TrabalhosGratuitos.com - Trabalhos, Monografias, Artigos, Exames, Resumos de livros, Dissertações
Pesquisar

O divórcio nas mudanças do ciclo de vida familiar

Pesquisas Acadêmicas: O divórcio nas mudanças do ciclo de vida familiar. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  22/11/2013  •  Pesquisas Acadêmicas  •  1.898 Palavras (8 Páginas)  •  1.175 Visualizações

Página 1 de 8

O DIVÓRCIO NAS MUDANÇAS DO CICLO DE VIDA FAMILIAR

O divórcio tornou-se endêmico na sociedade norte-americana. Há duas décadas ele era relativamente raro, atualmente, quase 50% dos casais escolhem o divórcio como a solução para a insatisfação conjugal. Apesar de sua prevalência, poucos cônjuges estão preparados para o impacto emocional e físico do divórcio. O divórcio afeta os membros da família em todos os níveis geracionais, por toda a família nuclear e ampliada, provocando uma crise para a família como um todo, assim como para cada indivíduo dentro da família.

O divórcio é o maior rompimento no processo de ciclo de vida familiar, aumentando a complexidade das tarefas desenvolvimentais que a família está experienciando naquela fase.

DEMOGRAFIA

Das pessoas que se divorciam cinco- sextos dos homens e três- quartos das mulheres casarão novamente (Glick, 1984) com as chances de recasamento muito maiores quando o casal está nos primeiros estágios do ciclo de vida familiar. Nesses recasamentos, o índice de divórcio é ainda mais alto do que nos primeiros casamentos, com as estatísticas variando de acordo com o sexo e os grupos de idade. Para os homens e mulheres na casa dos trinta anos que casaram novamente em 1980, o índice previsto de divórcio é de 61% para os homens e 54% para as mulheres (Glick, 1984) Há vários fatores etiológicos associados à instabilidade conjugal.

DIVÓRCIO: UMA CRISE DE TRANSIÇÃO

No passado, a pesquisa focava o relacionamento entre divórcio e psicopatologia, com o status conjugal vinculado ao distúrbio mental. As evidências que apóiam essa visão decorrem da vulnerabilidade psicológica de muitas pessoas na época da separação/divórcio. As pessoas divorciadas correm um risco seis vezes maior de serem hospitalizadas por distúrbios psicológicos do que as pessoas casadas, além disso, as pessoas divorciadas apresentam um índice de suicídio duas vezes mais elevado do que as pessoas casadas.

O IMPACTO DO DIVÓRCIO SOBRE A FAMÍLIA

De acordo com a escala Holmes e Rahe (1976) de eventos estressantes de vida, o divórcio vem em segundo lugar, depois da morte de um dos cônjuges. Grandes ajustes individuais precisam ser feitos em dois níveis, emocional e prático: ajustamento à separação, com todo o tumulto emocional que a acompanha e ajustamento à nova vida com os problemas numa área afetando o ajustamento na outra.

O processo de ajustamento ocorre em estágios, num período de dois a três anos, começando com o período de pré decisão e terminando com algum tipo de omeostase estabelecida na nova família de progenitor sozinho ou com o recasamento.

A transição é gradual, começando muito antes da decisão concreta, freqüentemente com um dos cônjuges lutando com a idéia de divórcio como uma solução para a sua insatisfação, e terminando quando a família restabilizou-se de uma maneira que é compreendida por todos os membros da família nuclear e ampliada.

Ahros (1980) postula cinco estágios que sobrepõe, neste processo de ajustamento, cada um envolvendo transições e tarefas de papel específicas.

No primeiro estágio (cognição individual) pelo menos um dos cônjuges está considerando o divórcio e iniciando o processo de separação emocional, mantendo distancia através de atividades e envolvimentos separados. Este período é freqüentemente caracterizado por estresse aumentado, com consideráveis brigas, amargura, acusações, desvalorização do parceiro, depressão, ansiedade, e pode haver um caso amoroso, que freqüentemente serve para apressar a decisão.

No segundo estágio (metacognição familiar) também pré separação, o segredo é revelado. Um momento de grande sofrimento, para algumas famílias este pode ser o momento de maior desequilíbrio. Se a família maneja bem essa situação, o casal talvez seja capaz de separar-se com decisões bem refletidas.

No terceiro estágio (separação do sistema) acontece a separação concreta. Este é um momento muito difícil para toda a família, o resultado depende muito de como os estágios precedentes foram manejados. Quanto mais reativa a família maior a crise. Inicialmente cada cônjuge está num estado de vulnerabilidade emocional aumentada, que pode interferir com o funcionamento normal. Sintomas comuns incluem a incapacidade de trabalhar efetivamente, má saúde, mudanças no peso, insônia e outros transtornos do sono, disfunção sexual, e uso de álcool, tabaco e outras substâncias.

O quarto estágio (reorganização do sistema) envolve o difícil processo de deixar claras as novas fronteiras. Todos os membros da família experenciam a perturbação e confusão que acompanham o processo de divórcio e tem dificuldades em negociar a transição durante este estádio. A perda de um dos pais na casa, as muitas mudanças no funcionamento familiar, e os estresses em cada progenitor, que afetam sua capacidade de serem pais, tudo isso contribui para o impacto sobre os filhos. Quanto mais o progenitor não-resistente for excluído, maior será o potencial de disfunção familiar.

O quinto e último estágio (redefinição do sistema) começa quando a família resolveu as tarefas dos estágios anteriores e atinge a nova autodefinição. Novos papéis e fronteiras foram clarificados, e todos os membros são incluídos se os pais vivem bem a paternidade. Quando um relacionamento continuado, cooperativo, entre os ex-conjuges, a família se restabiliza mais rapidamente e mais efetivamente.

Idade dos filhos - O consenso de muitos estudos era de que quanto mais jovens os filhos na época do divórcio, maior o impacto a curto prazo. Entretanto no seguimento de dez anos de estudo de Wallestein e Kelly, descobriram que crianças pequenas que não tem nenhuma lembrança da vida pré-divórcio se ajustam melhor, com o passar do tempo, do que as crianças mais velhas, que se lembram da família que existia e considera o divórcio como o evento central de sua infância.

Conflito entre Pais – O resultado de muitos estudos diferentes indica que o relacionamento pós-divórcio entre os pais é o fator mais crítico no funcionamento da família. Embora um fator importante no ajustamento dos filhos após a separação seja o contato continuado e qualitativo, com ambos os pais, o nível de conflito entre os pais pode ser mais central no ajustamento do filho do que a ausência paterna ou o próprio divórcio.

O divórcio em casais recém-casados (sem filhos) – os dados apontam que nessa fase, ocorre mais provavelmente

...

Baixar como (para membros premium)  txt (12.4 Kb)  
Continuar por mais 7 páginas »
Disponível apenas no TrabalhosGratuitos.com