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Movimentos Sociais no Brasil e na Amazônia

Por:   •  3/6/2023  •  Seminário  •  1.805 Palavras (8 Páginas)  •  52 Visualizações

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CENTRO UNIVERSITÁRIO FIBRA

CURSO DE BACHARELADO EM SERVIÇO SOCIAL

Movimentos de mulheres indígenas ou mulheres indígenas em movimento: uma reflexão sobre a questão de gênero.

DISCIPLINA: Movimentos Sociais no Brasil e na Amazônia

DISCENTES:

  • Andreza Guedes
  • Elane Gonçalves
  • Eloisa Costa
  • Eunice Jaqueline
  • Juliete Chaves

Belém/PA

MAIO/2022

Uma breve contextualização histórica.

     As questões de gênero no meio indígena brasileiro nos anos de 1970 e 1980, tinham pouca visibilidade, sendo tratado exclusivamente por lideranças femininas.

     Foi (e continua sendo) um início marcado por lutas e resistências das mulheres indígenas, em que muitas percorriam caminhos diversos, e acabavam se destacando e sendo escolhidas nas campanhas de direitos humanos na condição de vozes das suas comunidades e povos indígenas do país.

     Nesse período algumas transitaram pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), outras tiveram a coragem e habilidade de se fazer ouvir pelo Congresso Nacional, no meio indigenista não- governamental, nos ministérios e secretarias estaduais e entre as agências de Cooperação Internacional, governamentais e não governamentais como: a Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento (Norad), a Oxfam, a Cooperação Técnica Alemã (GTZ), o Departamento Internacional do Reino Unido (DFID), entre outras.

     Na década de 1990, houve a institucionalização das demandas por igualdade e respeito às diferenças de gênero no meio indígena brasileiro.

     E em junho de 2002, aconteceu em Manaus o I Encontro de Mulheres Indígenas da Amazônia Brasileira, havendo a consolidação e legitimação do Departamento de Mulheres Indígenas (DMI) como parte da estrutura da Coiab.

     E a partir desse período teve início um processo de articulação de mulheres e organizações locais e regionais da Amazônia brasileira.

Algumas das organizações pioneiras das mulheres indígenas.

     As primeiras organizações brasileiras de mulheres indígenas surgiram em meados dos anos 1980, dentre elas:

  • A Associação de mulheres Indígenas do Alto Rio Negro (AMARN);
  • A Associação de Mulheres Indígenas do Distrito de Taracuá, Rio Uaupés e Tiquié (Amirtrut), as demais foram se constituindo a partir da década de 1990.

A organização do movimento de mulheres indígenas.

     Por mais que as mulheres sempre estivessem presentes nas discussões dos movimentos indígenas desde a década de 1980, foi somente alguns anos mais tarde que elas de fato passaram a se organizar como movimentos femininos para discutir questões de gênero.

     O que para elas ainda é um tema recente e pouco esclarecido, isto porque, apesar das discussões estarem entre mulheres, acabam discutindo as políticas gerais voltadas para a comunidade, como saúde e educação indígena e com isso perde-se o foco da questão de gênero.

     Entretanto, com o amadurecimento dos movimentos de mulheres indígenas nos últimos tempos, vêm se articular em grupos, associações, coordenações ou departamentos das organizações gerais dos povos.

     Pois, atualmente possuem representações nas esferas de governo nos âmbitos municipais, estaduais e federal.

Algumas características dos movimentos femininos indígenas.

as discussões são variadas, dentre elas as reuniões internas nas aldeias, ou na defesa de propostas em instâncias nacionais, como a Conferência Nacional de Políticas para as Mulheres e a Comissão Nacional de Política Indigenista (CNPI);

as disparidades na organização dos movimentos de mulheres indígenas ocorrem por uma variedade de motivos, como por espaços geográficos e étnicos.

não há uma representação nacional. Estas são regionais e cada uma discute em nome de seu território, de seu povo, do coletivo;

um ponto muito importante nas sociedades indígenas é a subordinação dos indivíduos, não há uma concepção de sociedade democrática;

as mulheres compartilham com a sua sociedade a visão do papel que lhes é posto. Nesse sentido, ocorre uma peculiaridade dessa representatividade: a liderança indígena se conecta com a sociedade não-indígena e interage com as conquistas dos movimentos feministas que são orientados pelas leis brasileira.

Algumas reivindicações dos movimentos de mulheres indígenas.

 o combate a violência familiar e interétnica;

o acesso aos meios técnicos e financeiros para a gestão de renda;

a saúde reprodutiva;

a soberania alimentar;

a participação das mulheres nas decisões de políticas dos governos, entre outras.

Violência de gênero no meio indígena.

      A violência de gênero sofrida por mulheres indígenas se entrelaça por relações comunitárias e coletivas que necessita de estratégias transformadoras cuidadosamente pensadas no contexto da continuidade cultural para que não comprometa a identidade indígena. Uma vez que a relação de gênero também se constrói nas relações coletivas. No entanto, a violência imposta não deve ser justificada por costumes e tradições.

     As mulheres indígenas vivenciam violências históricas de gênero colonialista patriarcal, machistas, racistas, psicológicas, físicas e sexuais. Destinadas para o lar, são ensinadas para se calar diante de situações de violência doméstica, nas comunidades indígena, a figura do homem ainda é muito forte. O machismo está enraizado, com isso as próprias lideranças coagem as mulheres vítimas dessas violências que na maioria das vezes é velada, camuflada pela própria mulher.

     Em algumas comunidades/aldeias, tribos indígenas, falar sobre violência, violência de gênero ainda é tabu dentro das comunidades.

     Hoje, o questionamento a respeito do aumento da violência e o desamparo a mulher indígena é dada ao fato do avanço da modernidade que se aproxima das aldeias trazendo um novo sentido próprio do patriarcado e influencia na organização estrutural da hierarquização de gênero, incidindo nos elos mais fracos dessa sociedade: a mulher e a acriança.

A lei Maria da penha: serve às indígenas?

     A mulher vítima da violência para denunciar a agressão, precisa enfrentar o medo, a vergonha e a falta de acolhimento, para as mulheres indígenas e preciso ainda enfrentam a desinformação sobre seus direitos, barreiras do idioma e grandes distâncias para chegar até a delegacia e pontos de atendimento mais próximos.

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