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Relatório Mediação de conflitos: A oficina

Por:   •  19/6/2018  •  Trabalho acadêmico  •  1.564 Palavras (7 Páginas)  •  5.604 Visualizações

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RELATÓRIO

Nome: Raffael Rodrigues Silva

Nome do co-mediador: André Gomma de Azevedo

Data da mediação ou última sessão de mediação: 14/06/2018

Local da mediação: Centro Judiciário de Solução de Conflitos.

Número de observadores: 01

1 - Questões identificadas:

        Segundo o Manual de mediação, a mediação é um processo definido como uma negociação facilitada ou catalisada por uma terceira pessoa em que apresente total imparcialidade, a fim de promover uma resolução de conflitos apresentados, no intuito de habilitar os envolvidos nestes através da comunicação. Sendo assim, este tipo de mediação é preferencialmente indicada para pessoas que já tenham tido vínculos instaurados anteriormente, como o caso de Plínio e Telma, onde existia uma boa relação definida pelos mesmos como “familiar”, e que procuram a mediação para restabelecê-la.

          Na situação entre Plínio e Telma, ele diz ter procurado a mediação porque não houve uma solução fora dela, onde Telma apresenta certa resistência em resolvê-la. Ele prestou um serviço para ela em sua oficina e ela não concordou com o valor e veio a ofendê-lo chamando-o de trambiqueiro como também alterar a voz “pra cima” dele. Plínio se sentiu desconfortável com as palavras ditas e atitudes tomadas por Telma, já que antes existia uma relação de amizade e confiança entre os dois.

Telma por sua vez, apresenta seu descontentamento no início da sessão, relatando que não ficou satisfeita com o atendimento de Plínio, trazendo frases como “ele não trabalha como antes”, “seu tratamento era diferenciado com nossa família”, “ ele oferecia bala, café”, “nos atendia pessoalmente”, “não sei se isso é trambuque”. Além da insatisfação apresentada por Telma, ela também demonstra desconfiança se tratando do caráter de Plínio se tratando dos valores cobrados pelos serviços, ressaltando sua indignação por meio da folha em que ele passou os valores, que não era timbrada, era apenas um papel qualquer.

Diante desta situação-conflito, pude perceber que as partes estavam focadas em seus interesses individuais, e não em buscar possíveis soluções. No entanto era uma situação de passível solução através da mediação.

2 - Interesses reais das partes:         

O interesse tem relação com a satisfação, necessidade de algo, como também ter uma motivação pessoal. Podendo ser por uma pessoa, um bem material, dinheiro e etc.                                                                                O que levou Plínio a buscar a mediação pode ser compreendido como necessidade de reconhecimento, valorização, tanto profissional como pessoal, respeito e justiça. E pôde se perceber que Telma também apresenta as mesmas necessidades de Plínio.                                                                                 No andar das sessões, Telma e Plínio deixaram explícito que o intuito da mediação não era o valor do serviço, mas sim a elucidação da situação. A princípio, os interesses reais não são vistos de forma de forma nítida, contudo, quando são notados, é permitida uma maior percepção de toda a demanda.

3 - Reação das partes à declaração de abertura:

Ambos ouviram atenciosamente a abertura sessão, onde o co-mediador André apresentou todas as regras para uma boa mediação, como não interromper o outro, interferir na fala do outro, não chamar o co-mediador para ser testemunha, tempo estabelecido para a sessão, traz que os envolvidos devem o tratar formalmente e também pergunta como eles querem ser chamados e etc. Como também deixaram suas dúvidas e questionamentos para serem esclarecidos logo após o fim da fala do Co-mediador, deste modo, André pôde ser visto como uma figura confiável naquele momento, no intuito de contribuir com a mediação do conflito estabelecido entre eles.

        A condução de André para a abertura da sessão seguiu à risca as recomendações do Manual de Mediação Judicial.

Resumo usando linguagem neutra ou positiva (indique como gostaria de tê-lo realizado):

Considerando o resumo, pude observar a necessidade do mesmo no momento da mediação, pois é através dessa técnica que o mediador anotará falas importantes ditas pelas pessoas envolvidas naquele momento, tendo assim, material para trazer de volta para eles na intenção de fazer uma reflexão sobre o que foi dito, podendo mostrar pontos positivos e negativos correspondentes à relação dos dois.

        O co-mediador utiliza destas falas anotadas para se apropriar da técnica de recontextualização como também a validação de sentimentos, fazendo o uso de palavras como “me parece”, para demonstrar atenção e valorizar a fala de ambas as partes, pois muitas dessas falas contribuem para uma possível solução. Recriando a frase utilizando técnica+frase da pessoa, desta forma: “-Me parece que você em sua fala demostra um grande afeto pela sua oficina, e se orgulha do trabalho que presta, e traz a importância das pessoas valorizarem este serviço...”, ou, “-Me parece que vocês dois usufruíam de uma boa relação, uma vez que relataram ser uma relação ‘familiar’, o que é um ponto bastante positivo...”.

Oportunidades de melhoria identificadas:

O rapport foi bem estabelecido com ambas as partes, ele tem como objetivo prover uma relação de confiança do mediador para com os dois participantes da mediação. Partindo desta ideia, o mediador foi repontuando que, a interferência de ambos diante das falas de cada um não contribuiria para uma negociação, administrando assim, a sessão, dando momento de fala para os dois de forma igualitária.  

O mediador se apropria novamente de técnicas recomendadas pelo manual, utilizando o reforço positivo em relação às possíveis evoluções durante a sessão. Outra técnica utilizada foi a estratégia de negociação, em que André questiona Telma:  “- O que você ganha não valorizando o serviço de Plínio?”. O que a deixa reflexiva. Como também a técnica de Geração de Opções, que permite fazer perguntas como: “- Em sua opinião, o que mudaria se Plínio te atendesse e oferecesse um café ao chegar à sua oficina?”, ou, “- O que mudaria se Telma falasse com você em um tom mais amigável?”, sempre visando uma possível solução para o conflito.

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