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Infância e Família

Por:   •  6/4/2016  •  Resenha  •  1.116 Palavras (5 Páginas)  •  255 Visualizações

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Artigo : Infância e Família – Perspectiva da Fala-em-Interação – Autores : Cristiane M. Schnack e Ana Cristina Ostermann

O Artigo mostra estudos para compreender melhor o processo infantil de desenvolvimento da criança que está intrinsicamente ligado a socialização da linguagem na sua infância, sua interação com a família  e o seu ambiente . O Artigo mostra exemplos de histórias de vidas de duas famílias que tem filhos e seus diferentes modo de vida, costumes  e educação. O principal método utilizado foi (AC) da Análise da Conversa, tem importância extrema no quesito da Interação Social. A intervenção verbal possibilita ao sujeito um posicionamento perante os acontecimentos da vida, sendo estes momentos de pleno desenvolvimento linguístico cognitivo.

“A linguagem é a primeira forma de socialização da criança” – Isto refere-se a socialização da linguagem, sendo esta parte de determinada comunidade. Ou seja, este tipo de socialização vai se especificar em cada cultura/local (significados locais). Diversos significados culturais acerca da infância, resultantes dos modos de interação com o sujeito nessa fase, acabam por configurá-los.

Passa a existir então a noção de comunidade e noção de participação, onde a primeira está para as práticas compartilhadas da comunidade e a segunda para o posicionamento de cada participante na interação da comunidade.

Este estudo possui uma abordagem qualitativa, a qual faz uso de detalhamento minucioso das interações verbais entre os membros de duas famílias.
O método escolhido, citado acima, busca compreensão nas ferramentas de investigação utilizadas pelos próprios atores sociais enquanto desempenham diferentes papéis (pais, filhos, cuidadores, adultos, crianças...). Entendendo então a fala como forma de ação social, seja no ato de consentir, ordenar, discordar, entre outros. Procuram também nas práticas interacionais da família da criança a emergência e significação da infância em cada uma delas, fazendo uso de dados naturalísticos (dia-a-dia) e focalizando na forma COMO as coisas foram ditas (contexto, expressividade e afins) e não na fala por si só.

A coleta de dados foi feita através de vídeos e áudios a fim de capturar o universo doméstico-familiar das duas famílias estudadas. Os critérios utilizados na escolha das famílias foram: Ter uma criança de três anos de idade na família e estas famílias serem de diferentes camadas sociais. As famílias foram nomeadas como Família de Paulo e Família de Catarina, sendo estes, nomes fantasia.

Os três instrumentos da coleta de dados foram: Entrevista semi -estruturada, a fim de causar uma aproximação da família e seus membros; filmagens das interações familiares, sendo estes momentos filmados escolhidos pela disponibilidade da própria família; e por último a convivência da autora com cada família, em visitas semanais também optadas pelo núcleo familiar, a fim de firmar o significado do que foi avaliado nas filmagens.

A família de Paulo é composta por Pai e Mãe, além dele. O pai trabalha turno integral, já a mãe, apenas no turno da manhã, podendo dedicar sua tarde a atividades com o filho, o qual estuda também pelo turno matinal. Ao final do dia os componentes familiares se reúnem a fim de compartilhar experiências e planos futuros, sendo que as experiências de Paulo terminam por receber destaque. Eles sempre buscam parceria um do outro para realizar atividades, e sempre que possível estas são escolhidas por Paulo.

         Já a família de Catarina é composta por Pai, Mãe e Irmão mais velho (11 anos de idade), aonde o pai trabalha em períodos aleatórios com trabalhos diversos (bicos), a mãe em período integral, e o irmão estuda pela manhã e passa as tardes em casa ou no bairro em que mora. A garota tem uma cuidadora, chamam-na de Vó Nina. Ao fim do dia todos estão juntos em casa, no entanto, engajados em tarefas distintas. Catarina busca a atenção da mãe enquanto os pais realizam tarefas distintas, chegando a disputar a TV com a matriarca. Ou seja, não possui uma atenção devida ao seu mundo lúdico.

A partir destes dados, foi feita a análise e discussão.
Os momentos registrados foram selecionados justamente pela sua representatividade em outras situações evidenciadas nos demais métodos da análise. O critério da “recorrência” (repetição de situações) foi utilizado para seleção do momento a ser observado. Seria inviável citar todas as interações de fala analisadas, sendo então escolhida uma por família.

          Na interação da família de Paulo: Ângelo e Paulo estão sentados ao sofá (a criança no colo do pai) assistindo desenho animado, enquanto a mãe está em outra atividade na cozinha. Enquanto assistem, o patriarca tenta reconstruir a narrativa da animação em questão para o garoto, e Leila, mesmo de longe, se dispõe a dar atenção e interferir na atividade com o mesmo intuito da reconstrução. Quando outra atividade interrompe (telefone toca), o pai se justifica ao se retirar da atividade, e a mãe se põe na colocação dele. Ambos se fazem, desta forma, interlocutores do garoto, buscando que ele se posicione quanto “as coisas” do mundo, dando autonomia e introdução do menino na esfera deles (adultos).

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