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Acidente Vascular Cerebtal

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Por:   •  15/8/2014  •  2.560 Palavras (11 Páginas)  •  413 Visualizações

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Acidente vascular cerebral (AVC), popularmente conhecido como derrame cerebral, é um nome carregado de significado. Acidente quer dizer acontecimento inesperado que, na maioria das vezes, envolve dano e sofrimento. Vascular refere-se a vasos e esse acidente se chama vascular cerebral porque acomete uma das artérias que irrigam o cérebro danificando a área por ela irrigada. Existem dois grandes grupos de acidentes vasculares cerebrais: os isquêmicos e os hemorrágicos.

O cérebro é uma estrutura altamente vascularizada. Inúmeras artérias se ramificam no interior do tecido cerebral para levar oxigênio e as substâncias nutrientes necessárias para seu o funcionamento adequado. Quando uma dessas artérias sofre oclusão, o território que deveria ser irrigado por ela entra em processo de anóxia, ou seja, de falta de oxigênio e muitas células, principalmente muitos neurônios, morrem. Esses eventos caracterizam o acidente vascular cerebral isquêmico. Já o hemorrágico acontece quando uma artéria se rompe e o sangue que deixa escapar dá origem a um hematoma, ou coágulo, que provoca sofrimento no tecido cerebral.

Como cada área do cérebro coordena determinada função do organismo, os sintomas provocados pelo AVC são muito variáveis. Vão desde alterações motoras evidentes – a pessoa perde o movimento do braço ou entorta a boca – até alterações cognitivas e da memória, da visão e da audição muito sutis que podem até passar despercebidas pelo paciente ou por quem está perto dele. No entanto, os sintomas se instalam sempre abruptamente, podem regredir ou mesmo desaparecer depois de algum tempo.

Qualquer que seja o caso, sejam intensos ou transitórios os sintomas, procurar atendimento médico-hospitalar imediato é fundamental para o resultado do tratamento.

PRINCIPAIS CAUSAS E FATORES DE RISCO

Drauzio – Por que acontecem os acidentes vasculares cerebrais? Qual a causa da obstrução ou rutura de um vaso cerebral?

Eli Evaristo – Existem alterações nos vasos sanguíneos que vão se instalando ao longo dos anos. Muitas vezes, é necessário muito tempo para que elas deixem as artérias enfraquecidas, com risco de rutura no caso de acidentes hemorrágicos, ou de entupimento nos acidentes isquêmicos. As razões pelas quais essas artérias vão ficando doentes são diversas e variam de pessoa para pessoa.

Drauzio – AVC em crianças é raro; em pessoas de mais idade, muito frequente. Quais são os principais fatores de risco para o derrame cerebral?

Eli Evaristo – Existem fatores de risco que poderíamos chamar de não modificáveis. Por exemplo, a idade e a genética. Não dá para modificar as características genéticas nem fazer uma contagem regressiva nos anos de vida. Com o passar das décadas, infelizmente, aumenta o risco de desenvolver acidentes vasculares cerebrais.

No entanto, há fatores de risco modificáveis. Entre eles destaca-se a hipertensão arterial, principal causa dos acidentes vasculares cerebrais tanto isquêmicos, quanto hemorrágicos. Diabetes e as dislipidemias (alterações dos níveis de colesterol e de triglicérides) são também fatores de risco importantes, especialmente para as isquemias.

Tabagismo, vida sedentária, obesidade e várias doenças cardíacas (problemas do ritmo cardíaco, das válvulas do coração ou infarto do miocárdio) estão entre os fatores que podem ser tratados a fim de prevenir a ocorrência de AVC.

Drauzio – Pessoas com parentes próximos que tiveram acidentes vasculares cerebrais apresentam maior risco de desenvolver a doença?

Eli Evaristo – Isso depende da causa que levou o parente a ter AVC. Se na família existe predisposição genética para a doença, a probabilidade é maior, o que não acontece se a doença foi causada por fatores de risco que poderiam ter sido modificados e não foram.

Drauzio – Entre todos os fatores de risco que você citou, quais estão mais relacionados com a ocorrência de AVC?]

Eli Evaristo – A hipertensão arterial é o principal fator de risco. A seguir, vêm o diabetes, as doenças cardíacas e o tabagismo.

Drauzio – Você disse que a hipertensão arterial pode provocar tanto acidentes isquêmicos quanto hemorrágicos. Que alterações ela produz nas artérias do cérebro?

Eli Evaristo – A hipertensão arterial provoca alterações nas paredes das artérias que não são necessariamente do mesmo tipo. No caso da isquemia, a longo prazo, ocorre o processo de aterosclerose, ou seja, a deposição de gordura e cálcio na parede do vaso que vai endurecendo lentamente. Desse modo, as placas de aterosclerose vão estreitando a luz do vaso por onde o sangue corre até gerar uma trombose, isto é, o sangue coagula dentro do vaso e interrompe a circulação sanguínea. Portanto, a hipertensão arterial é fator de risco para a aterosclerose, que é fator de risco para o AVC isquêmico.

Nos acidentes hemorrágicos, a hipertensão arterial é responsável pela fragilidade de alguns pequenos vasos dentro do cérebro que, com o decorrer do tempo, podem romper-se e provocar sangramento comprometendo a região em que se localizam.

SINTOMAS

Drauzio – O acidente vascular cerebral é uma das doenças que podem apresentar os mais variados sintomas porque eles dependem da área do cérebro atingida pela hemorragia ou pela falta de circulação. Quais são os sinais mais frequentes dos assim chamados derrames cerebrais?

Eli Evaristo – As pessoas conhecem relativamente bem os sintomas do infarto do miocárdio: dor no peito que se irradia para o braço, pescoço ou maxilas, sudorese, falta de ar, etc. Diante deles ninguém hesita em procurar atendimento médico-hospitalar com urgência.

No entanto, em se tratando de AVC, como a apresentação dos sintomas é muito variada, a dificuldade em reconhecê-los é maior e, portanto, maior é a demora para buscar atendimento num hospital, o que agrava o problema.

De modo geral, acidentes vasculares cerebrais provocam alterações motoras, assim como dormência e formigamento que, com frequência, acometem apenas um lado do corpo. A pessoa pode sentir ainda súbita fraqueza muscular (total ou parcial) ao segurar um objeto, mexer a mão, a perna ou o rosto. Podem ocorrer também alterações da visão como redução do campo visual, ou enxergar um lado meio nebuloso ou escuro ou a perda total da visão de um dos olhos.

Outro sintoma comum são as alterações da fala. Os familiares notam que a fala do paciente se tornou arrastada ou percebem sua dificuldade de articulação ou de expressão. Ele sabe o que quer dizer,

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