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AS GRAXARIAS E PROCESSAMENTO DE MATERIAIS DE ABATEDOUROS E FRIGORÍFICOS BOVINOS

Por:   •  11/11/2017  •  Trabalho acadêmico  •  2.094 Palavras (9 Páginas)  •  1.839 Visualizações

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GRAXARIAS E PROCESSAMENTO DE MATERIAIS DE ABATEDOUROS E FRIGORÍFICOS BOVINOS

Clécio Hilbig, Geisiane, João Paulo Dourado

  1. 1.Graxarias e a geração de odores

A indústria que recicla os resíduos de origem animal (ROA)1 é conhecida tradicionalmente por graxaria, que pode ser independente ou integrada a frigoríficos e abatedouros. Sua função básica é a de processar resíduos provenientes dos frigoríficos, açougues e casa de carnes, produzindo sebo industrial e farinhas para rações animais (FOA). Como qualquer processo industrial, a graxaria demanda cuidados operacionais, uma vez que trabalha com matéria-prima putrescível de origem animal. Na transformação dos ROA em sebo industrial e farinhas utilizam-se processos de digestão, que consistem basicamente no rompimento dos tecidos cárneos por meio de energia térmica e pressão. O processamento pode ser realizado por duas vias: a úmida e a seca. O processo por via úmida gera efluente líquido com alta carga orgânica, tornando-se um caminho não muito interessante atualmente. A via seca é mais usual e consiste no aquecimento do material graxo sozinho, podendo ser por batelada ou contínuo. Em linhas gerais, a diferença entre os processos por batelada e contínuo reside apenas na forma de realizar a digestão da matéria-prima, sendo o restante das operações muito semelhante. Os principais poluentes gerados pela via seca são os gases e vapores não condensáveis, com odores indesejáveis. Não há, porém, essencialmente problemas com poluição de efluentes líquidos tampouco sólidos, já que quase todo material sólido protéico é recuperado sob a forma de farinhas. O limite de percepção de odor das substâncias geradas é extremamente baixo; alguns elementos podem ser detectados em concentrações na ordem de ppb2, pelo ser humano. Essas substâncias, de grande intensidade e nauseantes, necessitam de um tratamento adequado, e podem causar vários transtornos na circunvizinhança da planta industrial.

  1.  2.Métodos de controle e tratamento de odores nas Graxarias

        Os odores produzidos nas graxarias são gerados em vários pontos. Portanto devem receber controles através de mecanismos muito bem estabelecidos e projetados. Para que os gases e vapores odoríferos possam ser tratados, eles devem ser captados por sistemas de exaustão e conduzidos aos tratamentos adequados para cada tipo de planta e requisitos locais. As técnicas de controle de odores mais usuais são a condensação, a absorção, a adsorção e a incineração (pós-queimador). Há também a biofiltração, que vem se apresentando como solução muito interessante. Na maioria dos casos, a solução utilizada é o resultado da combinação de vários métodos (BARROS, 2007).

  1. 3.Tratamento de resíduos

        O conhecimento prévio das características das águas residuais, de acordo com NUNES (2004), é essencial para projetar o sistema de tratamento do efluente industrial. Os resíduos procedentes da sala de vísceras brancas (conteúdo estomacal e de tripas) são coletados em dutos separados e reunido com o efluente da limpeza dos currais e encaminha do para sedimentadores, onde o sólido é retido e o líquido encaminhado para tratamento posterior (PACHECO, 2006). Os resíduos da graxaria e da limpeza de salas são reunidos e passam por um sistema depeneiras e caixas de gordura. Os sólidos recolhidos nestes equipamentos são gordura que geralmente vão para o aterro sanitário. Pacheco (2008), também mencionou que o líquido residual é enviado para o sistema de 20 tratamento. Em alguns casos os sólidos são encaminhados para a graxaria para obtenção de óleos não comestíveis com aplicação industrial.

4.Processo, geração e destinação de efluentes resíduos sólidos

O processo inicia-se com a recepção dos animais nos currais, respeitando-se o tempo de descanso que varia entre 16 e 24 horas. Após completarem o tempo necessário e estabelecido, os animais são conduzidos para a lavagem e em seguida para o abate, este composto por duas etapas: atordoamento e sangria. Segue-se o processo com a esfola do animal, retirada das vísceras, corte da carcaça, desossa, refrigeração e expedição.

Considerando que cada etapa do processo de produção da carne gera subprodutos diversificados, logo, são necessários diferentes procedimentos quanto à gestão destes, adotando medidas que, prioritariamente, possam reaproveitá-los minimizando a geração de efluentes e resíduos sólidos.

5.Processos produtivos do setor da graxaria

As matérias prima e resíduos animais para o preparo exclusivo de produtos não destinados à alimentação humana, como a farinha, um subproduto não comestível, resultante do processamento de resíduos animais, a farinha de carne e osso, outro subproduto seco e triturado, obtido pelo cozimento a seco de recortes em geral, aparas, resíduos e limpezas decorrentes das operações nas diversas seções; ligamentos, mucosas, fetos e placentas, orelhas e pontas de cauda; órgãos não comestíveis ou órgãos e carnes rejeitados pela Inspeção Federal, além de ossos, a graxaria também se utiliza ou reaproveita em seu processamento produtivo o sangue fresco e limpo, que é transformado em farinha de sangue, sem contaminantes, a não ser aqueles involuntários obtidos dentro das boas práticas de abate (MENDONÇA, 2008).

São demonstradas as etapas do processo de industrialização das graxarias na fabricação de farinha de carne e osso, bem como na produção do sebo (gordura), sendo elaboradas suas fases iniciando na fragmentação, cozimento, percolação, prensagem, moagem, peneiramento, e a parte da estocagem da farinha. Já no processo do sebo após a separação e a prensagem, o material liquido se dá na condensação e a purificação do Sebo, logo os produtos são armazenados na estocagem, prontos para serem vendidos nos mercados 12 de rações etc. e o sebo bovino para as indústrias de higiene e limpeza, (PACHECO, 2006).

6.Recepção da Matéria-Prima / Fragmentação ou Moagem

Pacheco (2006) relata que se a graxaria for anexa ao abatedouro ou frigorífico, a matéria-prima pode chegar à forma mais rápida para o processamento, sendo denominada “fresca”. No entanto, faz se necessário estocar o material por algum tempo e/ou transportá-lo para a graxaria por longas distâncias. Ao chegar à graxaria, o material pode ser armazenado para processamento ou entrar rapidamente em processo. Procede-se a montagem e trituração de uma mistura dos materiais ossos e outras partes gerando-se uma massa que segue por roscas transportadoras para os equipamentos de cozimento.

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