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Representação Social: Uma genealogia do conceito

Por:   •  27/4/2017  •  Resenha  •  1.185 Palavras (5 Páginas)  •  598 Visualizações

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RESENHA CRÍTICA

GOMES, Marcos Alexandre de Souza. Representação Social: uma genealogia do conceito. Comum (FACHA), v. 10, p. 122-138, 2004.  

O presente artigo aborda sobre representação social em uma genealogia do conceito, como um referencial aos pesquisadores da Psicologia Social, o autor se baseia em teóricos como Moscovici, principalmente no que se refere a cognição social. Portanto, é a partir de Durkheim que se passa a falar sobre representação coletiva para incidir estudos a respeito de representações sociais. De acordo com Álvaro & Garrido (2006), as representações coletivas têm conteúdos diferentes das representações individuais e são o produto de uma imensa cooperação estendida não somente no tempo, mas também no espaço. Entretanto, assim como esses estudiosos, para Durkheim “nossas categorias de pensamento e representações da realidade surgem de um fato social, como a religião, ciência, mitos e filosofia”.

Assim, o artigo encontra-se dividido em quatro tópicos que são intitulados como: um breve passeio pela história; psicologia social um campo abrangente; a teoria das representações sociais e as representações e a ordem social.

Fazendo um breve passeio pela história das representações sociais e da Psicologia Social é possível perceber que o processo histórico é contínuo e não linear, que nunca pode ser entendido como uma progressão linear, pois nesse processo sempre há avanços e recuos. A visão reducionista em uma perspectiva dicotômica entre o individual e o social sempre posicionou a psicologia e a sociologia em áreas diferentes, a ênfase psicológica em detrimento do indivíduo e a da sociologia em detrimento da sociedade. A ênfase na psicologia individual denota as consequências dessa dicotomia, o desconhecimento do estudo de autores que construíram de forma primária a Psicologia Social e são apenas reconhecidos por seus trabalhos com bases individuais.

A maior parte dos teóricos da Psicologia Social, anteriores a Segunda Guerra Mundial, fez distinção entre o coletivo e o individual. A razão para isso era a crença de que as leis que explicam fenômenos coletivos eram diferentes do tipo de leis que explicavam os fenômenos individuais. A mudança nas fundamentações teóricas do behaviorismo para o cognitivismo marcou o surgimento da Psicologia Social moderna, se baseando numa visão de homem como ser pensante processador de informações geradas no meio social.

O conceito de representação social resgatado da vertente sociológica marca a mudança no eixo de tradição behaviorista em verificação de comportamentos observáveis o qual detinha a hegemonia em todas as áreas das ciências psicológicas.

Forgas recorre a conceituação de cognição social, em relação ao qual acredita que seja necessário ir além dos fenômenos cognitivos, na tentativa de abranger os valores, as motivações e outros temas que sirvam para explicar o comportamento social. Estes conhecimentos associados a esta teoria, devem ser ancorados aos da Psicologia Social, tornando-se um estudo mais abrangente. Neste campo abrangente, haveria a necessidade de buscar respaldo teórico em outras disciplinas, principalmente na sociologia. Neste sentido, a cognição social seria uma alternativa para recuperar a essência e a identidade da Psicologia Social moderna.

Refere-se ao conhecimento como social, embora nem todo possa ser considerado como uma representação social. Para que o seja, é necessário que este conhecimento seja de ordem prática, mais associado ao senso comum, se opondo ao pensamento científico. Além do conhecimento, a linguagem também seria um aporte importante para esta análise, já que se origina e encontra respaldo na vida cotidiana, no qual também entraria a estrutura social.

Portanto, a cognição social, estuda as dimensões da natureza social dos processos cognitivos passando a ser uma alternativa para recuperar a identidade da Psicologia Social moderna.

Para Moscovici, a Psicologia Social seria a ciência do conflito entre o indivíduo e a sociedade, e os objetos de estudo dessa disciplina seriam: os fenômenos da ideologia e da comunicação. Já a representação social seria o que articula o social e o psicológico dentro de um processo dinâmico. Enquanto que estas representações são sempre determinadas pelos interesses dos grupos que as forjam.

O conceito de representação social é fronteira entre psicologia e sociologia, para Durkheim existem categorias básicas de pensamento que se originariam na sociedade, a partir de experiências sociais em conjunto com a vida social. No entanto, houve a promoção da condição essencial para a elaboração do conhecimento.

Desse modo, são em debates sobre representação coletiva, que Moscovici diverge de Durkheim e acaba por implementar o conceito de representação social, uma vez que as heranças coletivas passadas, não são transmitidas de forma determinista ou estática, porque o indivíduo assume em sociedade papéis de um ser ativo e autônomo.

As representações sociais se pautam em um conjunto de ações, frases, explicações e são modalidades de conhecimento prático, que se manifestam por meio de imagens, conceitos, categoria e teorias. Em Moscovici, a representação social é um preparo para a ação, que cabe agir no ambiente, para ele o ser humano é um ser pensante e que convive em um conjunto de atribuições e julgamentos.

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