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Pouca Saúde, Muita Saúva

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Por:   •  1/5/2014  •  529 Palavras (3 Páginas)  •  328 Visualizações

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O objetivo central do capítulo ‘Pouca saúde, muita saúva’ , foi realçar o papel relevante e prolongado dos registros e textos médico-higienistas e do movimento pelo saneamento do Brasil. Dando ênfase também às primeiras décadas do século XX, onde houve a reconstrução da identidade nacional a partir da identificação da doença como elemento distintivo da condição de ser brasileiro.O personagem Jeca Tatu, de Monteiro Lobato, foi bem retratado e comparado com o Macunaíma, sublinhando sua forte presença em textos fundamentais da chamada fase de institucionalização das ciências sociais. Destes, se destacaram os dedicados aos temas do trabalhador rural, do campesinato e das questões agrárias no Brasil.

A partir do século XX já não se via o Brasil com bons olhos, o país foi pensado por intermédio de suas ausências e o homem brasileiro caracterizado como atrasado, indolente, doente e resistente aos projetos de mudança. Poucos foram os autores que não usaram palavras negativas para retratar o país. Para alguns como Tavares Bastos e Manoel Bonfin, o traço negativo seria conseqüência de sua herança ibérica com sua tradição estatizante e pouco propensa à iniciativa individual. Para outros, a composição étnica da população, na qual predominavam raças ditas inferiores e mestiços, consistia no principal obstáculo. Questões como raça e herança colonial assumem crescente importância nas controvérsias intelectuais e científicas que marcam as três primeiras décadas do século XX.

Várias conferências internacionais foram organizadas para discutir e criar regras e estratégias de controle sanitário que tinham sérias implicações para um país exportador de matérias primas e receptor de imigrantes, como o Brasil. A primeira guerra foi um marco que se refere a mortalidade da população civil e de tropas, devido as condições sanitárias nos campos de batalha da Europa. O término da Guerra foi acompanhado pela epidemia da gripe espanhola que teve impacto, tanto na Europa quando no Brasil, pode ser avaliado por estimativas de 30 milhões de mortes em todos os continentes entre março de 1918 e janeiro e 1919. No Brasil, movimentos como a Liga de Defesa Nacional e a Liga Nacionalista mostraram vários caminhos para a recuperação e fundação da nacionalidade: saúde, civismo, e valores nacionais, serviço militar obrigatório, entre outros.

O relatório de Arthur Neiva e Belisário Penna, falava do Brasil como um país de população desconhecida, atrasada, doente, improdutiva e abandonada e sem nenhuma identificação com a pátria.

Jeca Tatu foi uma representação caricatural do brasileiro ou vingança de fazendeiro arruinado, conforme a denúncia de Sergio Milliet. A trajetória do personagem Jeca Tatu, criado por Monteiro Lobato, resume o que acreditava ser os males do Brasil. Provocou um debate intelectual que envolveu diferentes autores preocupados com o tema dos contrastes sociais existentes no país. Os modos de representação variam intensamente no que se refere a valorização positiva ou negativa do homem e da vida no interior. Desde a afirmação de elementos como força, autenticidade, e comunhão com a natureza, bastante elevado na literatura romântica, até o retrato negativo e sombrio que aparece em vários textos de Saint-Hilaire , Monteiro Lobato, e até mesmo Euclides da Cunha. Esse fato era contrastado com a conhecida imagem de sertanejo

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