O Adolescente frente a adolescência, uma análise do modelo pré-concebido da sociedade e algumas de suas particularidades.

Universidade Federal de Goiás- Campus Jatai  

Acadêmico: Marcos Vinícios Alves

Disciplina optativa de verão do curso de psicologia                                          

Atividade proposta a disciplina de Problemas Psicossociais do Adolescente, orientada pelo professor Lucas Rossato.

O Adolescente frente a adolescência, uma análise do modelo pré-concebido da sociedade e algumas de suas particularidades.

Jatai, Goiás

2015

Introdução

        Na adolescência, a aparência dos jovens muda; como resultado dos eventos hormonais da puberdade adquire corpos de adultos. Seu pensamento também muda; são mais capazes de pensar em termos abstratos e hipotéticos. Seus sentimentos mudam sobre quase tudo. Todas as áreas de desenvolvimento convergem à medida que os adolescentes confrontam sua principal tarefa: firmar uma identidade - inclusive uma identidade sexual - que será levada à idade adulta. E a escola no decorrer do seu percurso histórico sempre foi produtora de verdades e acaba tendo grande contribuição na formação de sujeitos apropriados de uma identidade.  É claro que suas estruturas de funcionamento, sofreram modificações significativas ao longo dos séculos. Isso nos permite colocá-la em pauta e questioná-la como instituição que produz e representa grupos sociais, tendo como ponto crucial de tal processo a adolescência.  

Palavras-chave: Adolescente, desenvolvimento psicossocial, escola.

Método

        O presente trabalho foi realizado baseando-se em estudos bibliográficos, além de uma entrevista feita com um adolescente para o enriquecimento da pesquisa. Essa entrevista consistiu em:

        Uma aplicação aos vinte dias do mês de Janeiro do ano de 2015 de um questionário com o adolescente I.D.A.F com idade de dezessete anos, onde o mesmo escolheu temas de sua preferência para estar respondendo algumas perguntas. Com isso, foi entregue um termo de consentimento aos pais do entrevistado, para que pudesse ser feita a aplicação, os mesmos concordaram com o teor das perguntas; a família é composta por pai, mãe, um irmão mais velho e uma prima.

        

Desenvolvimento

        Na concepção de Algarte (1994, p. 173), a escola não é apenas efeito das modificações sociais; ela concorre também para o agravamento da crise política e social, na medida em que permanece 'adormecida' na sua pseudoneutralidade e, se "não consegue formar nos estudantes a consciência ativa e peregrina - revolução da consciência - não cria as condições para a formação da autêntica consciência revolucionária. Conseqüentemente cria-se uma geração de homens operários - inclusive os educadores - habilidosos nas práticas manuais e nas tarefas rotineiras, mas indigentes em sua consciência voltada mais para a obediência e para a crítica inconseqüente".

        Como citado anteriormente, seguirá abaixo os resultados da entrevista aberta acerca de variados temas, consistida em perguntas que investiguem a opinião de um jovem ainda adolescente de dezessete anos:

Família: “É a base de tudo, é ali que aprendemos o que é certo e errado é onde aprimorarmos nossos valores.”

Escola: “É a preparação para o mercado de trabalho.”

Professores: “É a profissão mais importante, é o pilar para todas as outras profissões, mas que infelizmente não é valorizado como deveria.”

Amizade: “Pai e mãe, são as amizades mais sinceras, o resto são colegas.”

Namoro: “É ficar perto de quem a gente gosta de um jeito único e especial, é algo muito forte que une duas pessoas, mais namoro não é só beijar e sair, é dar carinho, amor, fidelidade.”

Sexualidade: “Cada um tem o direito de escolha.”

DSTS: “Temos que nos prevenir, pois algumas doenças podem causar a morte e sofrimento.”

Gravidez na adolescência: “Falta de consciência.”

Política: “Infelizmente no Brasil essa é a profissão mais vergonhosa, alguns são corretos e outros são verdadeiros ladrões, envolvidos em escândalos, roubos, 90% dos políticos são corruptos que se esquecem de suas origens, esquecem do povo.”

Religião: “Independentemente de cor, credo, classe social, somos todos iguais.”

Atos infracionais: “Precisam ser punidos com mais rigor, mais infelizmente no Brasil isso não é levado a sério.”

Meio ambiente: “Deve ser preservado, pois é o lugar onde vivemos.”

Futuro profissional: “Estudar arrumar um emprego bom, para um dia empregar.”

Falta de alimento: “Nunca me faltou alimento, mais deve ser triste.”

Cultura: “É aquilo que acreditamos e seguimos.”

Consumo: “O consumismo seduz e tempos que dinheiro tem mais seguidores que Jesus.”

Beleza: “É importante mais não é tudo.”

Mídias: “Uma forma de comunicação rápido e eficaz mais sem segurança, pois existem várias pessoas com más intenções usando falsos perfis.”

        

        Perante tais resultados, se é perguntado: Os adolescentes têm crescido de forma sensível a criticar as questões morais da sociedade atual?

A crise do certo e o comum: o diferente é errado?

        Faz-se hoje um discurso a favor de uma escola democrática. Aliás, democracia é um termo que tem servido de referência para vários discursos teóricos. Mas na prática, continuamos autoritários. Isso caracteriza uma incongruência e nos revela levianos quanto ao processo de compartilhamento de conhecimento. Afinal, o que fala sobre nós é o que fazemos, não o que falamos.

        Em Papalia (2006, pag. 458), com base num trabalho clínico com adolescentes, o psicólogo David Elkind (1984, 1998) descreveu atitudes e comportamentos imaturos que podem ser provenientes das incursões inexperientes dos jovens no pensamento abstrato. Por terem agora mais consciência das diversas escolhas que a vida oferece, muitos adolescentes têm problemas para se decidir em relação a coisas simples, como, por exemplo, ir ao shopping com um amigo ou ficar no computador para terminar uma tarefa da escola. Ora, os jovens adolescentes, muitas vezes, numa atitude hipócrita, não reconhecem a diferença entre expressar um ideal e fazer os sacrifícios necessários para viver de acordo com ele.