TRASNTORNOS DE PERSONALIDADE: ANTISSOCIAL

Introdução

A palavra personalidade vem do latim persona, que designava a máscara usada por atores da Antiguidade com a finalidade de ampliar a voz e representar determinado personagem. Dessa forma temos hoje que personalidade se refere aos aspectos do indivíduo que são percebidos pelos demais. O conceito de personalidade envolve as características que individualizam as pessoas, presentes desde a infância e adolescência, permanecendo praticamente imutáveis ao longo da vida. É composta do caráter, que reúne os aspectos cognitivos do indivíduo, e do temperamento, reunião dos aspectos afetivo-conativos (Peters, 1984).

A classificação de Transtorno de Personalidade, embora de uso corrente, é muito complexo. Envolve diferentes concepções teóricas e tem várias implicações nos campos médico-psiquiátrico e jurídico (Sass, 1986).Por definição, o transtorno de personalidade desenvolve-se já na infância ou na adolescência permanece relativamente imutável ao longo da vida do indivíduo e constitui o seu modo habitual de ser. Historicamente, o conceito desenvolveu-se a partir da observação de criminosos, conotando frequentemente caráter pejorativo nas suas sinonímias; psicopatia, sociopatia, personalidade dissocial ou antissocial, insanidade moral, entre outros. ³

Já a classificação de transtornos mentais e de comportamento, em sua décima revisão (CID-10), descreve o transtorno específico de personalidade como uma perturbação grave da constituição caracterológica e das tendências comportamentais do indivíduo. Tal perturbação não deve ser diretamente imputável a uma doença, lesão ou outra afecção cerebral ou a um outro transtorno psiquiátrico e usualmente envolve várias áreas da personalidade, sendo quase sempre associada à ruptura pessoal e social.²

Tradicionalmente considera-se a que as doenças mentais podem ser causadas por causas por agressão à integridade do sistema nervoso central ou por influencias psicologias e sociais desfavoráveis. Mesmo as causas de um transtorno de personalidade não sendo exatamente conhecidas acredita-se que envolve a interação entre a suscetibilidade herdada e fatores ambientais como traumas na infância.

Esse trabalho tem o objetivo Apresentar as características básicas dos diversos transtornos específicos de personalidade, mas centrando-se no transtorno de personalidade antissocial e também sobre sua melhor forma de tratamento.

Transtornos de personalidade

Transtornos de personalidade têm sido cada vez mais frequentes atualmente. Hoje já existem, segundo a (American psychiatric association, 1994), dez transtornos de personalidade divididos em três grupos, de acordo com os seus sintomas, dos quais são compostos por: Transtornos de ansiedade, esquizofrênicos e de humor.

Os transtornos de ansiedade são transtornos em que a pessoa, apresenta medo e apreensão excessivos e contínuos que afetam no seu dia-a-dia, além disso, possui medo de ser rejeitada e criticada socialmente. Há vários tipos de transtornos de ansiedade e são eles;

• Fobia específica;

• Fobia social;

• Agrofobia;

• Transtorno de pânico;

• Transtorno de ansiedade generalizada;

• Transtorno obsessivo compulsivo;

Os transtornos esquizofrênicos são os mais graves, contudo afetam apenas 1% da população (Gottesman, 1991). Os seus sintomas são geralmente, perda de contato com a realidade, o que faz com que seja referida como um transtorno psicótico. Esse transtorno é composto por cinco tipos:

• Desorganizado;

• Catatônico;

• Paranoide;

• Indiferenciado;

• Residual;

Os transtornos de humor são alterações injustificadas de humor, e também de manias. Os tipos de transtornos de humor são:

• Transtorno depressivo maior;

• Transtorno bipolar.

Transtorno de personalidade antissocial

O transtorno de personalidade antissocial, conhecido também como psicopatia e sociopatia, tem despertado cada vez mais o interesse da população, devido ao aumento constante da criminalidade e violência urbana, cujo pode estar relacionado com esse transtorno.

• Características

A pessoa costuma ter indiferença com os sentimentos alheios, comportamentos agressivos, não dá importância às normas e regras, intolerância, impulsividade, tendência a culpar os outros pelos seus atos, facilidade de mentir e manipular as pessoas, incapacidade para lealdade, sedução apurada, vida sexual impessoal, incapacidade de seguir um plano e o comportamento não é facilmente modificado pelas punições.

A agressividade, presente nos indivíduos com TPAS (transtorno de personalidade antissocial) tem sido distintas em duas categorias, que podem ser classificadas em afetiva ou predatória (Raine et al., 1998) ou reativa ou operativa (Blair et al., 2001). A agressividade afetiva ou reativa se manifestaria em resposta a eventos ou situações que provocassem sentimentos de frustração, raiva ou medo no indivíduo. Já a agressividade operativa ou predatória seria planejada e executada de maneira calculada para se atingir um objetivo claramente específico. A justificativa para a diferenciação do comportamento agressivo em duas categorias é a hipótese de que essas manifestações comportamentais seriam processadas por substratos neurais distintos (Raine et al., 1998; Blair et al., 2001).

Boa parte população carcerária apresenta diagnóstico de TPAS. Cerca de 50% dos prisioneiros dos EUA preenche os critérios do DSM-IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) para TPAS (Singleton et al., 1998). O que mostra que boa parte da violência e criminalidade está relacionada com este transtorno.

• Transtornos de Conduta

O TPAS costuma ser evidenciado na infância e/ou na adolescência. Estão relacionados com comportamentos que incomodam, perturbam e muitas vezes agressivos, baixo rendimento escolar e problemas de relacionamento com colegas. Seu comportamento costuma influenciar mais nos outros no que nele mesmo, pois a pessoas que possuem esse transtorno, costumam não se importar com os sentimentos dos outros. Durante esse período,

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