modo geral e que são úteis para a vida em geral ou para o exercício de uma ocupação. Nesse modo diferenciado de entender a educação e o ensino, a primeira é geralmente imputada ao lar ou ao seio da família e o segundo é atribuído à escola. Na conversa com pais de alunos, e mesmo com professores, se costuma ouvir que a educação se dá em casa e que na escola é o lugar da instrução (outro nome dado ao ensino para enfatizar seu caráter mais instrumental). Mas esses dois termos são também usados generalizadamente como sinônimos tanto no senso comum quanto nos meios acadêmicos, quando, por exemplo, se diz indiferenciadamente “educação básica” e “ensino básico”, para referir-se a questões ligadas a esse nível de ensino (ou de educação), ou quando se diz, indistintamente, “sistema de ensino” e “sistema de educação”, “ensino pré-escolar” e “educação pré-escolar” etc.

Mas o que é mais importante na concepção de educação do senso comum não é se o termo é ou não utilizado como sinônimo de ensino, mas a forma anticientífica como se concebe a maneira pela qual a educação (ou o ensino) se realiza. Para a imensa maioria das pessoas a aparência da relação entre dois indivíduos que se comunicam é que acaba por prevalecer, e se acredita que educação (ou ensino) é a simples passagem de conhecimentos e informações de quem sabe para quem não sabe. Mesmo quando se trata de desenvolvimento de condutas e de aquisição de valores, a forma de educar consiste predominantemente na passagem verbalizada (oral ou escrita) de conhecimentos e de informações de quem educa para quem é educado. Nesse processo, o mais importante é o conteúdo a ser transmitido, aparecendo o educador como simples provedor dos conhecimentos e informações e o educando como simples receptáculo desses conteúdos. O que conta é o conteúdo, que pode ser mais ou menos rico, dependendo de

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