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Mas Como Surgiu o Termo Narcisismo?

Por:   •  15/5/2022  •  Dissertação  •  936 Palavras (4 Páginas)  •  88 Visualizações

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NARCISISMO

Quem ainda, no século XXI, não ouviu, na voz de Caetano Veloso, “é que Narciso acha feio o que não é espelho”? Ou quem nunca ouviu falar de Oscar Wilde e sua obra transgeracional, “O retrato de Dorian Grey”, o elo entre a arte, o belo e o imortal.  A personagem de Oscar Wilde, apaixonado pelo próprio ego e fixado pela própria imagem, renuncia a tudo em sua vida, amores, valores, em prol da imortalidade da beleza, neste caso, a sua beleza retratada, e a ela e tão somente a ela, dedica amor eterno e inigualável.

Mas como surgiu o termo Narcisismo?

Há versões diferentes sobre a mesma personagem Narciso, na mitologia grega. Uma delas é que Narciso apaixonou se desesperada e violentamente por sua própria imagem refletida no lago Ecos, ao ponto de, lançar - se às águas, em busca de si mesmo e morreu afogado e, posteriormente, às margens deste rio nascera uma flor de nome Narciso. Outra versão bem interessante é que a ninfa de nome Eco, apaixonada por Narciso, amaldiçoada pelos deuses, por sua tagarelice, só conseguia repetir as últimas palavras ditas, daí o termo eco. Quando ela admira Narciso de longe, e ele sente uma presença, pergunta quem é, e ela o reponde somente com o eco das palavras dele, não conseguindo manter aí uma comunicação salutar com ele. Este rápido episódio entre os dois é indicativo do narcisismo que mostra que Narciso só recebe do outro o seu próprio eco, lida com os outros como se fossem espelhos, se relaciona com os outros buscando a ele próprio.

O narcisismo como termo da medicina é definido pelo DSM como um transtorno de personalidade e caracteriza se pela ausência de empatia e excessivo sentimento de grandiosidade. As pessoas narcisistas são vistas, por si mesmas, como especiais e de feitos grandiosos, e não raro, invalidam as conquistas dos outros. Pessoas com este transtorno são pessoas muito difíceis de conviver e só auxiliam o próximo, se isto lhe trouxer algum ganho ou notoriedade.

Para o senso comum, o termo narcisismo é vinculado a características egocêntricas de alguém; uma pessoa arrogante, centrada no seu próprio EU, é citada como uma narcisista.  Para a Psicanálise não é bem assim, o narcisismo é uma teoria importante da base fundamental do EU de todo ser humano, não tem, portanto, um peso acusatório, denunciativo.

Para Freud, por exemplo, narcisismo é uma fase do desenvolvimento natural do sujeito, visto que, para ele, todo ser humano é, de certa forma, narcisista, já que se empenha pela autoconservação. Conforme seu texto, “Introdução ao Narcisismo, “de 1911, o narcisismo é a fase intermediaria entre as pulsões autoeróticas num primeiro estágio, quando o próprio ego é objeto alvo do amor do sujeito; e o estágio secundário, o amor do objeto, quando este amor retorna ao ego, depois de experienciar objetos externos como alvo deste amor, tenha obtido satisfação ou frustração como resultado dessa relação. No entanto, quando existe a frustração, no estágio secundário, pela perda do amor objetal, a auto erotização fica, muitas vezes, deficitária, causando o que a psicanálise chama de narcisismo patológico. O narcisismo, portanto, serve como regulador do prazer entre o EU e o outro. A criança que experienciou evolutiva e naturalmente as fases psicossexuais (anal, fálica e genital), desenvolvem também de forma natural a relação com a realidade e sua complexidade, a relação consigo mesmo e a relação com os outros.  O contrário disso, ou seja, da fixação, do estado de permanência inconsciente em algumas dessas fases, pode surgir a   hiperpolarização autoerótica ou a hiperpolarização da escolha do objeto, onde a perda ou frustração com tal objeto, pode causar um quadro neurótico histérico, pelo sofrimento intenso com o outro. Em oposição a este sofrimento, há um outro, o excessivamente autoerótico, quando o sujeito e sua estrutura obsessiva se relaciona com o outro, como se fosse um favor, com o agravamento, muitas vezes, de um quadro de perversão ou delírio psicótico.

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