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A Acumulação Capitalista

Por:   •  23/6/2019  •  Trabalho acadêmico  •  674 Palavras (3 Páginas)  •  189 Visualizações

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 RESENHA CRÍTICA

FILME: “Capitães de Areia”

ANO DE LANÇAMENTO: 2011

DIREÇÃO: Cecília Amado.

        O filme que é uma adaptação do livro de Jorge Amado, conta a história do personagem Pedro Bala e seus amigos, mostra a vida de menores na Bahia em situação de vulnerabilidade. A princípio é importante ressaltar a importância do cinema como objeto de estudo social, agregando uma visão documental e artística importante para a análise não só estética, mas também uma reflexão da sociedade. O roteiro do filme também foi assinado por Cecília Amado em parceria com Hilton Lacerda traz pensamentos importantes que também contem na obra de Jorge Amado, a vida marginal em foco na visão das crianças envolvendo descobertas sexuais, crescimento pessoal e a sobrevivência.

        Para fazer uma despretensiosa análise selecionei alguns trechos do filme, o primeiro é a introdução quando o personagem Vida Mansa pede uma laranja para uma mulher, “Mas Laranja mata a fome?” Ela pergunta, acredito que esta cena seja importante pois mostra no início o tema que o filme vai abordar, e consequentemente a linguagem, se observarmos bem o contexto cinematográfico brasileiro, estamos habituados com a narrativa do ponto de vista marginal, digo isto com base em outros filmes como “Cidade de Deus” e “Sonhos roubados”, chamo a atenção para o que ambos os filmes têm em comum, a conformidade que está envolta tais situações desumanas na qual as crianças são condicionadas, não somos no filme apenas observadores passivos mas nos reconhecemos nos outros personagens que acompanham de perto o cotidiano dessas crianças a agem de forma natural, como uma condição pré determinada que não está apta para modificação nem reestruturação, apesar do trecho do filme citado possuir um tom de humor é importante ressaltar que a primeira impressão da obra cinematográfica é de um abandono natural.

        Este abandono natural é notório também em outro trecho, quando a pequena Dora precisa deixar sua casa com seu irmão após a morte de sua mãe, não houve neste caso nenhum tipo de intervenção para dar assistência a criança que acaba indo morar com o grupo do personagem Pedro Bala. As crianças do filme só encontram assistência com a comunidade, quando estão doentes ou precisam de algo importante recorrem as mães de santo ou aos mestres de capoeira, se observarmos bem ambos também são grupos sociais marginalizados.

        Outro ponto importante da obra é quando o personagem principal Pedro Bala é levado para detenção, vemos nesse trecho a forma como essas crianças eram vistas de uma forma geral, “Você é um Vagabundo! Nunca vai ser ninguém”, são frases ouvidas por Pedro durante esse período, a intransigência observada por parte dessa detenção só piora, o menino é torturado passando sede e fome, vemos durante todo o filme um processo de marginalização da pobreza, as crianças são condicionadas a um papel social sem perspectiva, são tratadas de forma inadequada pelo Estado que em vez de protegê-las utiliza métodos punitivos extremamente agressivos, apesar da criação do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente em 1990, vemos que esse é um problema ainda atual em nosso país: O abandono e a marginalização da pobreza, “Bandido bom é bandido morto.” essa frase que fomenta os debates sobre a questão da punitividade no Brasil vem ao encontro do que é discutido no filme, não podemos esquecer que esse debate começou logo após um menino de rua ser agredido no centro do Rio de Janeiro após um assalto, colocarmos essas questões apenas no debate não resolve muito as coisas, observamos que esse assunto vem sendo colocado a muito tempo e mesmo assim a discussão permanece, apesar da existência do estatuto muito ainda deve ser feito no sentido de assistência infantojuvenil no Brasil, ainda possuímos um sistema punitivo que não funciona e não gera uma sociabilização necessária para os jovens que precisam e muito deve ser feito também a cerca da cultura da violência que permeia nossa sociedade.

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