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Grandes Pensadores

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Por:   •  7/10/2014  •  2.811 Palavras (12 Páginas)  •  318 Visualizações

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Com base em um rico passado para a psicologia, podemos afirmar que o pensamento psicológico sofreu uma série de alterações ao decorrer dos anos. No início, em vários países da Europa e também nos Estados Unidos nasciam esforços para o desenvolvimento de uma ciência que fosse capaz de solucionar os problemas humanos, a utilização de diversas perspectivas culminou em uma dispersão desses pensamentos.

Wilhem Wundt introduziu a psicologia como sendo uma disciplina acadêmica oficial, criando o primeiro laboratório na Universidade de Leipzig, em 1879. Deu a ela o nome de Psicologia Exprimetal preocupado com o rigor da quantificação. Wilhelm Wundt (1832-1920), amparado pelas críticas de Comte à utilização de uma metodologia introspectiva para o estudo dos processos mentais, recorreu tanto ao método experimental para os estudos desenvolvidos pela Psicologia fisiológica quanto ao método histórico para a investigação da Psicologia dos povos (Penna, 1997)

O breve contexto apresentado configura certas peculiaridades do saber e do pensar psicológico que se desdobram em “um espaço de dispersão”, constituído pela utilização de diversas perspectivas epistemológicas, metodológicas e conceituais. com base em um breve percurso sobre a história da Psicologia apoiado nas condições que concorreram para a produção das diversas teorias e sistemas que constituíram o projeto da Psicologia como ciência independente, dialogando-se com texto de Bruno Latour (1994) para empreender tal dispersão como constituinte do saber psicológico. A Psicologia científica, vinculando-se à influência do Positivismo, revelava a idéia de uma Psicologia capaz de se fundamentar no modelo da Física

Apesar dessa abertura para a dimensão sócio-cultural dos fenômenos psíquicos, Wundt não renunciou à condição de cientista e idealizou uma disciplina híbrida, por ele denominada de Psicologia Experimental, em que combinava os papéis do filósofo e do fisiologista de laboratório. Recorreu tanto aos métodos experimentais das ciências naturais a fim de adaptá-los à nova ciência quanto à análise dos fenômenos culturais pelos métodos comparativos da Antropologia e da Filosofia. Assim, Wundt considerou que a Psicologia individual poderia ser complementada com o estudo do coletivo: “Psicologia dos Povos”, que focalizaria a linguagem, os mitos e os costumes. Por esse enfoque, reconheceu a importância do contexto social para a compreensão da consciência individual.

A Psicologia foi constituída abarcando duas perspectivas: uma,experimental com foco no estudo dos processos elementares da consciência, e outra, coletiva enfocando o estudo das produções da mente coletiva. Nessa direção, já apresentava dois enfoques metodológicos. O enfoque experimental utilizava o método experimental, característico das ciências naturais, com viés empírico e independente da metafísica. Já a “Psicologia dos Povos” que pertencia ao domínio das Ciências Humanas, recorria aos métodos descritivos das Ciências Sociais, baseados na observação Ao longo de sua história os sistemas de pensamento foram surgindo quase ao mesmo tempo, configurando propostas diversas com diferentes concepções do que é o mundo e o homem, como também do que é o objeto da Psicologia e de como abordá-lo. Desse modo, a polarização básica da Psicologia, já apontada por Wundt, permanecia dividindo as diversas teorias e sistemas do pensamento psicológico. Das produções culturais vinculando a Psicologia ao campo das Ciências Humanas. Como, então, pensar na constituição de uma Psicologia senão pela interdependência relativa, transitando pelo “entre”, isto é, remetendo-se tanto à ordem dos fenômenos vitais e de suas leis

É nessa direção que, aqui, será retomado o projeto de constituição da Psicologia como ciência independente, buscando compreender como diferentes teorias e sistemas psicológicos constituíram o espaço psicológico. Apesar da extensa dispersão decorrente de perspectivas epistemológicas, metodológicas e conceituais totalmente diversas, é possível focalizar a produção de teorias e sistemas que marcaram a primeira metade do século XX. Assim o Estruturalismo, o Funcionalismo, o Condutivismo ou Behaviorismo, a Gestalt ou Psicologia da Forma e a Psicanálise &– perspectivas tradicionalmente recuperadas em quase todos os compêndios sobre a História da Psicologia - são ressaltados. Cada uma se caracterizou pela sua definição de Psicologia, pelos seus conteúdos específicos e pelos métodos empregados no desenvolvimento de atividades e pesquisas que visavam à produção do conhecimento psicológico.

Estruturalismo

Ao fundar a Psicologia Estrutural, Edward Bradford Titchener (1867-1927), marcou a clara e decisiva divisão entre a Psicologia estruturalista, de Wundt, e a funcionalista, com Franz Brentano (1838-1917) na Europa e William James (1842-1910) na América (Figueiredo, 2002).

Segundo Gondra (1997), o estruturalismo, ao se ocupar das estruturas mentais, pretendia determinar os elementos constitutivos da consciência. Para tanto, a Psicologia deveria decompor as experiências complexas em elementos mais simples, a fim de definir, com precisão, a sua natureza

Dando assim a origem às leis de associação que expressariam as relações regulares existentes entre eles. Essas relações explicariam as conexões entre os processos da consciência e os processos paralelos do sistema nervoso. Assim, “a explicação psicológica se limitava à descrição das relações funcionais entre a experiência psicológica e o sistema nervoso, evitando as afirmações causais Tichener evitou o reducionismo e se manteve dentro do paralelismo psicofísico, como fica claro na definição que apresenta para a Psicologia: “na Psicologia tratamos o mundo total da experiência humana; porém o fazemos somente desde seu aspecto dependente, enquanto condicionado por um sistema nervoso” (Titchener, 1910, p.25). Começou, então, a desaparecer a concepção do homem como “unidade psicofísica” e, em seu lugar, surgiu o “paralelismo psicofísico”, que defendia a idéia de que os atos mentais ocorrem concomitantemente aos processos fisiológicos. Para isso, Titchener recorreu ao método da introspecção experimental sistemática em laboratório, onde sujeitos experimentais eram treinados para observar e descrever, com objetividade, suas experiências subjetivas. Diferentemente de Wundt, que limitou a introspecção aos processos mentais mais simples, Titchener, de acordo com Gondra (1997), acreditava que os processos mentais mais complexos também poderiam ser estudados em laboratório, o que requeria uma observação realizada com pleno controle das variáveis e susceptíveis a se repetir.

Com o funcionalismo era

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