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PSICOPATIA

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Por:   •  14/5/2014  •  Projeto de pesquisa  •  2.225 Palavras (9 Páginas)  •  1.040 Visualizações

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Psicopata

1. Introdução

No século XIX a expressão “psicopatia” (do grego: psyché = alma; pathos = paixão, sofrimento) era utilizada em seu sentido amplo na literatura médica para nomear doentes mentais de modo geral, não havendo ainda uma ligação entre psicopatia e personalidade antissocial (HENRIQUES, 2009).Observa-se ainda que tal termo perpassou por uma grande evolução no que tange ao seu conceito, sendo ela a personalidade psicopática.

Salientam-se as mais famosas e enriquecedoras denominações como a “Loucura sem delírio” ou “Loucura racional” de Pinel e a “loucura moral” de Prichard (BALLONE, 2005).Na história da nossa sociedade, sempre ouvimos falar de homens ferozes, com boa eloquência, poder de liderança e com capacidade de infringir regras vigentes com o objetivo apenas de alcançar glória e poder. Estes sujeitos não calculam seus atos e o reflexo de suas ações sobre outros, sendo capazes de maldades absurdas simplesmente com intuito de atingir seus objetivos pessoais.

Os psicopatas possuem a capacidade de tentar esconder o seu comportamento antissocial, aparentando serem homens civilizados e charmosos. Dessa forma conseguem manipular, ou seja, fragilizar a defesa de suas vítimas. Indivíduos considerados impulsivos, emocionais superficialmente, apresentando indiferenças a apegos pessoais, abraçando de maneira fugaz atitudes agressivas e indiferenças quanto ao acato às normas e obrigações, desencadeando a posturas antissociais (CLECKLEY, 1941).

Cabe esclarecer que os autores relacionados ao tema da psicopatia tratam de diversas formas os conceitos de sociopatia, psicopatia, transtorno antissocial, entre outros. Contudo, não aprofundaremos nessas distinções teóricas, uma vez que para fins acadêmicos, nosso trabalho tratará apenas a figura do psicopata.

Apesar de toda a crueldade e frieza destes indivíduos e até mesmo com a destruição causada por eles na sociedade, o principal fator que nos assusta é a impossibilidade de correção, visto que tais perturbações apesar de imensa periculosidade, não são consideradas doenças ou lesões para tratamento médico. Afirma ainda ser impossível a cura da psicopatia introduzida num indivíduo, dando como alternativa apenas o isolamento do meio social. Em consequência ao relatado acima, as chances de reincidência de o psicopata cometer novamente um crime chegam a ser três vezes maiores que a do individuo comum ou mediano, e por isso são motivos de preocupação no âmbito penal (PALOMBA, 2010).

2. Definição de Psicopatia

A psicopatia abrange muito mais do que as imagens sensacionalistas criadas pela mídia ou pelas características supostamente inventadas pela sociedade. Analisando de forma histórica, inicialmente o termo “psicopata” foi usado para nomear pessoas que apresentavam uma série de comportamentos reconhecidos como imorais perante a sociedade (MILLON, 1998).A discussão acerca da psicopatia iniciou no fim do séc. XVIII, quando alguns filósofos e psiquiatras passaram a estudar a relação existente entre “livre arbítrio” e “transgressões morais”, questionando se alguns destes indivíduos eram capazes de compreender a consequência de seus atos (MILLON, 1998).

É necessário ter a certeza de que o individuo psicopata não é necessariamente um doente mental: de forma geral, ele possui noção do certo e do errado, sendo capaz de agir segundo esse entendimento (ALVES, 2012).

Segundo o Código Internacional de Doenças (CID10 – F60.2), o transtorno de personalidade dissocial, que é o que mais se aproxima do conceito de psicopatia possui as seguintes características:

Transtorno de personalidade caracterizado por um desprezo das obrigações sociais, falta de empatia para com os outros. Há um desvio considerável entre o comportamento e as normas sociais estabelecidas. O comportamento não é facilmente modificado pelas experiências adversas, inclusive pelas punições. Existe uma tendência a culpar os outros ou a fornecer racionalização plausível para explicar um comportamento que leva o sujeito a entrar em conflito com a sociedade.

O Manual de Estatística e Diagnóstico (DSM-IV) analisa de forma mais aprofundada o transtorno da personalidade antissocial, considerando como característica fundamental o padrão invasivo de desrespeito e a violação dos direitos dos outros, com início na infância ou adolescência, persistindo até a idade adulta. De qualquer forma, ambos tratam a psicopatia como transtorno de personalidade antissocial.

Por se tratar de um tema polêmico, que envolve um objeto cientifico complexo, que é o comportamento humano, muitos autores discordam entre si. Sendo assim, o conceito do transtorno não poderia ser diferente. Identifica-se abaixo a contribuição de alguns autores sobre o assunto citado.

Girolano Cardamo (1501-1596) foi um dos primeiros a tratar algo relacionado à personalidade psicopática. Ele mencionou a “improbidade”, não alcançando a insanidade, pois segundo ele, as pessoas que sofriam desse mal, possuíam aptidão para controlar sua própria vontade (Apud GUIMARÃES, 2005).

Em sua obra intitulada Traité médico-philosophique sur I’alienation mentale; ou la manie, Philippe Pinel (1801) relata sobre pessoas que possuem características de mania, mas que não possuem de delírio. Nesta mesma obra, Pinel (1801) ainda afirma admirar ver loucos que, em nenhum momento, apresentavam prejuízo de entendimento (Apud TRINDADE, 2009).

Muito se escreveu sobre o tema, entretanto, o que causou maior impacto foi a obra de Hervey Cleckley, intitulada The Mask of Sanity, ou A Máscara da Sanidade. A psicopatia, neste livro, foi descrita como “funesto problema social” (Apud TRINDADE, 2009).

Cleckley (1941) descreveu de forma detalhada as características mais frequentes do que atualmente chamamos de psicopata. Após análise do quadro clínico de seus pacientes, ele citou algumas características para a “síndrome da psicopatia” tais como: problemas de conduta na infância, inexistência de alucinações e delírios, impulsividade e ausência de autocontrole, notável inteligência, falta de sentimentos de culpa ou vergonha, dentre outros (GUIMARÃES, 2005).

A psicopatia pode ser diferenciada de outros transtornos de personalidade, baseado em suas características de sintomas interpessoais (egocêntricos, manipuladores, determinados e frios), afetivos (apresentam labilidade, superficialidade emocional, incapacidade de manter vínculos estáveis e falta de sentimento de remorso ou culpa) e comportamentais (criminalidade e uso de substâncias psicoativas) (COSTA, 2008).

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