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Hospital são Pedro

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Por:   •  6/11/2013  •  426 Palavras (2 Páginas)  •  372 Visualizações

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Inaugurado em 29 de junho de 1884, o Hospício São Pedro (homenagem ao santo do dia e padroeiro da Província) foi o primeiro hospital psiquiátrico de Porto Alegre e da Província de São Pedro. Sua construção, de expressão imperial, foi estimulada pela filantropia, constituindo-se, no final do século 19, no maior espaço de cunho social da Província. Os alienados, um dos segmentos sociais excluídos dos padrões de comportamento elegidos pela sociedade, até a fundação do Hospício eram alojados em uma ala especial da Santa Casa. Como o número de insanos, provenientes das mais diversas regiões da Província, crescia consideravelmente, foi necessário que os recolhessem à Cadeia Civil. A conduta que apresentavam, tranqüilos ou agitados, era um dos critérios que definiam o local de internação. Uma circular imperial, em meados do século 19, definindo os hospitais e as casas de caridade das províncias como as instituições responsáveis pela administração da loucura, acabou com a possibilidade de enviar os insanos para o Hospício D. Pedro II, no Rio de Janeiro. Urgia um local ímpar para os alienados. O projeto de construção do Hospício fez parte do processo de saneamento social da cidade, deslocando para o subúrbio todos os que tivessem desvio de conduta.

No dia 02 de setembro fizemos a visita ao hospital, não me parecia fácil entrar naquela instituição, pois eu jamais tinha estado em contato com portadores de sofrimento psíquico institucionalizados, ou seja, que moravam/trabalhavam em manicômios, o que eu encontraria lá? A visão dos pacientes deitados no chão, na grama, caminhando, parados, sentados em bancos, não é das mais confortantes. Muitos deles são sujeitos que, uma vez asilados, passaram parte de suas vidas naquele recinto hospitalar, destituídos de identidade e referências pessoais, sem ao menos saber o próprio nome. Percorri todo o percurso com o “coração na mão”, estar em um lugar que remete tanta história produziu-me diversas emoções, os trabalhadores me inspiravam ao mesmo tempo, medo e carinho/ espanto e ternura. Eu não sabia o que esperar de pessoas que fugiam do padrão com que estamos acostumados a lidar a conviver no cotidiano e tampouco dos efeitos que isto produziriam. Pensei que deveria enfrentar a diferença, seguindo alguns pressupostos: buscaria primeiro afastar os mitos aceitos como evidências, com relação à periculosidade dos loucos.

Essa primeira visita provocou-me o desejo de vir a acompanhar este coletivo, encarei como privilégio poder estar em um lugar que chamava por invenção, construção, e improviso. Passei a procurar entender mais sobre as condições que este lugar oferece ao seus morados.

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