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O PACIENTE PSIQUIÁTRICO - Fichamento

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Por:   •  24/11/2014  •  1.740 Palavras (7 Páginas)  •  1.458 Visualizações

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- Fichamento

J. H. Van den Berg de forma detalhada delineia a condição mórbida de um simples paciente. A intenção do autor foi mostrar um simples paciente, para ele seja qual for o grupo a que pertença o seu distúrbio, engloba toda a Psicopatologia. Porém, o paciente estudado nesta obra pertence, sem dúvida al¬guma, ao grupo dos neuróticos seriamente perturbados.

O autor inicia sua obra, para uma melhor compreensão, ressaltando que uma das principais características da fenomenologia é que não visa à procura de uma teoria sutil, mas apenas a um plausível conhecimento intimo. Visto que, as pessoas têm o direito de usar a sua própria mente, ao acom¬panhar a discussão, mesmo se o assunto está um pouco fora das suas capacidades.

Em seu 1º capítulo, denominado “Quais os problemas sugeridos pelas queixas da maioria dos pacientes?”, o autor relata, detalhadamente, a história, a primeira entrevista de um paciente que sofre de distúrbio e também descreve sua primeira impressão sobre o caso.

O pa¬ciente, personagem deste livro, conta como as coisas se passam com ele. Sua existência está prestes a desintegrar-se; tudo em volta dele, tudo acerca dele está velho e estragado. Está vivendo com as relíquias de um tempo passado e ele mesmo é um anacronismo vivo.

Com isso, o autor dizer que não se pode argumentar com o paciente o seu ponto de vista, pois poderia até resultar em desastre. Não adianta procurar convencer o paciente, ele nun¬ca será convencido. Isso também serve para todos os outros casos de distúrbios.

Antes de continuar a história, o autor pausa para salientar que é a conclusão de que o paciente, no que se refere à sua memória do passado, diverge da opinião dos outros, tomando sua opinião divergente pela realidade, pela realidade da sua infância.

Deve, de cada vez, estabelecer contradição entre a opinião do paciente e os fatos da realidade. Isto, pois, de nada adianta colocar o paciente em confronto com essas contradições.

Através de tais relatos citados na obra, o autor assevera que o paciente sabe que está doente, mas, porém, o paciente, geralmente, acredita que sua enfermidade é apenas um distúrbio físico, no entanto seu distúrbio é mental. O psico¬terapeuta acredita que o paciente transferiu o seu defeituoso estado de espírito para os objetos que percebe.

O autor afirma que o terapeuta oferece ao paciente a oportunidade de expressar os seus afetos de antigamente e de se livrar das incompreensões em que se viu enleado. A história afetiva do sujeito, que não chegara a termo nos períodos anteriores, é trazida para conclusão no consultório do médico.

Com a ajuda do psiquiatra francês Duprê o autor afirma que o paciente em consequência da sua neurose, transforma o passado em mito e lenda o que acarreta essas perturbações.

No entanto, é certo que, o engano cometido pelo paciente está realmente presente, mas se conserva inconsciente, pois o paciente projeta a sua condição subjetiva em todas as coisas da sua existência de todos os dias

O próximo capítulo é dedicado a outra filosofia e à interpretação das queixas físicas que dela resultam, denominado “Respostas”.

O autor comenta que o paciente de¬primido descreve um mundo que se tornou escuro e sinistro. Ou seja, o paciente está doente; isto significa que o seu mundo está doente ou, mais literalmente, que os seus objetos estão doentes.

Nesse sentido, o autor afirma que nada nos autoriza a afirmar que a observação do psicoterapeuta é mais verdadeira que a do paciente. Já que também nossa própria observação prova apenas o que parecemos e o que somos.

Uma outra colocação do autor em que relembra o caso do paciente, é que não é necessário nem indicado que o psiquiatra tome o partido dos parentes e conhecidos. Deve, portanto, tomar o partido do paciente e pôr-se em seu lugar, o que significa que o médico se coloca na existência do pa¬ciente, no mundo do paciente. O julgamento dos parentes e amigos implica geralmente numa condenação. Mas o julga¬mento do psiquiatra também se ressente desse defeito. Tampouco é importante saber como é a existência do paciente.

Segundo o autor, na medicina psicológica e na medicina psicossomática, já se tornou óbvio, há muito tempo, que os males psicológicos dos pacientes psiquiátricos não podem ser estudados pelos meios normais de exame médico, pois o exame normal diri¬ge-se a órgãos que não tem significado para o paciente. Ao ler a obra pode-se observa que o médico e o paciente falam de órgãos diferentes, o médico está pensando num músculo oco, munido de vál¬vulas e de um septo. O paciente, por sua vez, fala do coração que pode estar em seu lugar certo; neste caso o seu coração abandonou o seu lugar certo; fala do coração que pode ser quebrado por um gesto ou um olhar, ou seja, o paciente está sofrendo de sério distúrbio cardíaco; pois o coração a que se refere é o centro do seu mundo. É o seu mundo que está desmoronando.

Em um momento pouco adiante o autor elucida que um dos princípios básico de toda fenomenologia é que o pesquisador deve manter fidelidade aos fatos, conforme vão acontecendo, no entanto, o investigador deverá aderir aos dados forneci¬dos. A psicologia fenomenológica tem sua origem nessa observação. Existe um contato original com os objetos. Frequentemente, nós é que somos os objetos.

A fenomenologia é esta ciência extraordinária e pretensiosa que procura resolver esses problemas pré-reflexivamente. Deste modo, o autor assevera que a fenomenologia é pretensiosa, sim, pois como se pode pensar sobre, refletir sobre aquilo que, por definição, acontece antes de pensar e antes de refletir? Parece que a impossibilidade é óbvia. O fenomenologista não deixa de confessar essa dificuldade. Está perfeitamente cônscio dessa dificuldade, mas não deseja dizer que isto seja uma dificuldade.

Nesse sentido a fenomenologia está obsedada pelo con¬creto, o que acontece em determinado momento é o seu primeiro e último alvo. A fenomenologia nada mais é que um método, nas palavras do autor o seu método constitui um modo de observação, novo na ciência.

Em um dos outros momentos o autor alerta que quem sofre de algum grupo de distúrbio, está errado quando evita os cenários da sua infância. Está procurando escapar de um passado de natureza prejudicial. Talvez seja a ocasião oportuna para que veja seu passado sob uma luz diferente. Essa pessoa precisa consultar um terapeuta, a fim de discutir com ele sobre o seu passado. A psicologia consegue dizer muito sobre o passado, e pou¬quíssimo sobre o futuro.

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