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Manifestações Populares

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Por:   •  25/2/2015  •  2.425 Palavras (10 Páginas)  •  172 Visualizações

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Análise das manifestações populares a partir dos textos de Psicologia Social

A onda de protestos realizada em inúmeras cidades brasileiras provoca uma sensação de “mal-estar coletivo” compartilhada em especial pela juventude das grandes cidades. O fenômeno é mais social do que político e concentra-se nas regiões metropolitanas, onde as sucessivas políticas públicas, executadas por governantes locais, não atendem aos principais anseios da população.

Segundo o sociólogo Gabriel Cohen, diretor da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH – USP), “existe uma espécie de mal-estar difuso, sem um foco claro. Há uma espécie de ressentimento e frustração de ordem social, alimentados por um tipo de gestão que não oferece diálogo à população”.

Acredito que esse mal-estar também reflete uma insegurança dos jovens em relação a seu futuro, o que gera fortes expectativas dessa camada social e uma forte ansiedade relacionada ao que poderá vir a acontecer nos próximos anos.

Para o sociólogo Aldo Fornazueri, diretor acadêmico da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), “ os protestos são uma crítica à mobilidade urbana, sobretudo por parte dos jovens, que se ressentem da falta de representatividade, nas diferentes esferas de administração pública”

Percebo que essas manifestações refletem uma insatisfação sobre o modo de viver nas grandes cidades, cada vez mais hostis `a população em geral. Isso cria uma espécie de anomalia social, uma sensação de não pertencimento. Essa situação gera uma angústia na juventude que não se vê representada nem nos sindicatos, nem nas associações estudantis, pois estes estão relativamente acomodados em suas conquistas. É um protesto contra a gestão da cidade e a falta de perspectivas geradas por uma educação deficiente, um movimento social urbano, um basta a corrupção.

O apartidarismo que vem unindo mais e mais manifestantes mostra uma certa fragilidade por trás dessas manifestações populares.

Não existem partidos, bandeiras, apenas advogam “causas”, faltam na realidade representantes para defender seus direitos.

A forma de organização através das redes sociais, coloca de forma clara e objetiva a importância do mundo virtual em nossas vidas como uma ferramenta forte e poderosa, onde anônimos tornam-se celebridades e assim por diante...

Além dos números superlativos de pessoas que atraíram para as ruas, as passeatas e protestos ficaram marcadas também por inúmeras cenas de violência, seja pela forte repressão policial ou por atos de vandalismo cometidos por grupos isolados. Estes episódios de vandalismo, segundo especialistas em Psicologia Social, Filosofia e Ciência Política, em eventos de grandes proporções são previsíveis, porém no lugar de tomar medidas para prevenir a violência, polícia e autoridades acabaram por adotar condutas que abriram o caminho para a existência de mais confrontos.

Segundo a antropóloga e cientista política Jacqueline de Oliveira Muniz, professora do IUPER “ passeatas e , manifestações coletivas produzem um alto grau de visibilidade política e social, razão pela qual ações vândalas e predatórias oportunistas podem se dar”.

Freud dizia que em situações de massas, os indivíduos acabam por tomar atitudes que não teriam se estivessem sozinhos ou em pequenos grupos.

Entendo que há uma espécie de diminuição da pressão das inibições que constituem a vida social. O indivíduo em grupo pode assumir um comportamento violento, comportamento esse que não teria em condições de individualidade. Isto serve tanto para os manifestantes quanto para os policiais.

As questões sociais podem fazer com que pessoas acabem por encontrar nas atitudes violentas um recurso para expressar sua insatisfação.

Obviamente que há um despreparo da polícia para lidar com esta forma de protesto. São protestos que não possuem características organizativas clássicas, então não possuem lideranças específicas, e a forma espontânea como foram organizadas também contribui para a infiltração de vândalos buscando apenas destruição e violência, sem fins ou objetivos definidos, talvez até mesmo orientados por forças contrárias ao movimento.

Ocupação é o ato de ocupar, tomar conta de um território ou lugar. A ocupação das ruas através dos protestos foi um processo que com certeza deixou sementes, se renderá frutos o futuro irá mostrar.

É uma onda de protestos derivada inicialmente pela insatisfação com o transporte coletivo e diversas outras questões sociais ligadas a vida cotidiana dos indivíduos. A população esta insatisfeita com muitas outras coisas. No fundo, em uma sociedade fundada na exploração e dominação, no trabalho alienado, num processo de constante competição. Contudo, a força da classe dominante (burocracia, intelectualidade), os meios de comunicação, o papel do Estado, a repressão policial e outros elementos constitutivos da atual sociedade, incluindo os escapismos (televisão, internet, drogas, calmantes, consumismo, etc..) contribuía para que ela não se manifestasse. Então por qual motivo ela se manifestou agora?

O motivo principal pode ter sido a piora significativa na vida das pessoas, porém, isso não ocorreu agora. A situação já esta assim há muito tempo. Contudo, o regime de acumulação integral vai se esgotando. As coisas começaram paulatinamente a piorar desde o chamado “crescimento econômico” que começou a decair, a desilusão de amplos setores da sociedade com o governo, o descontentamento geral da população com os , partidos. A corrupção geral. E assim, desde os setores mais desiludidos e contestadores se encontra a juventude.

A precarização das universidades crescendo assustadoramente e a greve que atingiu quase todas as instituições federais de ensino. As greves conseguiram poucos resultados e a insatisfação nos meios estudantis era visível e notória.

Nesse contexto, as novas ações das empresas capitalistas e do governo aumentam mais ainda o descontentamento popular e da juventude em especial.

O aumento do preço das passagens, no bojo do descontentamento já existente, inclusive com a reivindicação do passe livre para os estudantes, foi apenas a “gota-dágua”, o copo encheu e transbordou.

A repressão violenta contra o movimento reivindicatório

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