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Instituições de Controle Social

Por:   •  7/10/2021  •  Projeto de pesquisa  •  3.866 Palavras (16 Páginas)  •  96 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NEWTON PAIVA

INSTITUTO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE

PÓS GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA COMPORTAMENTAL

A IGREJA COMO AGENCIA CONTROLADORA ATUANDO NO MANEJO DAS CONTINGÊNCIAS DO TRANSTORNO POR USO DE SUBSTÂNCIAS (TUS):

 Uma ótica comportamental.

Tainá Rosa de Jesus¹

Junio Rezende²

RESUMO

O presente artigo tem o intuito de responder se a Agência Controladora Igreja no que concerne à eficácia do apego ao divino, pode auxiliar na extinção de um comportamento compulsivo, no caso do Transtorno por Uso de Substâncias, de maneira mais eficaz que uma internação clínica ao ponto de diminuir a reincidência nas práticas de consumo a drogas. Partindo do pressuposto que uma internação clínica, tira o indivíduo do seu ambiente com os possíveis estímulos eliciadores no intuito de atuar no manejo das contingências do abuso de drogas, ao invés de tratar como uma questão de saúde pública, podem ignorar alguns aspectos das vidas dos drogadictos desfavorecendo assim ao tratamento. Globalmente, cerca de 35 milhões de pessoas são dependentes químicos segundo o Relatório Mundial sobre Drogas, divulgado em 26 de Junho de 2019 pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).

Palavras-Chave: Transtorno por Uso de Substâncias; Dependência Química; Análise do Comportamento; Agência Controladora.

  1. INTRODUÇÃO À DEPÊNDENCIA QUIMÍCA

O Transtorno por uso de Substâncias, no DSM-V hoje, abrange 10 distintas classes de 10 drogas: Álcool, cafeína, cannabis, alucinógenos, inalantes, opioides, sedativos, hipnóticos e ansiolíticos; estimulantes e Tabaco. O DSM-V exige dois ou mais critérios para o diagnóstico de “Transtorno por uso de Substâncias” e a métrica da gravidade passou a ser classificado de acordo com o número de critérios preenchidos pelo indivíduo: Dois ou três critérios indicam um transtorno leve, quatro ou cinco indicam um transtorno moderado, seis ou mais indicam um transtorno grave.

Segundo Garcia-Mijares; Silva (2006, p.10) A teoria comportamental como escolha, desenvolvida por Heyman postula que a dependência é um processo em que o consumo repetido da substância, diminui progressivamente o valor reforçador de outras atividades, como por exemplo lazer em família, trabalho, alimentação, higiene e autocuidado, por serem as substâncias psicoativas um reforçador atípico.

A análise do comportamento vai direto às relações antecedentes e consequentes ao comportamento que estão no ambiente. Assim, uma abordagem funcional considera que ingerir substâncias deve ser analisado como um tipo de comportamento mantido por controle de estímulos antecedentes e por suas próprias consequências. Dessa forma, buscam-se os eventos antecedentes e consequentes que controlam ou mantêm esse ou qualquer outro tipo de comportamento segundo Skinner (1970).

A aprendizagem do repertório comportamental na dependência da droga define a mudança do mesmo como resultado da interação entre o usuário e o ambiente ao longo da sua história. Essa mudança sempre depende de condições ambientais e, portanto, aprendizagem é um processo de condicionamento: uma alteração no responder sob a influência de condições do ambiente (daí as palavras condição e condicionamento terem o mesmo radical). Essa alteração diz respeito à aquisição, manutenção, extinção ou supressão de quaisquer comportamentos em função de condições advindas, concomitantemente, dos três níveis de seleção desses comportamentos: filogênese, ontogênese e cultura (Skinner, 1981).

Logo, o repertório de comportamentos presentes em ambientes do consumo da droga condiciona aquele que está se relacionando com os mesmos a se aproximar com o tempo desse conjunto de comportamentos. Em detrimento a essa mudança está o repertório construído até então, salvo em casos de ambiente de droga desde o início da vida, o conjunto de comportamentos aprendidos pelos indivíduos os condicionam a uma resposta diferente das que costumariam dar caso não se relacionassem com esse novo modo de agir, corroborando com Garcia-Mijares; Silva (2006, p.10) quanto á diminuição progressiva do valor reforçador de outras atividades, atividades essas que fazem parte de um repertório passado.

Desse modo, qualquer substância – seja álcool, cocaína ou anfetaminas –, cujo consumo foi uma consequência reforçadora, adquire controle sobre o organismo no sentido de que o consumo se torna provável na presença da substância. A substância torna-se, simplesmente, estímulo evocador para o consumo, haja vista o valor reforçador adquirido por uma consequência.

Sob essa perspectiva, dependentes de droga se diferenciam de usuários não dependentes pelo tipo de estratégia de escolha que controla seu comportamento. Dependentes são controlados pelo valor reforçador local, imediato, do consumo da droga que, como foi colocado, é maior do que o valor reforçador local das outras atividades. Dependentes, então, usam como estratégia a melhoração. Usuários não dependentes, por outro lado, maximizam, pois são controlados pelo valor reforçador combinado da droga e das atividades concorrentes, tanto local quanto futuro (GARCIA-MIJARES;SILVA 2006).

  1. A ANÁLISE FUNCIONAL NO CASO DE ABUSO DE SUBSTÂNCIAS

Análise Funcional é o processo de coletar e analisar informações em relação aos antecedentes e conseqüências contingentes a ocorrência de um comportamento. Analisar a função de um comportamento não adaptativo é importantíssimo para modelar um novo comportamento mais funcional.

Para mudar esse processo patológico de interação, é importante entender a história de manutenção e aquisição do uso de drogas, realizando assim uma análise funcional desse comportamento e descrevendo as variáveis relevantes à mudança das quais se tem a função do uso, de modo a explicar como ele foi adquirido, se desenvolveu e se mantém.

Essa explicação visa, em última instância, prever a interação futura do usuário nos diversos contextos de sua vida de modo a orientar o autocontrole na abstinência do uso da droga ou em outro objetivo da intervenção. Em síntese, a análise comportamental da dependência de drogas implica em descrever relações de controle ou contingências entre um ou mais eventos ambientais ou entre esses eventos e eventos comportamentais do usuário de drogas, inferindo as “probabilidades condicionais” que os relacionam (Catania, 1999, p. 394).

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