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MEDO DE PERDER

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Por:   •  2/5/2013  •  2.024 Palavras (9 Páginas)  •  648 Visualizações

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Medo de Perder - Amadeu Wolff

Um dos maiores obstáculos para uma vida plena, harmônica mais expressiva e significativa é o medo de perder alguém, o medo de perder alguém que nós julgamos amar, o medo de perder a esposa ou o esposo, os filhos os amigos o patrão, o cliente, o empregado, essa emoção é o principal responsável pelo nosso sofrimento vital, o medo de perder é o medo de tornarmo-nos dispensáveis para a pessoa com a qual nos relacionamos, o medo de perder se reveste e mil e uma formas, aparecem sob mil disfarces.

Medo de sermos criticados por alguém, medo de que falem mal de nós, medo de sermos abandonados, medo de sermos rejeitados, medo de não sermos importantes, medo de não sermos ilustres, medo de sermos desprezados, medo de não sermos amados, medo da solidão.

E tudo isso pode ser designado mais claramente por uma palavra:

Ciúme

O ciúme é o medo de não ter alguém, de não possuir alguém, de não vir a ser dono de alguém.

Na relação ciumenta colocamos a nós e o outro como objetos, e nesta relação pessoas e objetos são a mesma coisa.

Por ciúme temos medo de ser algum dia considerado inútil, dispensável a outra pessoa, essa e´ a emoção do sofrimento, a emoção do apelo a emoção da relação confusa misturada, dependente, e o que a agrava é que em nossa cultura aprendemos que o ciúme é considerado como sendo amor, e o ciúme é justamente o contrario, o ciúme é o oposto do amor, na relação amorosa existe identidade, “Eu Sou Independentemente de Você”

Na relação ciumenta, na relação objetal, perde-se a identidade Eu sem você não valho nada, você é tudo para mim.

O amor é solto, é livre, vem de querência intima e esta diretamente ligado ao sentido de liberdade,de opção, de escolha, o ciúme prende, amarra, condiciona, determina, com essa emoção, eu já não sou eu, sou o que o outro, quer que eu seja para o outro ser também o que eu quero que ele seja, no ciúme ha um pacto de destruição mutua no que cada qual usam um ao outro como garantia de que não estarão sozinhos, eu me abandono para que o outro não me abandone, eu me desprezo para que outro não me despreze, eu me desrespeito para que o outro não me desrespeite eu me destruo para que o outro não me destrua .

O ciúme é o medo de ser dispensável a alguém, e o mais grave talvez esteja aqui, nos passamos a vida inteira com medo de nos tornarmos para o outro o que nós já somos:

Totalmente dispensável, o homem é por definição dispensável, transitório, efêmero, aquele que passa, e isto é bastante real.

Em todas as relações que temos, somos totalmente substituíveis o mundo sempre existiu sem nós, e esta existindo conosco e continuara a existir sem nós. Nos somos necessários; aqui e agora, mas seremos dispensáveis alem e depois, medo de ser dispensável a alguém é o mesmo medo da morte, que também é real, o medo da morte é o ciúme da vida, é a vontade irreal, falsa de sermos eternos, permanentes e imutáveis.

O medo de perder nos leva a entender que as coisas só valem a pena se forem eternas, permanentes, duráveis.

Só tem valor neste caso se tivermos a garantia de que sempre será, assim, como é. E como tudo é transitório , como tudo é mutável como tudo é passível de transformação, o medo de perder nos leva a um estado continuo de sofrimento.

As conseqüências do ciúme são muito claras, se eu tenho medo de que me abandonem de me tornar dispensável a alguém, de que não me amem, ao invés de fazer tudo para ser cada vês mais, para ser cada vez melhor, eu vou gastar toda a minha vida, todas as minhas energias, para provar aos outros, que eu já sou mais, que eu já sou o melhor, que eu já sou o primeiro, ao invés de em penhar esforços para ser um marido por exemplo, cada vez melhor, um filho cada vez melhor, um pai ou mãe cada vez melhor, um chefe cada vez melhor, um empregado cada vez melhor, eu gasto as minhas energias para provar a minha mulher, aos meus amigos, aos meus filhos ao meu marido, ao meu chefe, ao empregado, que eu já sou o melhor pai do mundo, o que é mentira, o melhor marido do mundo, o que é mentira, o melhor amigo do mundo, o que é mentira, o melhor chefe de mundo. O que é mentira! o melhor empregado do mundo, o que é mentira! e assim por diante,

O ciúmes nos conduz a um temível sentimento de onipotência. Aos nossos atos, as nossas conversas, ao nosso comportamento as nossas considerações, tudo é para mostrar aos outros que nos já somos bons, fortes, capazes e perfeitos.

Aqui esta a diferença básica entre o medo de perder e a vontade de ganhar.

O medo de perder é assim:

Gastamos todas as energias para defendermos o que nos já possuímos, para conservarmos o que já ganhamos, mas já chegamos ao ponto maximo só temos que perder.

A vontade de ganhar por outro lado, é assim:

Estaremos sempre ativos, descobrindo oportunidades do ganho, procuraremos ganhar, cada vez mais ao invés de nos preocuparmos com possíveis perdas, o que nos temos de mais sagrado é a nossa própria vida, esta nós já vamos perder, todas as outras perdas são secundárias.

Medo de perder, é reativo, defensivo, justificativo, as pessoas ciumentas estão sempre com um pe atrás, outro na frente, sempre se prevenindo para não perder, sempre se preparando, sempre conformando.

As pessoas com vontade de ganhar, estão sempre ativas, sempre pré ativas, sempre optando, arriscando.

O medo de perder, é a vivencia do futuro, é a preocupação, vontade de ganhar, por outro lado é a vivencia do presente, é a vivencia da beleza do presente.

Em tudo a cada momento existem riscos e existem oportunidades, no medo da perda, a pessoa só vê os riscos, a vontade de ganhar, a pessoa vê os riscos, mas sobretudo, vê também as oportunidades.

Cada momento da vida é um desafio para o crescimento, a vontade de ganhar na qual nos referimos, não significa ganhar de alguém, mas ganhar de si mesmo, ser cada vez mais, estar sempre disposto a dar um passo a frente, estar sempre disposto a crescer um pouco mais, é importante termos sempre para nós que hoje podemos crescer um pouco mais do que éramos ontem, descobrir que ninguém chegou ao seu limite maximo, que na idade adulta não chegamos no limite de nossa potencialidade, não existe pessoa madura, existe sim, a pessoa em amadurecimento, todo o nosso sofrimento vem da paralisação

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