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TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS NO MUNDO DO TRABALHO E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE MENTAL DE EMPREGADOS

Projeto de pesquisa: TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS NO MUNDO DO TRABALHO E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE MENTAL DE EMPREGADOS. Pesquise 860.000+ trabalhos acadêmicos

Por:   •  3/9/2014  •  Projeto de pesquisa  •  4.884 Palavras (20 Páginas)  •  493 Visualizações

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2. TRANSFORMAÇÕES HISTÓRICAS NO MUNDO DO TRABALHO E SUA INFLUÊNCIA NA SAÚDE MENTAL DO TRABALHADOR

O século XIX caracteriza-se pelo desenvolvimento do capitalismo industrial, que, por sua vez, está ligado ao crescimento da produção.

Nesta época, os movimentos sindicais se estruturavam de forma deficiente e a função reguladora do Estado nas relações entre capital e trabalho era inexpressiva. Tal ausência de proteção social ocasionava repetidamente graves acidentes de trabalho que cominavam na morte de trabalhadores e até mesmo crianças, devido à existência de doenças pulmonares, respiratórias, cardíacas e estresse físico e mental.

No entendimento de Christophe Dejours,

compreende-se facilmente que as lutas operárias neste período histórico tenham essencialmente dois objetivos: o direito à vida (ou a sobrevivência) e a construção do instrumento necessário à sua conquista: a liberdade de organização. [1]

A inexistência de tal liberdade deve-se ao fato dos modelos de organização do trabalho, divididos em: modelo taylorista, modelo fordista e modelo toyotista.

2.1 Modelos de Organização do trabalho

2.1.1 Modelo taylorista

A partir do início do século XX, nasceu nos Estados Unidos, com a maior utilização da eletricidade, o modelo taylorista de organização do trabalho expandiu-se.

O objetivo central de tal modelo se fundava no combate ao ócio dos operários, evitando, desta forma, a diminuição da produtividade. Para Taylor,

A vadiagem no local de trabalho não eram tanto os momentos de repouso que se intercalavam no trabalho, mas as fases durante as quais os operários, pensava ele, trabalhavam num ritmo menor do que aquele que poderiam ou deveriam adotar. A vadiagem foi assim denunciada como perda de tempo, de produção e de dinheiro. [2]

Todavia, o principal obstáculo encontrado por Taylor foi o domínio do conhecimento pelo operário, no que tange a realização da sua atividade. Ou seja, enquanto os operários detivessem o conhecimento das tarefas e o modo adequado para efetivá-las, a aplicação do projeto pretendido por Taylor não seria possível.

Associando tempo à produção, Taylor buscou o “melhor modo” de execução do trabalho, se utilizando da observação, descrição, medição. Desta forma, criou a teoria da administração científica, segundo a qual, o processo produtivo se dava mediante a realização de movimentos repetitivos e sem dinâmica, com a utilização de máquinas.

Objetivando o êxito da teoria aplicada, Taylor estabeleceu o controle minucioso das atividades desenvolvidas, visando garantir o melhor desempenho possível por parte dos operários.

Assim, Taylor verificou que existia a necessidade de fracionamento do trabalho, no qual, as tarefas correspondiam a determinados postos e estes, por sua vez, deveriam ser ocupados pelos homens mais adequados, que estariam em constante vigilância dos supervisores.

Para tanto, a figura do administrador passou a determinar quais tarefas seriam executadas, bem como o método de produção, cabendo ao trabalhador apenas o acolhimento das decisões, sem questionamentos ou escolhas.

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No entender de Amauri Cesar Alves,

Para passar o controle efetivo e prático da produção aos dirigentes das sociedades empresárias, Taylor desenvolveu seu primeiro e mais importante princípio, que era o da interferência e disciplina do conhecimento operário sob o comando da gerência. Para viabilizar este controle, era necessária uma análise científica do trabalho, que consistia no estudo do movimento elementar de cada operário, decifrando quais são úteis para eliminar os inúteis e, assim, aumentar a intensificação do trabalho. Tal análise era acompanhada do registro dos tempos com o intuito de identificar o tempo ótimo para realizar uma tarefa. De acordo com a teoria de Taylor, os coordenadores das empresas – gerentes, diretores, etc. – deveriam dividir o trabalho de cada operário ao máximo de operações e movimentos elementares para, depois de várias análises, determinar o modo e o ritmo ótimos para a realização das tarefas, alcançando, com isto, um tempo-padrão a ser seguido por todos os trabalhadores. [3]

Ademais, a fim de estimular o desempenho individual, salários e prêmios eram oferecidos aos operários. Com isto, “o trabalho é transformado em atividade parcelada, repetitiva e sem sentido, retirando do indivíduo a sua capacidade criativa.” [4]

O modelo taylorista favoreceu o estabelecimento das divisões entre os indivíduos, quepermanentemente se recolhiam à solidão.

No entendimento de Christophe Dejours,

Face ao trabalho por peças, à chantagem dos prêmios, à aceleração das cadências, o operário está desesperadamente só (...) A ansiedade, o tédio frente à tarefa, ele deverá assumi-los individualmente, mesmo se estiver no meio de uma colméia, porque as comunicações estão excluídas, às vezes até proibidas. No trabalho taylorizado não há mais tarefa comum, nem obra coletiva, como é o caso da construção civil ou da pesca marítima, por exemplo.[5]

A partir daí surge o sentimento operário de indignidade, a frustração ao se sentir “descartável”, a sensação de inutilidade por não mais possuir imaginação ou inteligência para criar, e consequentemente, também surge o sentimento de que a tarefa desenvolvida não apresenta qualquer significação humana.

2.1.2 Modelo fordista

Em 1910, houve a interligação do modelo de organização Taylorista com os métodos e técnicas adotados por Henry Ford, criador do modelo Fordista.

Se, com Taylor, já

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