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Depois do movimento moderno, montaner, cap VII

Por:   •  16/5/2017  •  Resenha  •  1.567 Palavras (7 Páginas)  •  1.209 Visualizações

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VII. Novo funcionalismo e arquitetura como expressão tecnológica

Nos anos 1960 surgem tendências arquitetônicas nos países industrialmente mais avançados. Esses, propõem uma recuperação do espírito pioneiro e otimista tecnológico das vanguardas do princípio do século. Essa confiança se dá devido às novas possibilidades tecnológicas. Todos os acontecimentos dessa época terão reflexos na arquitetura. Agora, pode ser construída como qualquer objeto de consumo e integrar totalmente as leis da fabricação em série e alcançar a perfeição de encaixe de qualquer peça industrial.

As propostas radicais: o grupo Archigram

Na arquitetura, esse otimismo tecnológico gera todo tipo de propostas, desde as mais pragmáticas até as mais fantasiosas. As propostas mais exageradas neste grupo são do Archigram, partindo de uma posição neofuncionalista, exploram o desenvolvimento hedonista de umas fantasias que são próprias dos sonhos tecnológicos, sempre constituindo uma base de síntese entre a cultura pop inglesa e a assimilação otimista dos progressos tecnológicos, uma irônica aliança entre as técnicas de comunicação e as utopias tecnocratas. Eles formularam diversos projetos, desde pequenas células intercambiáveis ate gigantescas cidades no espaço que a agregação destas capsulas residenciais poderiam gerar.

A possibilidade de criar um mundo intercambiável estava relacionada com um modo de vida futurista baseado no constante movimento das pessoas, e as elevadas torres tecnológicas com diversos tipos de cápsulas residenciais soldadas a elas. A cidade máquina, ou a cidade carro e cidade vertical no espaço, já é possível.

Em 1963 foi projeta a proposta “Walking cities”, onde enormes cidades com pés telescópicos teriam a possibilidade de andar sobre as águas, tiveram a pretensão de propor uma modernidade alternativa para cidade de Nova Iorque. Montaner lembra que tudo o que foi imaginado foi baseado em coisas reais, como as moving cities que teve referência nas torres de extração de petróleo.

Archigram lembra em muitos aspectos o Independent Group, sendo o tempo o elemento que os diferencia. Enquanto o último vivia o clima da destruição da segunda guerra e via as consequências da indústria bélica aflorarem um romantismo existencialista, o Archigram era menos crítico e surge na época da abundância e da opulência dos anos 1960.

Entretanto, alguns projetos naquela época mostraram um dos aspectos mais negativos e superficiais desta corrente. “A Cidade global” (1969), de Mitchell e Boutwell, foi um exemplo disso. O projeto era uma cidade linear que pretendia ligar as duas costas dos EUA, partindo das singularidades dos arquitetos vanguardistas para resolver em um só traço todos os tipos de problema. Outro exemplo foi “A cidade Imediata” (1968), de Stanley Tigerman, que seria composta por arranha-céus transparentes de forma piramidal.

Tudo isso nos mostra como a arquitetura parte de uma imitação superficial, evocativa, formal, epidérmica, e camuflada do mundo da ciência e da tecnologia; e não de uma rigorosa interpretação das leis da engenharia, de um profundo conhecimento científico.

Archigram e os arquitetos tecnológicos lançaram um desafio histórico: a arquitetura deve abandonar seu reduto histórico, artístico e artesanal e entrar no mundo da produção industrial diferente de outros arquitetos, como Kahn, Venturi e Rossi que defendiam os elementos simbólicos, culturais e humanos da arquitetura.

Os metabolistas japoneses

O vigor e expressionismo formais na arquitetura japonesa se enriquecem a partir dos anos 50 com a sábia capacidade de integrar à continuação do Movimento Moderno japonês elementos formais da arquitetura tradicional, como por exemplo, coberturas leves e expressivas, estruturas de madeiras e uma especial sensibilidade construtivista. Ou seja, os arquitetos japoneses sabem desenvolver a arquitetura que exalta o protagonismo da estrutura e ainda uma afinidade entre a arquitetura moderna e tradicional.

Esta nova escola de arquitetos japoneses está relacionada com a arquitetura de Le Corbusier, como na obra de Tange, “Parque da Paz”, onde desenvolveu por um lado, os pilotis e por outro, a estrutura, a cobertura e modulação da arquitetura tradicional. Todas as obras de Tange são mostras tanto de uma crítica funcionalista como de uma vontade de recuperar o naturalismo perdido.

Todo esse processo de experimentação formal ocorre sobre um espetacular processo de ocidentalização da cultura, da economia e dos costumes japoneses. A busca de um novo tipo de cidade que Tange desenvolve, também encontra sua expressão nas propostas dos “metabolistas”. Esse grupo foi criado em 1960, no mesmo ano que Archigram, pela influência de Kenzo Tange e outros arquitetos japoneses. As propostas do grupo Metabolismo surgem como reação à falta de planejamento urbano típico do Japão. Frente a uma arquitetura condenada ao isolamento, à expressividade individual e ao caos urbano sempre crescente, estes arquitetos pensaram em novos organismos à escala urbana tais como: cidades aéreas, unidades agrícolas, unidades residenciais móveis ou estruturas helicoidais.

Este novo tipo de aglomerado de espaço público e privado encontrará sua expressão na Exposição Universal de Osaka (1970). Esta foi a primeira expressão do auge da modernização da arquitetura japonesa para o mundo. A exposição foi proposta como um mostruário de tipos formais gerados pelas novas tecnologias: coberturas gigantes, pirâmides de cristal, etc. Junto a isto, apareceram elementos simbólicos e tradicionais, como lagos artificiais e jardins japoneses.

O plano de Tóquio (1960), desenvolvido por Tange, trata-se de uma grande cidade planejada como expansão de Tóquio, organizada por um grande eixo cívico suspenso sobre a água, e por uma grande quantidade de núcleos residenciais verticais autônomos.

A partir dos anos 1970, Kenzo Tange começa a perder a capacidade de inovação de suas propostas urbanas e a intensidade de suas primeiras obras. Seus grandes projetos se tornam repetitivos e apresentam uma falta de capacidade de aproximação à escala humana e ao desenvolvimento dos detalhes.

A arquitetura neoprodutivista

Desde o final dos anos 1950, foram construídos nos países mais desenvolvidos edifícios realizados de maneira pragmática, utilizando ao máximo as possibilidades da alta tecnologia que acabaram fornecendo cruciais inovações. Na Grã-Bretanha foi desenvolvida uma sólida corrente de arquitetura

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