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ESTIGMA - NOTAS SOBRE A MANIPULAÇÃO DA IDENTIDADE DETERIORADA

Por:   •  27/7/2015  •  Trabalho acadêmico  •  3.695 Palavras (15 Páginas)  •  349 Visualizações

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INTRODUÇÃO

O livro retrata como as pessoas que apresentam algum tipo de estigma, reagem ao ser colocado entre pessoas consideradas ‘’ normais’’. Essas linhas que se seguem, mostra depoimentos impactantes de indivíduos estigmatizados, que tentam conviver com sua própria deficiência. O livro estigma é instigante, revelador, que trás um grande e importante ensinamento, onde leva o leitor entender uma realidade que não vive.

BIBLIOGRAFIA

Nome do livro: Estigma – Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada

Autor: Erving Goffman

Os Gregos criaram o termo estigma para se referir a sinais corporais, onde se procura evidenciar algo de surpreendente ou mau sobre o status moral de quem os apresentava.

Eles evidenciavam esses sinais através de cortes, e quem os portava eram, escravos, criminosos, que na visão geral, deviam ser evitados pelas pessoas, na sociedade em si. O termo estigma é usado como referência a algo totalmente ruim, desprezível.

O texto nos mostra claros exemplos: Quando se coloca um estranho em nossa frente, podem surgir vários pensamentos sobre aquele determinado indivíduo, onde há evidências de que ele apresenta um tributo que o torna diferente de outros, em alguns casos pode ser considerado um defeito, uma fraqueza. O estigma é um tipo especial de relação entre atributos e estereótipo, mas o autor propõe uma modificação do conceito, pois diz que há importantes tributos que a maioria da sociedade leva ao descrédito.

Existem três tipos de estigma, entre elas está o estigma tribais de raça, nação e religião, que podem ser transmitidos através da linhagem e contaminar por igual todos os membros de uma família. Acreditamos que pessoas com estigma, não sejam totalmente humanos, com base nisso, fazemos vários tipos de discriminação, e sem pensar, deduzimos suas chances de vida, utilizamos termos específicos de estigma como: aleijado, bastardo, retardado, em nosso discurso diário, sem pensar no seu significado original, é algo pra se pensar.

Quando um indivíduo não consegue viver de acordo com o que foi exigido dele, e mesmo assim permanecer indiferente ao seu fracasso, isolado na sua ‘’alienação’’, ele sente que é um ser humano completamente normal, e que nos é que não somos suficientemente humanos, ele carrega um estigma, mas não parece impressionado ou arrependido de fazê-lo.

‘’ O indivíduo estigmatizado tende a ter as mesmas crenças sobre identidade que nós temos, é um fato central, esse mesmo indivíduo, tende a ter sentimentos mais profundos sobre o que ele é, e pode leva-lo acreditar que é uma pessoa normal que merece um destino agradável e uma oportunidade legitima. Existem vários casos de pessoas estigmatizada, que ao ver se reflexo no espelho, tendem achar algo negativo, e com esse fato tentam corrigir diretamente o que considera a base objetiva de seu defeito, o texto retrata um exemplo:

‘’Quando uma pessoa deformada se submete a uma cirurgia plástica, uma pessoa cega a um tratamento ocular e assim por diante. ’’

O texto trás alguns relatos impactantes de pessoas que não se consideram normais:

‘’Uma mãe, que tem invalidez devido à poliomielite, diz que não foi somente sofrimento, foi também um aprendizado através dele, ela diz que todas as pessoas que estão perto dela, podem contar com sua mente, com o seu coração e sua atenção para ouvir seus problemas. ’’

Um cego também faz se depoimento:

‘’ Que um defeito como a incapacidade de aceitar amor humano, que pode diminuir o prazer de viver, até quase esgotá-lo, é muito mais trágico de que a cegueira.’’

Os estigmatizados evitam ter esse contato com pessoas normais, mas há contatos mistos entre eles, onde ambos estão na mesma situação social, ou seja, na presença física imediata um do outro, durante uma conversa, ou em uma reunião formal.

A maioria das pessoas que sofrem com esses ‘’ defeitos’’, se reprime, se fecham para o mundo, como é o caso da senhora Mrs Dover, que antes do desfiguramento do seu rosto, era uma pessoa feliz, que saia de casa, ia visitar parentes, depois do fato ocorrido, se tornou uma pessoa fechada, não sai de casa, do seu quarto, ela diz que não havia mais horizonte em sua vida.

A triste realidade, é que os estigmatizados, se sentem inseguros em relação à maneira que os normais o identificarão e o receberão. Há Indivíduos que se sentem ‘’deslocados’’ pelo fato de estar entre normais, se sentem expostas cruelmente a invasões de privacidade, principalmente crianças que ficam olhando fixamente, ou pessoas que ficam fazendo perguntas sobre suas limitações.

Diante desses fatos, a maioria das pessoas estigmatizadas pode ser violenta, oscila entre o retraimento e agressividade com os contatos mistos. Pessoas normais se sentem retraídas também nessas situações, pois não sabem como agir com esses indivíduos.

Mas felizmente, existem redes mútuas para esses estigmatizados, que oferecem base territorial para prostitutas, viciados, homossexuais, alcoólatras e entre outros grupos desacreditados que se juntam e compartilham suas experiências e frustações.

Existem dois tipos de pessoas informadas, são aquelas que cuidam da necessidade de alguém que tem um estigma particular, e existe uma segunda pessoa informada, que é o indivíduo que se relaciona com um indivíduo estigmatizado através da estrutura social.

Há pessoas com deficiências, ou com qualquer tipo de defeito , que durante algum tempo vivem na proteção da família , onde são privadas do mundo , e das pessoas que são consideradas normais, assim são levadas a escola especiais com indivíduos que vivenciam o mesmo problema, quando eles saem dessa bolha de proteção , aprendem muito tarde que são pessoas estigmatizadas e desacreditadas pela sociedade.

Visibilidade

Há estigmas que são facilmente notados e outros que não. As informações que dizem sobre essas pessoas em relação a sua identidade social, são muito importante para elas. Os contatos públicos e particulares que pessoas estigmatizadas tem com outras pessoas, tem suas consequências.

O termo visibilidade esta correto, mas perceptibilidade e evidenciabilidade talvez sejam mais precisos, mas o importante agora é diferenciar o termo visibilidade de outras três noções que são confundidas com ele.

Em primeiro lugar temos que diferenciar a visibilidade de um estigma com a possibilidade de ser conhecido. Alguns estigmas somente serão conhecidos por pessoas próximas a pessoa estigmatizada ou por pessoas que já ouviram falar sobre ele.

Em segundo lugar a visibilidade deve ser diferenciada da intrusibilidade. Um candeirante, por exemplo, em uma reunião, pode ter seu estigma de certa forma ignorado, já uma pessoa com problema na fala, terá maior dificuldade de intrusibilidade neste ambiente.

Em terceiro lugar a visibilidade e também a intrusibilidade devem ser diferenciadas do seu foco de percepção. As pessoas podem desenvolver concepções que podem desqualificar uma pessoa pelo seu estigma e afetar a sua intrusibilidade, como exemplo, não querer a companhia de uma pessoa que considera feia ou não contratar para trabalhar uma pessoa diabética.

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