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Filhos Do Crack

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Por:   •  2/11/2014  •  10.371 Palavras (42 Páginas)  •  334 Visualizações

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DROGAS NO SÉCULO XXI:

“Filhos Do Crack”

Belo Horizonte

2º sem./2014

DROGAS NO SÉCULO XXI:

“Filhos Do Crack”

Trabalho Interdisciplinar Dirigido I, apresentado como requisito para obtenção de certificado do primeiro módulo de avaliação do curso de Psicologia do Centro Universitário UNA.

Professora orientadora: Andrea Barreto.

Belo Horizonte

1º sem./2014

Capitulo 1

1.1 Definição de Vício

1.1.1 O que é vício

vi.ci.o

1 Hábito prejudicial e repetitivo. 2 Prática frequente de um ato reprovável. 3 Dependência física ou psicológica do consumo de uma substância maléfica. 4 Costume nocivo à saúde. 5 Erro de ofício capaz de tornar nulo o ato jurídico. 6 Defeito ou imperfeição. 7 Falha ou defeito oculto no produto capaz de torná-lo impróprio para o uso a que se destina ou de lhe diminuir o seu valor.

A palavra vício não é exatamente um termo do campo psiquiátrico, nem do psicanalítico. Para o psiquiatra e psicanalista Durval Mazzei, membro da Seção São Paulo da Escola Brasileira de Psicanálise, a definição para vício é:

Creio que podemos definir isso quando uma determinada característica particular do ato, do pensamento, da vontade de um sujeito suplanta qualquer alternativa de vida, mesmo aquelas que são classicamente consideradas atividades de prazer.

Um bom exemplo para o caso seria que para um viciado em internet, ele nunca deixaria um joguinho online de futebol para ir jogar futebol pessoalmente. Um dependente de drogas não vai fazer sexo sem usar droga. Resumindo, é quando um traço particular vence a vontade, a ideia, o desejo, perante qualquer outra atividade que ele possa fazer.

1.1.2 Dependência química vs. psicológica

Esclarecendo a diferença da dependência química com a psicológica, Mazzei explica que a diferença evidente que se dá ao olhar é que na dependência química o sujeito conta com alguma coisa que tem um efeito que, num primeiro momento é no seu corpo, que faz com que ele tenha certa vivência integral, com prazer, sensação, pensamento, a partir do encontro do corpo com uma substância nele introduzida. E as outras dependências - com a exceção do jogo - são normalmente relacionadas a objetos que o mundo da tecnologia nos propõe.

Penso nesses objetos como "condensadores de gozo, de prazer": é como se toda a economia de prazeres corporais ficasse relacionada diretamente ou a um objeto ou a uma determinada ação. É uma posição de um sujeito que se submete a um objeto.

No caso em que o viciado associa o “alvo” de seu vício a um objeto, o sentimento de compulsão e prazer é parecido ao de um viciado em drogas, e capaz de gerar sintomas psíquicos e fisiológicos. Os circuitos cerebrais também são parecidos e envolve neurotransmissores associados ao prazer, como a noradrenalina, a dopamina e a endorfina.

1.1.3 Prazer, endorfina

O vício pode ser entendido como o resultado de reações químicas no cérebro, que geraram a liberação de endorfinas no organismo de uma determinada pessoa. Essas reações químicas podem acontecer de forma induzida por substâncias químicas ingeridas ou de forma induzida por fatores endógenos. A forma induzida por substâncias químicas seria, por exemplo, por meio da introdução de drogas no organismo, sejam elas ilícitas ou não; a forma induzida por fatores endógenos é aquela que acontece sem a necessidade do uso de drogas, como por exemplo, durante um orgasmo.

1.1.4 Vício vs. Obsessão vs. Compulsão

Ob.ses.sao

ação de obsedar, de importunar.

sentimento, ideia, conduta que se impõe a uma pessoa atingida por uma neurose obsessiva.

ideia fixa, preocupação constante.

com.pul.são

ação ou efeito de compelir.

exigência interna que faz com que o indivíduo seja levado a realizar certa coisa, a agir de determinada forma etc.

Obsessão é algo que se restringe ao pensamento; compulsão é algo que vai para o ato. Mas normalmente é um pensamento obsessivo que leva a um ato compulsivo. É possível, no entanto, um sujeito compulsivo sem obsessão, e vice-versa.

Para Durval, às vezes existe, relacionado ao uso de drogas, aquilo que alguns psiquiatras chamam de co-morbidade:

Por exemplo, pode-se diagnosticar uma fobia num viciado em internet. Um sujeito fóbico não gosta de lugares desconhecidos, de conhecer pessoas novas, gosta de todas as coisas nos seus devidos lugares, nada pode fugir disso etc. De repente, ele percebe que a internet para ele é um paraíso. Ele visita o mundo [de uma forma] totalmente sob seu controle; caso uma imagem o ofenda, ele tira ela de lá; ele faz contatos, conversa com pessoas, e não vive a presença do corpo do outro, que é algo ruim para um fóbico. Também podemos encontrar um obsessivo-compulsivo clássico que encontrou como objeto de sua obsessão/compulsão não o fato de lavar muito as mãos, averiguar se desligou bem o gás, etc, mas sim jogar bingo, que é um ato tão estereotipado, repetitivo e pouco criativo como aqueles. É bom que psiquiatras e psicanalistas estejam advertidos sobre essa questão, de que eventualmente pode haver um cruzamento de fatores que pode ou não se casar com outra

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