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Resumo Angelo Machado

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Por:   •  12/9/2014  •  6.269 Palavras (26 Páginas)  •  1.355 Visualizações

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Capítulo 3 Conceição R.S. Machado 0 tecido nervoso compreende basicamente dois tipos celulares: os neurônios e as células glias ou neuroglia. O neurônio é a sua unidade fundamental, com a função básica de receber, processar e enviar informações. A neuroglia compreende células que ocupam os espaços entre os neurônios, com funções de sustentação, revestimento ou isolamento, modulação da atividade neuronal e defesa. Após a diferenciação, os neurônios dos vertebrados não se dividem, ou seja, após o nascimento geralmente não são produzidos novos neurônios. Aqueles que morrem como resultado de programação natural ou por efeito de toxinas, doenças ou traumatismos jamais serão substituídos*. Já a neuroglia conserva a capacidade de mitose após completa diferenciação. 1.0 — NEURÔNIOS São células altamente excitáveis que se comunicam entre si ou com células efetuadoras (células musculares e secretoras), usando basicamente uma linguagem elétrica, qual sejam modificações do potencial de membrana. A membrana celular separa dois ambientes que apresentam composições iônicas próprias: o meio intracelular (citoplasma), onde predominam íons orgânicos com cargas negativas e potássio * Fazem exceção os neurônios denominados grânulos, localizados no cerebelo c no bulbo olfatório, que podem aumentar durante a infância como parte do crescimento normal. Também no epitélio olfatório, os neurônios sensoriais primários são gerados durante toda a vida a partir dc células in- diferenciadas. (K +); e o meio extracelular, onde predominam sódio (Na+) e cloro (Cl). As cargas elétricas dentro e fora da célula são responsáveis pelo estabelecimento do um potencial elétrico de membrana. Na maioria dos neurônios, 0 potencial de membrana em repouso está cm torno de -60 a -70mv, com excesso de cargas negativas dentro da célula. Movimento de íons através da membrana permite alterações deste potencial. Como se sabe íons só atravessa a membrana através de canais iônicos, segundo a gradiente de concentração. Os canais iônicos são forma- dos por proteína e caracterizam-se pela seletividade e, alguns deles, pela capacidade de fechar-se e abrir-se. A maioria dos neurônios possui três regiões responsáveis por funções especializadas: corpo celular, dendri tos (do grego, déndron = árvore) c axônio (do grego áxon = eixo), conforme esquematizado na Fig. 3.1. 1.1 — CORPO CELULAR Contém núcleo e citoplasma com as organelas citoplasmáticas usualmente encontradas em outras células (Fig. 3.2). O núcleo é geralmente vesiculoso com um ou mais nucléolos evidentes (Fig. 3.3). Mas encontram-se também neurônios com núcleos densos, como é o caso dos núcleos dos grânulos do córtex cerebelar. O citoplasma do corpo celular recebe o nome dc yericário, termo que, às vezes, é usado como sinônimo de corpo celular. No primário, salienta-se a riqueza em ribossomos, retículo endo- plasmático granular e a granular e aparelho de Aesculapius 18 N E U R O A N A T O M I A FUNCIONAL Dendritos C o r p ú s c u l o s de Nissl C é l u l a de —«fo Schwann \ Colateral Cone de i m p l a n t a ç ã o Segmento inicial do a x ô n i o Bainha de mielina — N ó d u l o s de Ranvier > In te r nódulo Placa motora Fibra muscular e s q u e l é t i c a | _ B o t õ e s sinápticos Fig. 3.1 — Desenho esquemático de um neurônio motor, mos cando o corpo celular, dendritos c o axônio que após o segmento inicial, apresenta bainha de mielina, formada por célula de Schwann. O axônio, após ramificações, termina em placas mo- toras nas fibras musculares esqueléticas: em cada placa motora, observam-se vários botões sinápticos. Golgi, ou seja, as organelas envolvidas em síntese (Fig. 3.2). Os ribosomos podem concentrar- se em pequenas áreas citoplasmáticas onde ocorrem livres ou aderidos a cisternas do retí- culo endoplasmático. Em conseqüência, à mi- croscopia óptica, vêem-se grumos basóíilos, conhecidos como corpúsculos de Nissl ou_subs- tânciacromidialjFig. 3.3). Mitocôndrias, abun- dantes e geralmente pequenas, estão distribuí- das por todo o pericário, especialmente ao redor dos corpúsculos de Nissl, sem, no entanto, pe- netrá-los (Fig. 3.2). Microtúbulos e mieroíila- mentos de actina são idênticos aos de células não-neuronais, mas os filamentos intermediá- rios (8 a l l nm de diâmetro) diferem, por sua constituição bioquímica, dos das demais célu- las; são específicos dos neurônios, razão pela qual se denominam neurofilamentos. O corpo celular é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as proteínas neuronals, bem como pela maioria dos processos de degradação c renovação de constituintes celulares, inclusive de membra- nas. As funções de degradação justificam a riqueza em lisosomas, entre os quais os chama- dos grânulos de lipofuscina. Estes são corpos lisosômicos residuais que aumentam em núme- ro com a idade. A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis, conforme o tipo de neurônio. Por exemplo, nas células de Purkinje do córtex cerebelar (Fig. 22.2), os corpos ce- lulares são piriformes e grandes, com diâmetro médio de 50-80|Xm; nesse mesmo córtex, nos grânulos do cerebelo, são esferoidais, com diâmetro de 4-5u.m; nos neurônios sensitivos dos gânglios espinhais são também esferoidais, mas com 60-120uxn de diâmetro (Fig. 3.11); corpos celulares estrelados e piramidais (Fig. 3.3) são também comuns, ocorrendo, por exemplo, no córtex cerebral (Fig. 27.1). Do corpo celular partem os prolongamentos (dendritos e axônio), porém as técnicas his- tológicas de rotina (Fig. 3.3) mostram apenas o corpo neuronal e, nos maiores, as porções iniciais de seus prolongamentos. A visualiza- ção desses últimos exige técnicas especiais de coloração. O corpo celular é. como os dendritos, local de recepção de estímulos, através de contatos sinápticos, conforme será discutido no item 2.0. Nas áreas da membrana plasmática do corpo neuronal que não recebem contatos sinápticos apóiam-se elementos gliais. Aesculapius TECIDO N E R V O S O 19 Fig. 3.2 — Electromicrografia de parte do corpo celular de um neurônio do sistema nervoso autônomo, mostrando porção do núcleo (N) com um nucleoid c citoplasma onde se destacam um corpúsculo de Nissl (CN = concentração dc retículo endoplasmático granular e ribosomos), mitocôndrias (setas) c aparelho dc Golgi(G). Barra = 0,2]lm. Cortesia de Elizabeth R.S. Camargos. 1.2 —DENDRITOS Geralmente são curtos (de alguns micrôme- tros a alguns milímetros de comprimento) e ramificam-se profusamente, à maneira de ga- lhos de uma árvore, em ângulo agudo, originan- do dendrites de menor diâmetro. Apresentam contorno irregular. Podem apresentar os mes- mos constituintes citoplasmáticos do pericário. No entanto, o aparelho de Golgi limita-se as porções mais

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