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O Psicodiagnóstico Interventivo Sob o Enfoque da Narrativa

Por:   •  26/3/2020  •  Trabalho acadêmico  •  601 Palavras (3 Páginas)  •  440 Visualizações

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Cap. III - O Psicodiagnóstico interventivo sob o enfoque da narrativa

Giuliana Gnatos Lima Bilbao

Neste artigo a autora define o psicodiagnóstico a partir do discurso, sendo esse o resultado de um processo de raciocínio, explicação, exposição, revelando assim todo conteúdo.

No psicodiagnóstico, tomado como um processo de intervenção evidencia que o discurso não é algo pronto, ou um simples raciocínio de algo que está devidamente delimitado, esperando o momento de exposição através da fala.

Pelo contrário, através da fala, as histórias vão surgindo, dando sentido aos momentos do passado e até do futuro, levantando percepções e sentimentos que a própria pessoa ainda não havia previsto.

O autor Benjamin (1936) fala da narrativa, que é  uma das formas de discurso, pois segundo ele, essas formas de comunicação florescentes no mundo artesão de outrora e que corriam as cidades, os campos e o mares. Não se pretendia transmitir a narrativa como informação, pois o que realmente importava, era o próprio relato das circunstâncias, da experiência vivida.

As narrativas foram substituídas com o tempo, pois a narrativa trás de maneira viva o acontecimento vivido, a informação é destituída da experiência vivida. A informação precisa ser suficiente em si e para si e precisa ser plausível e passível de verificação. Já a narrativa é aberta, dá certa liberdade ao leitor interpretar história contada e não tem compromisso com a verdade.

Benjamim (1936) fala da pobreza na comunicação na nossa sociedade, carente de histórias surpreendentes, porém com muitas notícias de todo mundo.

Nesse sentido, entende-se que no psicodiagnóstico onde os pais falam sobre seus filhos, eles não estão apenas dando informação e sim narrando uma história cheia de experiências.

Ao narrar, os pais mostram mais que os fatos acontecidos, mas a sua forma de significar esses fatos, a sua opinião sobre eles e a maneira que são impactados com isso.

 O ouvinte precisa estar disponível para a escuta e sentirá que a narrativa toca a sua própria experiência, ajudando a compreendê-los.

Husserl (1936) afirma que a consciência é intencional, movimento que se constitui a si mesmo, constituindo objetos intencionais Somos sujeitos em contínuo processo de criação de objetos, fatos, relações significados e, ao constituirmos, constituímos a nós mesmos.

Sendo assim a história contada é uma narrativa, ela é aberta, aos novos significados que surgem no próprio processo de narrar e origina-se na experiência vivida.

Pode-se afirmar que o psicodiagnóstico não é só um processo de investigação, mas uma aventura dinâmica, construída artesanalmente pelas mãos do psicólogo, das crianças, dos pais e demais pessoas envolvidas no processo.

Falar é encontrar a experiência no momento, como surge perante o outro e perante o próprio falante. É o próprio manifestar e desdobrar do ser.

A autora diz que ser psicólogo não é saber mãos sobre o outro do que ele mesmo sabe, devemos saber esperar que o processo se desenvolva e não explicar as situações a partir de referencias teóricas externas e classificar os clientes em categorias pré-estabelecidas.

 As devolutivas para as crianças em forma de narrativas

O procedimento consiste em elaborar histórias com personagens, imagens, recortes, refletindo na compreensão que tivemos da criança ao longo dos encontros. Essa é a prática que consiste o psicodiagnostico interventivo.

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