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OS CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Á WINNICOTT

Por:   •  15/6/2015  •  Bibliografia  •  1.748 Palavras (7 Páginas)  •  214 Visualizações

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CONCEITOS INTRODUTÓRIOS Á WINNICOTT

Winnicott considerava que o ser humano ao nascer, possuía um conjunto desorganizado de pulsões, instintos, capacidades motoras e perceptivas que, de acordo com o desenvolvimento, integram-se até que se atinja uma imagem unificada de si e do universo exterior. O ambiente é fundamental e é inicialmente representado pela mãe ou seu substituto. A dependência é dividida em duas fases: Dependência absoluta- do nascimento aos 6 meses, o bebê depende totalmente, mas desconhece esse estado pois entende que ele e o meio são uma coisa só. Dependência relativa- dos 6 meses aos 2 anos.

Ele considerava que grande parte dos sintomas que faziam a mãe buscar conselhos era de natureza psicossomática. Winnicott preocupava-se em dispor suas experiências e estudos não apenas nos meios acadêmicos, mas também nos diversos meios de comunicação, com os profissionais de saúde, assistentes sociais, professores, religiosos e, principalmente, com as mães.

Considerava que cada ser humano possui um potencial específico que o leva ao amadurecimento. Entretanto, apesar de ser um processo natural, a conquista da maturidade vai depender de um ambiente facilitador, sendo que no inicio, esse ambiente é representado pela mãe suficientemente boa.

mother good enough, é a mãe comum, dedicada mas não perfeita, que no início da vida do bebê está intimamente ligada a ele devido a sua preocupação materna primária, evita imprevistos e adapta-se às necessidades da criança. Dessa forma, o papel da mãe é de prover ao bebê um ego auxiliar, que lhe permite integrar suas sensações físicas, os estímulos do ambiente e suas capacidades motoras nascentes. A mãe deve facilitar o ambiente à criança, ficando atenta e sensível a qualquer coisa que possa perturbar a tranquilidade ou segurança do filho. No inicio quando o bebe é totalmente dependente da mãe ele dá a ilusão de que o seio é parte do corpo dele, criando inicialmente a sensação de controle magico sobre o objeto externo. Mas a criança não pode ficar eternamente presa a essa forma magica de pensamento onipotente. Cabe então a mesma mãe que incentivou essa ilusão, promover de forma progressiva a desilusão que levará o bebe ao princípio da realidade. Para Winnicott o nascimento da psique infantil tem inicio na relação estabelecida com a mãe.

Uma mãe suficientemente boa dedica aos filhos toda a atenção de que precisam, atendendo às necessidades básicas e que cria condições favoráveis para o sentimento de unidade entre as duas pessoas. Da relação entre o bebe e a mãe, surgem os fundamentos da constituição da pessoa e do desenvolvimento emocional da criança. A capacidade da mãe de se identificar com o filho, lhe possibilita satisfazer a função descrita por Winnicott, como por exemplo o holding.

Holding, literalmente o colo, a sustentação, o suporte, é a maneira de segurar e envolver o bebê, em continuidade com o útero materno. O Holding, juntamente com o Handling, é o manuseio, o aspecto técnico do cuidado. O Holding é antes de tudo físico, trata-se do ventre materno e de seus braços -e psíquico devido à preocupação que ela tem com o bebê e ao prazer que ela experimenta ao cuidar dele; é sua atitude. É o se sentir seguro nos braços de alguém, quando o bebê é "carregado com devoção". Por fim, ele é substituído pelo apoio familiar, ou, na falta deste, por um orfanato acolhedor. O Holding suficiente bom assegura ao bebê uma apresentação contínua do mundo, base do sentimento de continuidade do ser, de confiança no mundo e de existência pessoal.

Holding tem a função de evitar a ruptura de continuidade da linha de existência; ele não percebe se tudo está bem. O Holding evolui normalmente a princípio em direção à capacidade de ficar só na presença de outros, uma garantia de maturidade e de unidade dentro do processo de desenvolvimento, e que pressupõe um outro presente que não solicita nem exige nada, numa coexistência pacífica; em seguida em direção à capacidade de estar só que não é um isolamento doloroso diante da perda dos outros, mas uma solidão plena, habitada pelo si mesmo. O holding deve levar em consideração a sensibilidade epidérmica da criança(tato, temperatura, sensibilidade visual, sensibilidade às quedas). Portanto o holding feito pela mãe decide a passagem do estado de não integração, que caracteriza o recém-nascido, para a integração posterior. Dessa maneira, o vínculo entre a mãe e o bebe fixa as bases para o desenvolvimento saudável das capacidades inatas do indivíduo.

O Handling é a manipulação do bebe enquanto é cuidado e harmoniza a vida psíquica com o corpo. Quando a mãe segura o bebê, o alimenta, percebe seu desconforto e muda sua posição, troca sua fralda, dá banho... podemos chamar de handling.

O objeto transicional representa a primeira posse “não ego” da criança, têm em caráter de intermediação entre o seu mundo interno e externo. O objeto transicional servirá para que o sujeito possa experimentar com essas situações, e para ir demarcando seus próprios limites mentais.

Winnicott é conhecido na França sobretudo pelo conceito de Objeto Transicional, elaborado em 1951: o famoso "cobertor de segurança", que torna o autor o astro indiscutível das creches, é aquele pedaço de pano ou cobertor ao qual, por volta dos 4 a 12 meses, o bebê se apega apaixonadamente devido a sua função tranquilizante, e que ele suga na hora de dormir. A sobreposição daquilo que o bebê concebe e daquilo que a mãe traz produz um "terceiro mundo", uma zona intermediária entre a subjetividade e a objetividade, uma zona intermediária de experiência, uma terceira zona de compromisso, para a qual contribuem simultaneamente a realidade interior e a vida exterior. Esta zona não é contestada porque nada mais se exige dela senão o existir como um local de repouso para o indivíduo empenhado na interminável tarefa humana de manter ao mesmo tempo separadas e conectadas uma à outra a realidade interna e a realidade externa. (Winnicott, 1953c/1975, p. 9)

No espaço de transicionalidade a questão de saber o que é meu e o que é do outro não se coloca, pois está revestida de uma aura de ilusão de continuidade. Ao se situar entre o objeto interno e o objeto externo, o espaço transicional permite atenuar os efeitos da realidade externa e reduzir a dependência em relação ao objeto externo. O fato de que o objeto transicional não seja a mãe é tão importante quanto o fato de que ele representa a mãe.

Durante a amamentação, escreve Winnicott, o bebê olha para a mãe, e seu rosto reflete o que ela vê nele e que, portanto, ele é.

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