Resumo Do vídeo: Química - Uma História Volátil E2- A Ordem Dos Elementos.

Nosso planeta foi criado a partir de 92 elementos, a terra que andamos, o ar que respiramos, as estrelas que observamos, até mesmo nós.

Agora sabemos o nome é o número de casa elemento que existe na natureza, mas há 200 anos esses elementos apenas começavam a revelar seus segredos. No início do século XIX apenas 55 tinham sido descobertos. Os cientistas não sabiam quantos mais poderiam achar ou se haveria um número infinito, mas a grande questão era como eles se encaixariam, seriam eles astros aleatórios ou o mundo dos elementos nasceu da ordem e da lógica?

Resolver essa questão seria algo desafiador e complexo, os primeiros lampejos de uma resposta vieram de uma fonte improvável. John Dalton nascido em Lake District em 1766 tinha uma paixão pelo clima, era tão obsecado que manteve um diário meteorológico durante 57 anos, onde todo dia fizesse chuva ou sol ele registrava observações precisas 200 mil delas.

Os cientistas tinha recém descoberto que os elementos se combinavam para formarem compostos e que quando os fazem sempre se combinam na mesma proporção, a partir disto propôs que para isso acontecer cada elemento deveria conter seus próprios e exclusivos elementos estruturais que ele chamou de “partículas elementares”, átomos. Foi uma ideia ofuscante destoante da realidade de então, tudo, afirmava ele, o Universo inteiro era composto de partículas infinitamente pequenas. Os gregos haviam esbarrado na ideia do átomo 2 mil anos antes, mas a abandonaram, agora ele assumiu a ideia com sua própria teoria da matéria.

O que Dalton descrevia era revolucionário, tinha descoberto a base da teoria atômica prenunciando pesquisa que só seria provada um século depois. Ele propôs que existiriam a mesma quantidade de átomos quanto elementos e assim como cada elemento era diferente, o átomo também seriam, o átomo de todo elemento tinha peso diferente, um peso atômico específico. Dalton concluiu que átomos distintos tinham pesos atômicos diferentes.

Baseado na sua teoria fez uma das primeiras tentativas de ordenar a bagunça que era o mundo dos elementos. A sua tentativa continha um conjunto de símbolos místicos e era a sequência de Dalton para elementos ordenados pelo peso, como exemplos teríamos o Hidrogênio com 1, Oxigênio com 7 e Mercúrio com 167. Como se sabe ele não acertou todos os pesos, mas ele fez um grande avanço teórioco trabalhando apenas com sua imaginação.

A ideia de John Dalton no início do século XIX foi rejeitada por muitos cientistas, mas um homem acreditou nele, o químico sueco Jons Jakob Berzelius, que era obcecado em impor alguma ordem aos elementos, estava convencido que descobrir mais sobre o peso de cada elemento era, de alguma forma, de vital importância e quando soube da teoria de Dalton teve um plano ambicioso, algo gigantesco, parecia quase loucura. Esse solitário químico sueco começou a medir com precisão o peso atômico de cada elemento e isso sem prova de que os átomos sequer existissem. Mas antes de começar ele precisava purificar, diluir e filtrar cada um dos elementos com extrema precisão, o que estava longe de ser simples. Á época, muito pouco da aparelhagem química necessária para o trabalho com essa precisa, tinha sido inventada, mas isso não iria deter um homem como Berzelius, ele tinha uma missão.

Assim, Berzelius começou a fabricar seu equipamento laboratorial. Embora estivesse pesquisando um ordem para os elementos houve um bônus. A sua habilidade como soprador de vidros o levou a uma descoberta incrível. Em 1824, ele descobriu um novo elemento, o Silício. Ele descobriu que um dos componentes do vidro era o silício. Não foi apenas o silício que Berzelius isolou, também foi o descobridor do Tório, Cério e Selênio. Ele passou a década seguinte da sua vida medindo um peso atômico atrás do outro numa busca obsessiva de lógica diante do caos aparentemente aleatório da natureza.

Berzelius estudou laboratorialmente mais de 2 mil compostos químicos com dedicação impressionante pesou, mediu e agonizou sobre os mais ínfimos detalhes até que ele descobriu os pesos relativos de 45 elementos diferentes, alguns dos seus resultados foram extremamente precisos seu peso para o cloro, um gás, ficou dentro de 1/5 de 1% do que conhecemos hoje, mas à época que ele produziu seus resultados outros cientistas começavam a medir os pesos atômicos e chegaram a respostas completamente diversas, agora eles competiam uns contra os outros talvez fomentados pelo desejo inato de descobrir sentido na desordem.

A busca de Berzelius atrás de ordem era contagiante, os cientistas procuravam pro padrões em toda parte, um deles foi o químico alemão, Johann Wolfgang Dobereiner que acreditava que a resposta não estava no peso atômico, mas nas propriedades e reações químicas dos elementos. Ele analisou quese considerássemos todos elementos descobertos ate então, poderíamos selecionar três “tríades”, como ele os chamava, que tinham propriedades químicas bem próximas. Dobereiner percebeu que esses elementos deveria pertencer a mesma família, pois reagiam de forma similar, aí estava um indício de um padrão, mas isso só funcionava com alguns dos elementos. Não levou os cientistas além daquilo que o peso atômico havia feito. O panorama geral, a ordem universal de todos os elementos ainda era difícil de se ver e isso não mudaria ate uma próxima descoberta feita por uma das maiores mentes da Ciência do século XIX.

Em 1848, no extremo oeste da Sibéria, um grande incêndio destruiu uma fábrica. A gerente da fábrica enfrentou a miséria, era uma viúva Maria Mendeleeva que fez um sacrifício notável por seu filho de inteligência precoce Dimitri Mendeleev, de 14 anos. Maria conhecia bem a inteligência do filho e com uma determinação de aço ela buscou educação para o mesmo. Assim, junto com Dimitri ela partiu numa viagem de 2000 km da Sibéria a São Petersburgo capital do Império Russo. E inacreditavelmente, eles andaram por boa parte desse percurso. Maria Mendeleeva conseguiu o que desejava, mas o esforço a destruiu, ela morreu 10 semanas após. Segundo a história, suas últimas palavras ao filho foram: “Abstenha-se das ilusões e procure as verdades divina e científica.”. E o jovem Mendeleev prometeu obedecer.

Mendeleev estudou noite e dia para realizar o sonho da sua mãe e se tornou o mais brilhante estudante de Química da sua geração. A química tinha evoluído muito desde a ideia grega dos 4 elemento, mas ainda não havia ordem para os 63 elementos descobertos até então assolava algumas das melhores mentes da Ciência, mas nenhuma concordava em como achá-lo. Mendeleev ainda era estudando quando compareceu a primeira Conferência Internacional de Química, os químicos mundiais se reuniram para resolver a disputa