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HUMILHAÇÃO SOCIAL E INVISIBILIDADE PÚBLICA

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Por:   •  4/4/2014  •  2.520 Palavras (11 Páginas)  •  392 Visualizações

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Centro de Educação a Distância

Universidade Anhanguera – Uniderp

SERVIÇO SOCIAL

PSICOLOGIA SOCIAL

3º SEMESTRE

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

Cuiabá – MT

17 de Abril de 2013.

Introdução

Apresentamos neste texto, a compilação das atividades desenvolvidas na ATPS da disciplina de Psicologia Social onde, através de estudos e pesquisas realizadas entendemos o surgimento da desigualdade social, bem como os desafios e as lutas enfrentadas pelos seres humanos e trabalhadores visto como invisíveis em sua vida cotidiana.

Também, abordaremos assuntos importantes, sobre conceitos e percepções da invisibilidade pública, dentre elas a compreensão do sofrimento psíquico dos sujeitos excluídos, conceituando assim uma humilhação social.

HUMILHAÇÃO SOCIAL E INVISIBILIDADE PÚBLICA

De acordo com Marx e Freud o humilhado atravessa uma situação de impedimento para sua humanidade, uma situação reconhecível nele mesmo, em seu corpo e gestos, em sua imaginação e em sua voz, e também reconhecível em seu mundo, em seu trabalho e em seu bairro.

Notamos que um bairro pobre não é feito de ruínas, ocorre que ali o trabalho humano sobre a natureza e sobre a cidade parece interceptado. Os recursos não chegam para os bairros menos favorecidos, e com um salário que mal dá para sua subsistência o trabalhador fica impossibilitado de construir sua casa pelo simples fato de que a compra dos materiais necessários, às vezes consumiria o salário de mais de cinco meses, e os mesmos ainda não conhece a solução dos mutirões.

As pessoas vindas de outros lugares sofrem um choque cultural que os impede de continuar com sua cultura e costumes, tendo que ser moldada dia após dia passando a ser objeto de uma nova cultura, vivendo de forma vegetativa perdendo suas características de toda uma vivência como a convivência com os vizinhos, as festas e até mesmo com a sua fala que é discriminada. Portanto, a cultura dominada perde os meios materiais de expressar sua originalidade.

Os direitos humanos deixam de valer com o resultado de colaboração e tornam-se tarefa do indivíduo isolado. De agora em diante salvo iniciativas em contrário, o homem valorizará o seu ingresso em instituições sociais apenas considerando vantagens a título privado: a conveniência, nenhum motivo a mais, torna-se a magra justificativa do homem burguês para ainda tolerar sua dedicação à cidade e aos outros homens.

Para os pobres, os ambientes urbanos, se não revelam suficientemente o seu desastre ecológico, revelam facilmente o seu caráter excludente. Para os que beneficiam de privilégios pode não ser perceptível que os espaços citadinos, para o humilhado, carregam um sofrimento político corrosivo: são espaços imantados pelo poder de segregar, pelo poder de sempre atualizar a desigualdade de classes.

No humilhado, a dignidade perde sua espontaneidade e passa a depender de um esforço agindo destrutivamente pelos extremos do psiquismo. Comparece pelo lado dos enigmas que nos vem ferir, que infestam a subjetividade e nelas se inscrevem como fonte de processos inconsciente, processo primário, pulsão, angústia. Rouba o reconhecimento do outro, o reconhecimento de sua dignidade caracterizando assiduamente a psicologia do oprimido desencadeando variações como lágrimas, o emudecimento, o endurecimento, o protesto confuso, a ação violenta e até o crime.

Notamos que a reificação, afeta o regime da aparência, deixando valer como meio de aparição pessoal e torna-se coisa com a qual a pessoa é confundida. A visão de outro homem pelo homem é acontecimento originário, ainda mais originário do que as forças que se impõe entre nós e os outros e tendem a cegar-nos todos. Se o outro se torna invisível, não é porque a visão do outro torna acontecimento secundário, formando a postriore, mas é porque a máquina social e a máquina inconsciente interpõem-se entre nós e impede a irrupção do que vem por si mesmo. A vida comunitária, a amizade inter-humana, menos a formação da visão dos homens pelos homens, é o que vem libertá-los.

Um mundo de aparições é experiência compreendida no que os marxistas chamam o concreto: viver concretamente é viver num mundo de aparições, aparições das coisas, dos outros e de nós mesmos. Viver de maneira abstrata, viver na reificação, entre coisas-coisas, é viver num mundo de aparência bloqueada, um mundo de aparências sem aparição. A aparição, a concreção de um mundo e dos outros, encontra condições materiais apenas numa comunidade de homens livres, iguais e singulares.

A humilhação é uma modalidade de angústia que se dispara a partir do enigma da desigualdade de classes. Angústia que os pobres conhecem bem e que, entre eles, inscreve-se no núcleo de sua submissão. Os pobres sofrem freqüentemente o impacto dos maus tratos. Psicologicamente, sofrem continuamente o impacto de uma mensagem estranha de inferioridade. E o que é profundamente grave: a mensagem passa a ser esperada, mesmo nas circunstâncias em que, para nós outros, observadores externos, não pareceriam razoáveis esperá-la. Para os pobres, a humilhação ou é uma realidade em ato ou é freqüentemente sentida como uma realidade iminente, sempre a espreitar-lhes, onde quer que estejam com quem quer que estejam. O sentimento de não possuírem direitos, de parecerem desprezíveis e repugnantes, torna-lhes compulsivo: movem-se e falam, quando falam, como seres que ninguém vê.

De acordo com o artigo lido sobre o Centro da Juventude da Vila Joanisa em São Paulo, as mulheres estavam descontentes com a forma de como a coordenadora vinha se portando diante das suas colaboradoras. Onde o trabalho é comunitário e todas têm que trabalhar unidas isso não vinha acontecendo. Assim também são as empresas que não permitem aos funcionários o direito de opinar sobre determinado produto porque desconhecem a produção final do mesmo. Ambos lutam pelos mesmos direito, o direito de liberdade, que é afirmada como um valor individual e noção de justiça, que são forjados

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