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Análise Sobre As músicas De Luiz Gonzaga No Período

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Por:   •  11/4/2013  •  2.698 Palavras (11 Páginas)  •  1.462 Visualizações

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UNIVEL

Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas do Paraná

Laboratório de Pesquisa

Análise sobre as músicas de Luiz Gonzaga no período

Acadêmico: Ruann K.Oliveira

Professor: Luis Carlos Machado

CASCAVEL

2012

Não é preciso que a gente fale em miséria, em morrer de fome. Eu sempre tive o cuidado de evitar essas coisas. É preciso que a gente fale do povo exaltando o seu espírito, contando como ele vive nas horas de lazer, nas festas, nas alegrias e nas tristezas. Quando faço um protesto, chamo a atenção das autoridades para os problemas, para o descaso do poder público, mas quando falo do povo nordestino não posso deixar de dizer que ele é alegre, espirituoso, brincalhão. Eu sempre procurei exaltar o matuto, o caboclo nordestino, pelo seu lado heróico. Nunca usei a miséria desvinculada da alegria.

Luiz Gonzaga

Luiz Gonzaga do Nascimento

Não se pode começar falar de Luiz Gonzaga sem retratar a importância do baião começo da década de 30.

Baião, segundo o Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira, é derivado do nome "baiano", ritmo com afluente nordestina, tem como instrumentos principais para a forma rítmica e harmônica a zabumba, o triângulo e a sanfona; em entrevista ao arquivo trama/radiola Luiz Gonzaga diz: - a música nordestina precisava de coro, coro de bode, então peguei o surdo, e botei coro na bichinha, criei a zabumba; mas só a zabumba me deixou com a asa quebrada, precisava de um instrumento rítmico agudo pra brigar com a zabumba, até que um dia encontrei um menino, vendedor de cavaco chinês em Recife, tocando o “tingui lingue”, tocando com cadência, eu disse, pronto, achei o marido da zabumba. Mas o baião não foi esquecido no interior nordestino, consolidando-se como gênero da MPB através de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira.

Após a música "Baião", em 1946, de autoria da dupla, ser gravada pelo grupo 4 Ases e Um Curinga, o baião cria renomes nacionais. O jornal Diário Carioca afirmava: "o baião vem fazendo estremecer todo o vasto império do samba, e já agora não se poderá mais negar a influência decisiva desse gênero musical na predileção do povo".

A partir de 1950, o baião tornou-se um internacional conhecido com a música "Delicado", de Valdir Azevedo, que recebeu orquestrações de maestros americanos como Stan Kenton e Percy Faith; música instrumental, que é traduzido como um baião sambado.

No filme "O cangaceiro", de 1953, o baião "Muié rendeira", de Zé do Norte, recebeu a menção honrosa no Festival de Cannes, na França. No início dos anos 60, o baião foi o gênero musical brasileiro de maior influência no exterior, perdendo a posição apenas posteriormente para a Bossa Nova.

Mas Gilberto Gil, no inicio da década de 70 traz de volta, no Tropicalismo a música “Domingo no Parque", um baião orquestrado, com a qual participou do Festival de Música da Record de 1967. Posteriormente, o ritmo influencia artistas como Raul Seixas, conseguindo fundir baião e rock, o baioque.

Para Tárik de Souza, no site CliqueMusic, Luiz Gonzaga imprimiu o formato urbano ao baião. Ou seja, deu pop ao baião.

Foi o maior responsável pela divulgação da música nordestina ao resto do Brasil, nasceu na Fazenda Caiçara, em 13 de dezembro de 1912, na cidade de Exu, Pernambuco. Seu pai era lavrador e sanfoneiro, tinha uma sanfona de oito baixos. Luiz tocava zabumba, e com seu pai tocava em festas religiosas e forrós.

Antes dos dezoito anos Luiz teve sua primeira paixão: Nazarena, uma moça da região, a qual Luiz relata ser sua fonte de composições. Porém Luiz foi rejeitado pelo pai dela, o coronel Raimundo Deolindo, que não o queria para genro e ameaçou-o de morte. Mesmo assim Luiz e Nazarena namoraram algum tempo escondidos e planejavam ser felizes juntos. Quando seus pais descobriram que Luiz ainda namorava com a filha do coronel, lhe deram uma surra. Revoltado por não poder casar-se com a moça, e por não querer morrer nas mãos do pai dela, Luiz Gonzaga fugiu de casa em 1930 e se alista para servir ao exército como voluntário. Sua qualificação militar era corneteiro, apelidado de Bico de Aço, pelos excelentes toques de corneta; aproximou-se da música. No quartel viaja para todo o Brasil; quando licenciado do serviço militar em 1939 estava no Rio de Janeiro, e com uma sanfona recém-comprada passa a se apresentar em ruas, bares e mangues, tocando boleros, valsas, canções, tangos; Nessa época, a imigração de nordestinos para as grandes capitais era muito alta, e Luiz Gonzaga percebe o sofrimento daquele povo e a saudade que os mesmos tinham dos seus familiares e suas culturas, deixadas no sertão; então, passa a tocar xaxados, baiões, chamegos e cocos.

No programa de calouros de Ary Barroso, Gonzaga toca a música "Vira e Mexe", aprovada pelo público e pelo apresentador com nota máxima. Depois desta apresentação, Gonzagão começa a frequentar programas de rádio e a gravar discos, sempre com repertório de músicas nordestinas e sente a necessidade de cantar também, expressando suas letras em meio ao toque da sanfona.

Em 1943 apresenta-se vestido a caráter como nordestino, tocando seu maior sucesso, "Asa Branca" (com Humberto Teixeira), gravada em 1947.

Em 1954 começa a trabalhar na Rádio Nacional, como era o sucesso da época que lançou a moda do baião e do acordeom, vendia vários discos, mas a empresa não conseguia atender as demandas, então, obrigou todas as prensas de sua gravadora, a RCA, a trabalhar para atender aos pedidos de seus discos.

Com a ascensão da bossa nova, Luiz Gonzaga perdeu o foco, mas continuou se apresentando em cidades do interior, onde sempre continuou popular.

Nos anos 70 e 80 foi voltando à cena, Com releituras de sua obra feitas por artistas

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