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Necessidades e tendências neurológicas

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Por:   •  2/11/2014  •  Tese  •  3.267 Palavras (14 Páginas)  •  597 Visualizações

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Karen Horney

Necessidades e Tendências Neuróticas

Karen Horney, assim como outros estudiosos, se afastou do campo de estudo freudiano, alegando que a psicanálise concentrava-se mais no desenvolvimento dos homens do que das mulheres, deixando bem claro a sua posição Feminista.

Pontos de Discordância com a Teoria Freudiana

1. Inveja do pênis: Horney não acreditava que a inveja do pênis seria fator dominante da psicologia feminina, já que, assim como homens tem pênis, as mulheres têm a incrível capacidade de dar à luz.

2. Caráter sexual-agressivo do Complexo de Édipo: A psicanalista via este conflito como a vivência de uma ansiedade decorrente de perturbações básicas, como rejeição e punição, no relacionamento da criança com o pai e a mãe. Para Horney, as pessoas não eram motivadas por forças sexuais ou agressivas, mas sim pela sua necessidade de segurança e amor.

3. Agressividade inata: A agressividade não seria um sentimento inato, como pressupunha Freud, mas apenas um modo pelo qual os seres humanos tentam garantir sua segurança.

4. Narcisismo como auto-amor: O narcisismo seria o resultado decorrente do sentimento de insegurança, levando à auto-inflação e a supervalorização defensiva.

Karen queria que sua carreira se desse a partir da ampliação que ela se propôs a escrever sobre a obra de Freud. Mas quando terminou suas anotações e criou sua própria teoria, ela havia feito tantas críticas a Freud, que mesmo sem querer, criou uma nova escola, com uma nova abordagem psicanalítica que quase nada tinha em comum com as teorias Freudianas.

Horney enfatizava os fatores culturais e sociais no desenvolvimento da personalidade, discordando de que o sexo é o fator que rege a personalidade. Ela formulou sua teoria nos EUA, uma cultura radicalmente diferente da Viena de Freud e baseando-se nisso, se deu a diferença entre as psicologias masculinas e femininas (levando em consideração o fato de que nas décadas de 30 e 40, ocorreram grandes mudanças nas atitudes populares em relação ao sexo e aos papéis do homem e da mulher). Ela também explorou as insignificâncias das relações matrimoniais.

A vida de Horney

Karen Horney (1885-1952) nasceu próximo à Hamburgo, na Alemanha. O pai era capitão de um navio, homem religioso e que falava muito pouco, muito mais velho que a esposa, mulher ativa e liberal.

Karen sempre teve dúvidas se foi desejada por seus pais, já que eles sempre demonstraram maior afeto pelo irmão do que por ela. Tinha grande necessidade de amor, segurança, atenção principalmente por parte do pai, machista, que sempre deixou clara a sua preferência pelo filho mais velho, pelo fato de esse ser homem, podendo assim ser superior às mulheres.

Sempre quando tentava se aproximar do pai, era intimidada por seus olhos ameaçadores e palavras severas. Por ser muito inteligente e viva, Horney era quase sempre desprezada por seu pai, que acreditava que o papel de mulher era servir ao marido e não querer ser superior a ele (estudar).

Para ganhar o amor e a segurança por parte da mãe, ela passou a ser uma criança modelo, mas ao perceber que isso não dava certo, passou a se vingar de seus sentimentos, falta de atrativos e inadequação.

Horney passou a viver em busca do amor, da segurança, se apaixonou algumas vezes para tentar suprir essa falta, já que para ela o fato de se apaixonar dava a sensação de fugir da realidade em que ela se encontrava.

Mesmo contra a vontade do pai, ela estudou Medicina e na escola onde estudou, encontrou seu marido, com o qual teve 3 filhas. Porém nada disso foi capaz de trazer sua alegria, fazer com que ela descobrisse o amor e a segurança. Horney permanecia angustiada, deprimida e isso à levou ao término de seu casamento.

Psicanálise e compensação

Deprimida, Horney procurou ajuda com o terapeuta Karl Abrahan psicanalista que comparou seu problema à atração por homens poderosos, devido ao desejo edipiano pelo pai poderoso.

Quando Horney percebeu que a análise freudiana não estava ajudando, passou para a autoanálise, prática que adotou pelo resto da vida. Impressionada com a observação de Adler sobre a falta de atrativos físicos como causa dos sentimentos de inferioridade, concluiu que, estudando medicina e adotando uma vida sexual promíscua, estava agindo mais como homem que como mulher. Essa atitude a ajudava a sentir-se superior, mas, mesmo assim, nunca desistiu de encontrar o amor.

De 1914 a 1918, Horney estudou psicanálise ortodoxa no Instituto Psicanalítico de Berlim. Mais tarde, tornou-se professora do instituto e começou a atender pacientes particulares. Em 1932, seguiu para os Estados Unidos para ser diretora adjunta do Instituto de Psicanálise de Chicago. Lecionou também no Instituto Psicanalítico de Nova York e continuou a atender seus pacientes. Fundou o Instituto Americano de Psicanálise e ali permaneceu como diretora até a morte.

A necessidade de segurança na infância

Para Horney os primeiros anos da infância são muito importantes para o desenvolvimento da personalidade adulta. Ao contrário de Freud, que acreditava nas etapas biológicas para a moldagem da personalidade, o fator chave para ela era a relação social entre filhos e pais.

No desenvolvimento da personalidade Horney tinha a opinião de que a infância era denominada pela necessidade de segurança, a criança precisava experimentar a segurança e ter a ausência do medo. A forma como os pais demonstravam afeto e carinho pelos filhos determinavam a fraqueza e impedimento da segurança na infância.

Quando os pais utilizavam condutas que enfatizavam a afinidade por certo filhos entre outros, ridicularização, humilhação, castigos injustos e etc, surgiam comportamentos de hostilidade nas crianças. Para Horney, as crianças sentiam o enfraquecimento dos pais em relação ao amor e a segurança trazendo a necessidade de ser hostil e rebelde.

Segundo Horney o desemparo da criança leva a comportamentos neuróticos, ao invés de liberar a agressividade e rebeldia, a criança tende a reprimir estes sentimentos, enfatizando para si mesmo que não pode demostrar a tristeza, hostilidade pois tem muito medo dos pais, e precisam deles.

A culpa é um grande motivo para a repressão dos sentimentos gerados pela falta de afeto, segurança e amor dos pais. Quando as crianças revelam seus comportamentos rebeldes, todos tendem a fazer com que ela se sinta errada pelo “desabafo” e se sinta culpada. Assim, a criança se reprime, mas a hostilidade, essa penetrante repressão é retratada

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