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O Movimento do Protestantismo

Por:   •  6/6/2018  •  Projeto de pesquisa  •  3.465 Palavras (14 Páginas)  •  146 Visualizações

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O movimento do protestantismo

       O movimento protestante teve incio na Europa em meados do século XVI, provindo de dentro da Igreja Católica, por um monge agostiniano chamado Martin Lutero. Não satisfeito com o modo o qual o catolicismo da época ministrava suas obras, Lutero decide romper com o vínculo, protestando contra principalmente as práticas ilegítimas da Igreja Católica, além da divergência em relação a outros princípios católicos que seriam o celibato, que segundo ele impossibilitava os membros internos do clero e das demais instituições religiosas aglomeradas ao corpo da igreja, do direito de constituir uma família e responder aos princípios básicos dos mandamentos de Cristo, que seria “crescer, unir e multiplicar”. Outro ponto importante é que as missas eram celebradas apenas em latim, sendo assim apenas a burguesia tinha acesso a modos de aprender o idioma para ter acesso as santas celebrações, rompendo assim mais um paradoxo cristão, onde a palavra de Deus deve alcançar a todos. E por último dentre os principais estaria a autoridade e domínio que Papa e o clero exerciam sobre as pessoas. A Igreja se apropriava de bens financeiros como, casas de luxo, terras, riquezas e fortunas absurdas, que provinham dos leigos. Sendo assim apenas a Igreja era dotada de grandes riquezas, e não partilhava com os demais, e menos ainda exercia um papel de pastoral de igualdade e divisão com a população de baixa renda. O movimento protestante então, se alastra por toda a Europa devido à flexibilidade e fácil acesso à bíblia, a qual foi traduzida para diversos idiomas, seguindo os requisitos de Lutero. Para os protestantes, a salvação é dada através da graça e bondade de Deus, na qual cada pessoa pode relacionar-se diretamente com seu Criador, sem a necessidade de um intermédio.

         Diante da iniciativa do ex-monge, surgem na história outras vertentes dentro do protestantismo, distinguindo-se do luteranismo apenas por algumas linhagens dogmáticas, essas são: os anglicanos onde o rei inglês Henrique VIII (1491-1547) queria anular seu primeiro casamento para se unir a outra mulher. Após a recusa do papa Clemente VII, ele rompeu com a Igreja Católica e criou a anglicana em 1534, ficando livre da interferência papal. Quase na mesma época, tivemos os presbiterianos que foram inspirados no teólogo francês João Calvino (1509-1564), os quais pregavam a predestinação divina: ou seja, só os eleitos por Deus se salvariam. Mais tarde teólogo holandês James Arminius (1560-1609) criaria depois outra vertente do presbiterianismo que toma uma nova consideração dessa predestinação. Por outra vertente um movimento anabatístico que já existia quando Lutero começou a questionar a Igreja Católica, mas, como outras correntes protestantes, o movimento só ganhou expressão após a reforma que acabou dando origem à Igreja Batista. Depois surgiram na Inglaterra no século 18,outro movimento propondo reformar a Igreja Anglicana. Baseando-se na crença da salvação pela fé em Cristo, as ideias deste, não conseguiram mudar os anglicanos, então, deram origem a uma nova corrente protestante: a metodista.
     No início do século XX como uma dissidência dos metodistas, começou a surgir um novo movimento, que seria os pentecostais. Com uma nova e diferente vertente do protestantismo que inovava a fé, tendo m vista que, os pentecostais creem na cura pela fé através da oração de imposição de mãos dos pastores e dos membros mais velhos e realmente fiéis ao movimento. Em 1910, começaram a serem fundadas as igrejas que adotavam essa via nasceu então a Congregação Cristã do Brasil, no ano seguinte a Assembleia de Deus, e em 1962 a igreija Deus é Amor. E tendo uma reformulação dessa vertente pentecostal, temos os neopentescotais e nesse grupo temos: a Igreja Universal do Reino de Deus que foi fundada em 1977, e a Igreja Renascer em Cristo criada em 1986. Essas igrejas seguem a mesma vertente da pentecostal o que as difere e que elas têm em primórdio o uso da mídia para pregar aos fiéis, além dos cultos espetaculares e a realização de exorcismos ao vivo, e a adoção da teoria onde o homem não mais necessita das coisas materiais para si próprio, mais as usa em favor e para a obra do Senhor dentro da igreja. Nascendo uma vertente mas ligada ao materialismo, do que as demais.

Religião, trabalho e liberdade

    A Reforma Protestante de Lutero contribuiu significativamente para que o trabalho manual seja visto como dom de Deus, ou seja, o trabalho digno, seja qual for, deve ser feito para a honra e glória de Deus. Onde a liberdade e autonomia se referem a liberdade espiritual e continua, onde o homem é um ser totalmente livre da opressão do mundo exterior, a partir do momento o qual volta o seu coração apenas a Deus e se desprende das ordens “dogmáticas” .     Segundo Marcuse (1981) em uma das cartas do apóstolo Paulo ele salienta que o cristão é um ser livre de todas as coisas e nem escravo do alguém. Mas ao mesmo tempo, esse cristão é servo de todas as coisas e de todos. Essa talvez seria uma possível falhas no que se diz respeito aos primeiros ideais de Lutero ao fundar o protestantismo, ou apenas uma sistematização do que viria a seguir de seus conceitos.

        Para Lutero, o homem é livre ao ponto de poder escolher ser servo ou não. Ele escolhe de ser servo exteriormente, mais o seu interior é inteiramente voltado a ser livre, pois a verdadeira liberdade consiste em poder elevar seu coração diretamente a Deus, sem intermédio de outra pessoa, é buscar dentro de si a salvação, o Reino dos Céus. O trabalho, onde um indivíduo se submete a servir outro de classe superior, é tido apenas como via de sobrevivência na Terra, e não como algo alienatório e submisso. Sua finalidade consiste apenas para manter-se fisicamente e de se purificar de seus pecados para que possa se ligar e comunicar com o “Divino”. Conceito luterano que mais tarde é reinterpretado pelos pentecostais, retomaremos isso mais adiante.

     Olhando por esse contexto, o homem em si, busca realizar sua felicidade, onde há um Criador que volta seu olhar para a criatura dando-lhe a liberdade e o desprendimento das coisas do mundo exterior, e como gratificação, a criatura se dignifica ao escolher de ser submisso a ordem externa como uma forma de redimissão de sua natureza pecadora. Mas, para tal comcpção mesmo o corpo sendo escravo do trabalho, a alma se liberta em Deus. Segundo Enoque (2015.p.9) “[...] ai está toda a clareza a doutrina dualista sobre os dois terrenos, dos quais o primeiro cabe toda a liberdade, e ao segundo toda a não liberdade[...] ”

     Apenas ressaltando que na época que antecede a Cristo e até alguns poucos anos depois de sua morte, para os judeus dos quais deriva o cristianismo, o trabalho manual não era bem visto, ele era tido apenas como veículo de necessidades fisiológicas, a plantação, o cultivo e o comércio, eram permitidos por um período de duas a quatro horas no máximo, unicamente como via de sobrevivência, pois o homem devia dedicar a maior parte de seu tempo para honrar a família e adorar o Criador. Ultrapassando esse limite honorário havia os que eram denominados escravos e não eram dignos do Senhor, era uma classe suja e insignificante, a qual sua única finalidade era de servir os demais.

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