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O Mal estar na civilização cap VII

Por:   •  17/5/2016  •  Resenha  •  703 Palavras (3 Páginas)  •  1.869 Visualizações

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Freud inicia o cap VII  fazendo uma analogia entre os homens e animas para os diferenciar. Segundo o autor, nós jamais nos adaptaríamos a sociedades tais como as das formigas, onde os indivíduos tem um projeto de vida mecânico, operacional, cujo desenvolvimento cessou. Os sentimentos  propriamente humanos é o que nos difere. Abrindo assim caminho para discorrer sobre a o lugar do “instinto destrutivo”, que hipoteticamente deriva de um acréscimo de libido no homem primitivo, influenciando a institucionalização das sociedades e posteriormente da civilização, e também observa o papel coercitivo da civilização que busca frear e inibir tal instinto.

O modo com que a civilização opera, leva o individuo a internalizar suas pulsões destrutivas em prol da possibilidade de convívio com os demais, e levando a recair para si mesmo essa necessidade de destruição. O superego assume esse papel, tencionando a sua relação com o ego e provocando assim o que o autor chama de “sentimento de culpa”, ou seja, a culpa vem a tona a partir de um ação cujo individuo que a praticou sabe que foi algo errado. Muitas vezes esse sentimento surge mesmo que a ação nunca tenha sido posta em prática.

Esse julgamento de entre boas e más ações, certo ou errado, é desencadeado a partir de agentes externos expressado pelo medo da perda de um amor, e consequentemente a exposição ao perigo, contudo, pode-se perfeitamente seguir as pulsões do ego, contanto que isso não seja descoberto por nenhuma autoridade evitando assim a perda do amor e exposição ao perigo, essa autoridade é reconhecida pela criança através dos pais e no adulto pela sociedade como um todo. Porém, num segundo estagio, o superego se torna o senhor do ego e o expõe a situações que o leva a sofrer punições sociais. O superego está internalizado na consciência e nada pode ser escondido dele, o que faz se extinguir a distinção entre o certo e errado e também o medo de ser descoberto. Daí a satisfação de suas pulsões ocorre. A partir disso, o que vem a ser o infortúnio, representado como a evidência de frustrações externas, leva o sujeito a procurar sua essência subjetiva, se reconhece enquanto ser pecaminoso se conscientiza e procura abstinência e punição. Isso não ocorre frequentemente quando  o sujeito  se encontra numa posição favorável em relação ao meio que vive. Mediante a isso, o destino toma o lugar do agente parental, e se o sujeito se depara com a má sorte, é pelo fato dele não ser mais amado por esse poder supremo, algo que pode ser comparado a uma divindade. Usando de exemplos de religiosos, o autor lembra que grupos inteiros de pessoas, mesmo passando por grandes catástrofes não deixam de adorar seu deus, chegando ao ponto de ama-lo com maior intensidade, castigando-se e punindo-se para evitar mais infortúnios.

São essas as duas origens do sentimento de culpa, a primeira nascendo do medo da perda de um amor cujo sujeito é dependente e a outra é o medo do próprio superego, que exige não só a renuncia de suas pulsões destrutivas mas também demanda punição. A infelicidade externa, juntamente com o desenvolvimento do superego, levou a uma internalização da mesma, por meio do sentimento de culpa. Portanto, a severidade do superego está na nossa própria punição contra o ego.

Essa agressividade do superego deriva de outras duas fontes: o instinto agressivo do homem juntamente com coerção externa que a civilização nos impõe, ou seja a dinâmica entre os aspectos individuais do sujeito e a sua interação com o com os variados ditames culturais e sociais que lhe é internalizado, alimenta a formação da consciência e do superego.

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