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Modelos de primatas para a evolução do comportamento social humano

Por:   •  12/3/2019  •  Trabalho acadêmico  •  1.464 Palavras (6 Páginas)  •  352 Visualizações

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Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC)

Antropologia - Evolução Social

2014/2015

Modelos de primatas para a evolução do comportamento social humano

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Docente: Sofia Wasterlain

Discente: André M. C. Redinha - 2012143962

Introdução

Através do avanço do estudo da evolução humana, considerou-se que muitas das adaptações essenciais dos seres humanos estão relativamente ligadas com a sua organização social e também com o seu próprio comportamento. Ligadas ao estudo da evolução humana, temos duas áreas, a Antropologia e a Primatologia.

Numa tentativa de compreender melhor as origens da sociedade humana e o seu comportamento humano, foram criados alguns modelos de modo a conseguirmos entender melhor este assunto.

Existem três tipos de modelos de primatas que tentam explicar a evolução do comportamento social humano.

Inicialmente, o “Modelo de Primatas” que tenta fazer correspondências com as características presentes em determinadas espécies animam (primatas não humanos ou outros) atuais a possíveis características que possam ter estado presentes nos primeiros hominíneos. Seguidamente, o “Modelo Filogenético” que compara pongídeos africanos vivos e seres humanos onde, procura encontrar uma ligação de comportamentos comuns entre todos. Para concluir, o terceiro modelo é o “Modelo da Ecologia Comportamental”, onde se procura ver quais as transformações causadas pelas mudanças ambientais que influenciaram o comportamento e a organização social dos ancestrais hominíneos.

Este tema tem uma elevada importância na medida em que ao estudar o comportamento dos primatas não humanos, procura-se entender e encontrar o ponto de partida da evolução humana.

Modelos das espécies vivas

Além dos modelos de primatas para os antepassados hominídeos, foi ocasionalmente dito ser instrutivo estudar os carnívoros sociais, como por exemplo os leões.

Este modelo foi importante para encontrar semelhanças entre os carnívoros sociais (leões, por exemplo) e os antigos ancestrais comuns e a forma como estes caçavam.

Modelos dos Primatas

Babuíno da Savana

Uma espécie bastante diferente de todas as outras. Apesar de ser geneticamente menos aparentada com os seres humanos, em relação a outros primatas, esta espécie foi escolhida por partilhar um habitat semelhante ao dos primeiros hominíneos, a savana. Os babuínos são cercopitecóides que vivem em grupos que podem atingir os 200 indivíduos, onde há uma relação de dominância nos machos. Existe um elevado dimorfismo sexual e a sua organização social é multi-macho/multi-fêmea.

Babuíno Gelada 

(Theropithecus gelada)

Em 1970, o antropólogo Clifford Jolly propõe esta espécie. Esta teoria baseia-se no estudo do comportamento alimentar deste babuíno, onde o objetivo era comparar o Babuíno Gelada com os outros cercopitecóides.

Neste modelo podemos encontrar uma relação fundamental, a diferença de viver na floresta e na savana.

Jolly, ao observar o Theropithecus gelada, concluiu que os primeiros hominíneos alteraram a sua dieta frugívora para ervas e sementes durante a transição entre a zona florestal e a savana, ao invés de iniciarem uma dieta carnívora. Seguidamente, podemos observar algumas das características físicas da espécie que comprova:

  • Polegares extremamente oponíveis;
  • Bases cranianas curtas e largas;
  • Dentes incisivos pequenos e erupção dos caninos mais precoces relativamente aos molares.

Chimpanzé Comum

(Pan Troglodytes)

Sendo o primata que é mais parecido geneticamente com o ser humano, que realizava algumas tarefas já um pouco avançadas, como a caça ou o uso de utensílios, o Pan Troglodytes tinha obrigatoriamente de entrar modelo neste modelo de primatas.

Este modelo, segundo Richard Potts, apresentava algumas lacunas e cria-se uma dicotomia entre o Pongídeo e o Humano. Como forma de exemplo, temos a comparação entre a dentição dos pongídeos e humanos. Foi-se comparar a dentição de um Australopithecus ao de um humano e as características do pongídeo (dentes posteriores grandes, esmalte espesso, maxilares robustos) era totalmente diferente à do humano.

Bonobo

O Bonobo é a mais recente espécie a entrar neste modelo. Tendo sido proposto em 1978 por Zihlman, Cronin, Sarich e Cramer e mais tarde por Randall Susman, pois esta espécie possui proporções similares às do Australopithecus afarensis e características sociais únicas. O Pan paniscus apresenta uma organização social mais centrada nas fêmeas, onde os membros dos grupos fazem uso do sexo como forma de reduzir as suas tensões sociais.

Teoria do primata aquático

Desenvolvida por Alistair Hardy, em 1960, viria a defender a fase aquática ou semiaquática na evolução dos hominídeos que teria ocorrido após a divisão homem/pongídeos. Neste modelo, haveriam certas características fundamentais em  que o Homem possui não são partilhadas com outros primatas mas sim com mamíferos aquáticos:

  • Postura ereta,
  • Habilidade “inata” relativamente a atividades em meio aquático (nomeadamente o mergulho),
  • Volume cerebral três vezes superior ao considerado normal comparativamente a primatas com o nosso tamanho corporal.

No entanto, não existem quaisquer provas arqueológicas ou paleológicas. Vários autores defendem que as características que teriam sido adaptativas para a vida aquática seriam disfuncionais na terrestre.

Modelo Filogenético        

Este modelo foi concebido por Richard Wrangham e apresentado no final da década de 80. Neste modelo, o autor selecionou 14 características comportamentais em primatas e procurou encontrar correspondência nestas, entre os seres humanos e as três espécies de pongídeos africanos: os gorilas, os chimpanzés e os bonobo, de forma a tentar encontrarem quais seriam a as que estavam presentes no ancestral comum.

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