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PERFIL DE KAFKA E EVA

Por:   •  15/2/2016  •  Trabalho acadêmico  •  1.319 Palavras (6 Páginas)  •  231 Visualizações

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Introdução

É incontestável a importância dos pais para o desenvolvimento de um filho tanto no âmbito social como pessoal, o filho tem nos pais, principalmente na mãe o objeto de amor, a convivência com os pais se repercute por toda vida. Com base nas aulas e estudos na abordagem psicanalítica vale ressaltar alguns autores que fala sobre o desenvolvimento. Spitz diz que o desenvolvimento se dar a partir do vínculo mãe-bebê; Bolwby fala que quando a criança se senti segura ela explora o mundo a sua volta; Winnicott fala no holding que é se sustentar no outro se sentir seguro, Freud fala do desenvolvimento e entrada e saída do complexo de Édipo.

É na infância durante o desenvolvimento do bebê que se constrói o vínculo parental, e os cuidados tem que ir além do corpo, tem que haver afetividade para Mileine Klein o bebê tem um mundo rico de fantasias e percebe a realidade conforme suas fantasias. É divergente entre os teóricos se o bebê já nasce com ego ou não. Freud afirma que o bebê não nasce com ego ele é um desdobramento do ID e após o complexo de Édipo vem o superego.

Diante do que foi exposto a cima percebe-se a extrema relevância da relação dos pais com o filho, assim sustentados nesses teóricos podemos comentar alguns traços do perfil de Franz Kafka a partir da carta que foi escrita por ele ao pai e o de Eva protagonista do filme Sonata de outono.

Perfil de Eva

Através do filme podemos notar que a relação entre Eva e sua mãe se deu de forma não saudável fazendo com o ego dela ficasse sempre desinflado com um narcisismo exigente, exigindo muito dela e a colocando na retaguarda como vítima, a relação é marcada por falta de amor fazendo de Eva uma pessoa amargurada que não conseguia transmitir amor segundo seu marido.

A mãe de Eva se chamava Charlotte era uma renomada pianista que estava sempre em turnê de concerto musical e por consequência ausente na vida da filha e quando retomava não tinha uma relação de qualidade, a mãe que é o objeto de referência era ausente na vida de Eva, Charlotte era narcísica, egocêntrica e não tinha interesse pela filha. A pianista tem duas filhas Eva e a que possui problemas mentais Helena, a deficiência de helena se transformou uma ferida narcísica porque a filha real era diferente da filha imaginaria, Charlotte por sua vez busca nos palcos uma forma de  tamponar a ferida narcísica e acaba mantendo também a distância de Eva, criando na mesma um conjunto de sentimentos vivendo de forma conflituosa, ama e odeia, se senti abandonada, oprimida, culpada, insatisfeita, reprimida, amargurada. Ela nunca se sentiu o falo da mãe, gostava da mãe e não se sentia amada, passou a cuidar da irmã helena como se fosse uma mãe após a morte do filho, depositou a libido no filho o tendo como falo para tentar resgatar a sua infância na infância do filho.

Eva aparentemente era calma e doce mas seus conflitos internos, seu eu não era calmo passavam-se turbilhões de sentimentos consciente e inconsciente, queria chamar atenção da mãe de todas as formas queria ser bela, tocar piano para poder despertar a afetividade verdadeira da mãe, pois ela sentia que a mãe era superficial aparentando um carinho medíocre.

Perfil de Kafka

A carta exprime o tempo todo a lei do pai ao qual ele tinha que se submeter, seu pai tinha um peso tão enfadonho que o autor diz preferir a tê-lo como tio, avô, até mesmo sogro mais não pai, a convivência entre ambos era constante, diferente de Eva que a mãe vivia sempre viajando, porém a convivência também não se deu de forma plausível para que ele pudesse ser uma pessoa saudável, Kafka era pessimista, tinha medo de expandir o seu desejo, deprimido, oprimido, insatisfeito se via sempre inferior ao pai, impotente. Ele sempre ouvia frases ameaçadoras do pai (castração) ao ouvir essas frases ele firmava o pai em seu psiquismo como o castrador e cada vez mais o medo crescia dentro de si, fazendo com que ele perdesse a confiança em seus próprios atos por medo do genitor gerando sentimentos de nulidades, culpa, recriminação. O pai não respeitava a alteridade do filho

Apesar da mãe ser carinhosa e bondosa com ele, percebia que assim como ele a mãe também temia a autoridade do patriarca e ficava entre um jogo cruzado entre ele e o pai, foi uma figura importante para Kafka para que ele suportasse a barra e se sentisse o falo de alguém no caso o falo da mãe mas era submissa ao marido.

Kafka sentia vontade de ser livre e independente, por que se sentia desamparado e cobrado o tempo todo podemos encontrar na teoria de Freud o grande impasse de kafka com o pai foi no complexo de Édipo onde a figura paterna implica as leis e o corte do desejo do filho pela mãe, as castrações e intervenção de terceiros na relação, a criança tenta inflar o ego para conseguir as realizações dos seus desejos e hora e castrada e em outras não, porém a intervenção feita pelo pai de Kafka foi de forma exacerbada nunca deixando o ego do filho ser inflado o tornando um sujeito reprimido e sem o narcisismo ideal. O filho percebia também que as leis imposta pelo pai não era seguida pelo mesmo gerando nele um sentimento de injustiça, pois percebia que a lei não era para todos ( o pai estava a cima da lei). Ele queria ser ou tudo se não conseguisse se via como nada, dar o melhor que podia para ser muito bom, pois achava que só dessa formar iria conseguir o amor e respeito do pai.

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