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Os Conceitos de verdadeiro e falso self são constituídos através do pediatra psicanalista inglês Donald Winnicott

Por:   •  3/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.038 Palavras (5 Páginas)  •  397 Visualizações

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Introdução:

Os conceitos de verdadeiro e falso self são constituídos através do pediatra psicanalista inglês Donald Winnicott.

Compreende-se como Self a representação da pessoa inteira, um ser genuíno que habita no interior de cada pessoa, um “ser interior”. (TRINCA, 2007). Porém, pelo ponto de vista de Winnicott, existem duas questões presentes no self do ser humano que são verdadeiro e falso self.

O potencial inato em direção ao amadurecimento carecido de um ambiente propício para se desenvolver, denomina Winnicott de Self verdadeiro (GALVÁN; AMIRALIAN, 2009). Segundo Bollas (1992) citado por GALVÁN; AMIRALIAN (2009), “é por meio da experiência e, necessariamente da experiência vivida na relação com um outro, que podemos entrar em contato com o verdadeiro self. Ou seja, é por meio da experiência que o potencial herdado ganha contorno e pode emergir” assim,

“Se devemos estabelecer uma teoria para o self verdadeiro, acho que é importante enfatizar como esse self-essência é a presença singular do ser que cada um de nós é; o idioma da nossa personalidade (....). No entanto, o idioma da pessoa não é um texto escondido e enfurnado na biblioteca do inconsciente, esperando por sua divulgação através da palavra. É mais um conjunto de possibilidades pessoais únicas, específicas desse indivíduo e sujeitas, em suas articulações à natureza da experiência vivida no mundo real” (Bollas, 1992, p.21-22 apud GALVÁN; AMIRALIAN, 2009).

Para o autor, o self verdadeiro é vivenciado como uma continuidade do ser, possibilitando o ser humano ser capaz de através do olhar subjetivo, criar e ter a vivencia de cria-lo sem sofrer influências impositoras da externalidade, conhecendo de verdade, aquilo que ele é capaz de criar,

O self verdadeiro precisa ao seu modo e em seu tempo, a partir da comunicação com o ambiente facilitador, adquirir uma realidade psíquica pessoal que lhe permita sentir-se real, sentir que o mundo é real e experimentar a continuidade de sua existência. “O gesto espontâneo é o self verdadeiro em ação. Somente o self verdadeiro pode ser criativo e sentir-se real” (Winnicott, 1983, p.135), e para que isto aconteça, desde inicio do desenvolvimento, no encontro do bebê com o corpo materno, através dos meios sensoriais, sons, calor, tato, ritmos, motilidade entre outros, vai se tornando possível a expressão do verdadeiro self.

É importante que o ambiente proporcione condições básicas de sustentação que permitam a realização plena e sem interrupções do vir-a-ser do bebê.  Assim, com o desenvolvimento saudável, por meio da existência corporal, e da elaboração das funções corpóreas, o bebe caminha no sentido da integração de suas realizações no tempo e espaço, descobrindo o mundo, e realizando o alojamento da psique no corpo; ele se desenvolve a partir do contato com o ambiente através da capacidade de se relacionar com o externo.

        No entanto, as falhas de maternagem no inicio do desenvolvimento, prejudicam o individuo na sua elaboração de ser, na constituição de si mesmo incapacitando reconhecer como tal. Também há um prejuízo na forma do mesmo se relacionar com o ambiente, no lugar de viver experiências individuais, temos características de intrusão do ambiente, onde não há adequação ao movimento do bebê, neste sentido diante uma falha ambiental surge o falso self na tentativa de substituir a falha da função materna, buscando proteger o verdadeiro self dando condições para se desenvolver “é uma forma primitiva de autossuficiência na ausência do cuidado. Ele começa a emergir, em sua forma mais severa, na infância” (Phillips, 2006, p.190).

Winnicott, (1994), aponta que o falso self é como uma defesa que oculta e protege o verdadeiro self. Na medida em que o verdadeiro self é a fonte dos impulsos pessoais a existência por meio de um falso self torna a vida esvaziada de sentido e permeada por um senso de irrealidade e de que a vida não vale a pena.

Há vários níveis do falso self, entre eles de acordo com GALVÁN; AMIRALIAN (2009) “atitude social, não patológica, no sentido da renúncia à onipotência e garantia do convívio social – presente na saúde – até o falso self que se implanta como real, em total submissão, onde o self verdadeiro permanece oculto, o que implica na ausência do que poderíamos chamar de gesto espontâneo. No grau extremo existe um sentimento de vazio, de que a vida não vale a pena, que não há razão para viver; nos graus menos extremos Winnicott (1990) aponta para uma organização secundária cindida, ou seja, uma possível regressão diante de dificuldades encontradas num estágio posterior do desenvolvimento, o que nos faria supor algum grau de sucesso na estruturação inicial primitiva”.

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